Na semana anterior, observamos
José sendo vendido a uma caravana de ismaelitas que iam para o Egito, que por
sua vez vendeu José aos egípcios.
Então, o narrador faz uma pausa na
história de José e passa a falar sobre a história de seu irmão Judá.
ELUCIDAÇÃO:
Judá era alguém endurecido e
cobiçoso. Foi Judá quem disse aos seus irmãos: “Vinde, e vendamo-lo” (Gn.
37: 26, 27).
Judá não deu a menor importância
à promessa de Deus a Abraão (Gn. 12: 2,
3), ele não dava importância para as promessas de Deus nem para sua
família. A liderança de Judá entre seus irmãos gerou a perda de um irmão e a
tristeza de seu pai por um longo período.
EXPOSIÇÃO:
O versículo 1 começa mostrando que Judá abandona voluntariamente a
casa de seu pai para fazer amizade com os cananeus. Enquanto que, José foi
levado a força da casa de seu pai e irmãos.
O primeiro amigo cananeu de Judá
é Hira, que mora na cidade de Adulão. Logo Judá vê uma cananéia atraente e casa-se
com ela. Ele desconsidera a história e orientação de seus pais Abraão e Isaque (Gn. 24: 3; 28: 1). Judá casa-se com
uma cananéia.
Fruto de seu casamento com esta
anônima Cananéia, Judá tem três filhos: Er, Onã e Selá (vs. 3-5). Depois que seus filhos se tornam adultos, Judá tomou por
esposa para o seu primogênito, uma mulher chamada Tamar (vs. 6).
Mas, por causa da perversão de
Er, Deus o mata. A morte de Er, deixa Tamar viúva e sem filhos. Se ela
continuar sem filhos, é provável que termine desamparada.
Então, Judá ordena a seu filho
Onã que possua a mulher de seu irmão para que lhe suscitasse descendência, ou
seja, cumpre o levirato – esse costume do Oriente Próximo seria mais
tarde codificado como lei para Israel (Dt.
25: 5, 6).
Conforme o versículo 8, Judá não está ordenando a Onã que se case com Tamar;
só está lhe dizendo: “possui a mulher de
teu irmão”. Judá parece não se importar com o bem-estar de Tamar. Ele nunca
se refere a ela pelo nome, Tamar. Só está preocupado em obter descendência para
o seu falecido filho.
No versículo 9, fica evidente que Onã era um indivíduo ganancioso e
maligno. Ele não pretende gerar um filho para o seu irmão mais velho, pois esse
filho seria considerado mais velho, teria direito a porção dobrada das
propriedades de Judá.
Assim como está, Onã é o herdeiro da porção
dobrada. Para evitar a gravidez, ele pratica o coito interrompido toda vez que
tinha relação sexual com Tamar.
O Senhor tira a vida de Onã por
ter ele se recusado a cumprir a sua obrigação para com Tamar e o seu falecido
irmão (vs 10). Em última análise, o
pecado de Onã é que sua ganância lhe fez desafiar o plano de Deus para a
família de Abraão.
Então, agora resta a Judá apenas
um filho. O que fazer? Entrega-lo em casamento cumprindo a lei do
levirato ou não?
O problema é que Judá não percebe
que foi Deus quem tirou a vida dos seus dois filhos. Ele acha que Tamar é a
culpada pelas mortes e não pretende arriscar com ela o terceiro filho (vs. 11).
O próximo ato desse drama tem
inicio no versículo 12, Será já é
homem feito e Judá não o deu a Tamar, a qual continua largada na casa de seu
pai.
Mas, surgem alguns problemas:
Selá terá dificuldades para se casar, além disso, morre a mulher de Judá, é
um beco sem saída – com a perspectiva da morte da linhagem de Judá.
Ao terminar o período de luto,
Judá sobe aos tosquiadores de suas ovelhas. “o
trabalho da tosquia de ovelhas era pesado e acompanhava-se de uma grande festa,
célebre pela alegria e pela abundante bebida de vinho” – Steven Mathewson,
Exegetical Study of Genesis.
Ao se certificar de que Judá lhe
mentiu ao lhe prometer Selá, Tamar entra em ação para assegurar o seu direito a
um filho da família de Judá (vs. 13,
14).
Seu plano é arriscado, pois pode
lhe custar a vida. Ela coloca um véu e se finge de prostituta junto ao caminho
por onde Judá estava viajando, ela tentará enganar Judá, aquele que lhe havia
enganado (vs. 15).
Nos versículos 16 e 17, Tamar exige uma garantia de que receberá a
recompensa pelo “serviço” prestado a Judá. O
selo, em forma de carimbo ou cilíndrico, era a marca de identificação de
Judá, O cajado, era um símbolo de
autoridade. Então, Judá entrega a Tamar objetos de identificação pessoal como
garantias de um pequeno bode.
Realizado o acordo, eles coabitam
e ela engravida de seu sogro Judá. Então, Tamar volta para casa de seu pai (vs. 18, 19).
Judá quer de volta os seus
objetos de identificação pessoal e ao tentar reavê-los, não encontra a suposta
prostituta (vs. 20-23). Judá
preocupa se somente com a sua reputação, ele não quer servir de chacota para a
população local. Todavia, não tem o menor interesse no contínuo vexame que
Tamar sofre como viúva sem filhos na casa de seu pai.
No versículo 24, só pelo que ouviu, Judá ordena que a tirem para
fora de cidade e a queimem, ele exige uma morte cruel.
Tamar espera até ao último
instante para se defender (vs. 25).
Agora Judá cai em si e declara publicamente a inocência de Tamar, bem como, a
sua culpa (vs. 26). Isso é o começo
da transformação de Judá.
De acordo com versículo 27, os gêmeos lutavam dentro
dela, semelhantemente Esaú e Jacó dentro de Rebeca.
Ainda nos versículos 28-30, percebemos a parteira admirada, pois a criança
que deveria ser a segunda, de algum modo passou a frente da primeira.
LIÇÕES PRÁTICAS:
1. Deus Está no Controle,
Mesmo Quando Ele Parece Estar Ausente.
Deus castigou os malignos Er e
Onã, os quais desafiaram os planos divinos de salvação. Mas, abençoou com
filhos a Tamar, a obediente mulher cananéia. Assim, Deus continuou a linhagem
da família de Judá, da qual resultaria no nascimento do nosso Salvador Jesus
cristo.
2.
Deus Pode Realizar o Seu Plano de Salvação Mesmo Pela Desobediência e
Artimanha Humanas.
A narrativa de Judá e Tamar
garantiu a Israel que Deus pode concretizar o seu plano de salvação mesmo
diante da desobediência de Israel e o embuste de uma mulher cananéia. Eles
viram a linhagem da família de Perez chegar ao apogeu na décima geração com o
rei Davi para um ápice ainda mais alto, Jesus Cristo, o Rei dos reis.
3.
Deus na Sua Graça, Inclui Pecadores na Genealogia do Messias (Mt. 1:
3-17).
Todas as quatro mulheres são
estrangeiras: Tamar era cananéia; Raabe era cananéia; Rute era moabita e
Bate-Seba era provavelmente hitita. Mas, Deus inclui todas as quatro mulheres
na sua família da aliança. E não só isso, todas as quatro tiveram a honra de
ser ancestrais do Messias de Israel.
CONCLUSÃO:
Graças a Deus que realiza o seu
glorioso plano de salvação, apesar de nós que somos pecadores.
Deus salva o pior dos pecadores e
o inclui no seu propósito salvador, você que nos ouve nesta noite também pode
ser salvo em Cristo Jesus.
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