O sermão de hoje
poderia muito bem ser uma continuação do último sermão que pregamos aqui “O
Sábado e o nosso descanso em Cristo”. Contudo, nós entendemos que a passagem
que examinaremos hoje contêm algumas particularidades que precisam ser
examinadas mais detidamente.
O ensino de Jesus
nesses dois capítulos é um resumo do seu ensino sobre o 4º mandamento.
De acordo com Mt 12.
9-14 – que é outra narrativa dessa mesma
história relatada por Marcos, após a controvérsia envolvendo Jesus e os seus
discípulos numa plantação de milho num dia de sábado, Jesus partiu dali e foi
direto para a sinagoga da cidade (a qual nenhum dos evangelistas nos informa
qual é).
Exposição:
O (V. 1) De novo, entrou Jesus na sinagoga e estava ali um homem
que tinha ressequida uma das mãos.
As sinagogas eram uma
espécie de centro educacional e religioso, e depois do templo de Jerusalém,
eram a instituição mais importante de Israel. As sinagogas surgiram no período
exílico quando os judeus não tinham o templo de Jerusalém para prestar o seu
culto. A exigência básica para que se formasse uma sinagoga em qualquer cidade
era de que houvesse pelo menos dez homens aptos a se reunirem naquela
comunidade.
Era comum que Jesus
frequentasse as sinagogas, pois as pessoas que ali se reuniam geralmente se
reuniam com o propósito de ouvir a leitura da lei de Deus e ouvir a sua
explicação.
Pois bem, o texto nos
diz que ali se encontrava um homem com uma das mãos ressiquida. Lc 6.6 nos
informa que era a mão direita.
De forma geral, os
judeus eram muito preconceituosos com alguém que possuísse algum defeito
físico, e quase sempre atribuíam tal defeito a algum pecado cometido pelo
sujeito.
No (V. 2) E estavam observando a Jesus para ver se o curaria em
dia de sábado, a fim de o acusarem.
Assim
como no caso das espigas tiradas pelos discípulos de Jesus no cap 2. 23-28,
mais uma vez os fariseus desprezam o propósito do 4º mandamento resumido por
Jesus no cap. 2. 27 “o sábado foi estabelecido por causa do homem, não o
homem por causa do sábado”. O bem do homem estava em primeiro lugar. Como
vimos no último sermão, a guarda do dia do Senhor não deve ser um jugo
prejudicial ao homem, mas sim uma providência de Deus para o bem físico e
espiritual do homem.
Nos (V. 3, 4) E disse Jesus ao homem da mão
ressequida: Vem para o meio!
Então, lhes
perguntou: É lícito nos sábados fazer o bem ou fazer o mal? Salvar a vida ou
tirá-la? Mas eles ficaram em silêncio.
O fato de
Jesus chamar aquele homem para o meio nos sugere que naquela sinagoga os homens
se reunissem numa espécie de circulo.
A pergunta
de Jesus no V. 4 tinha um propósito específico. De acordo com a escola de
Hillel, qualquer ato de cura num dia de sábado só poderia ser realizado se a
vida da pessoa estivesse em risco. Contudo, não era esse o caso, Jess poderia
muito bem esperar para o dia seguinte para curar aquele homem. Mas Jesus estava
justamente desafiando essa interpretação.
Jesus estava
defendendo o lado positivo do 4º mandamento. O lado negativo nos diz que não
devemos cuidar dos nossos interesses pessoais no dia do Senhor, já o lado
positivo nos diz que devemos cuidar dos interesses de Deus. E, com certeza, o
bem do meu próximo é um interesse de Deus.
Em Mt 12. 11, 12 , Jesus fala desse lado positivo. “Qual
dentre vós será o homem que, tendo uma ovelha, e, num sábado, esta cair numa
cova, não fará todo o esforço, tirando-a dali? Ora, quanto mais vale um homem
que uma ovelha? Logo, é lícito, nos sábados, fazer o bem”.
O que Jesus está ensinando aqui é que é lícito fazer o
bem no dia do Senhor.
No (V. 5)
Olhando-os ao redor, indignado e condoído com a dureza do seu
coração, disse ao homem: Estende a mão. Estendeu-a, e a mão lhe foi restaurada.
Após o
silêncio insensível dos fariseus, Jesus realiza a cura instantânea daquele
homem.
Nessa
cura, o procedimento de Jesus é o mesmo do que quando ele nos salvou. Pois ele
exige desse homem algo que esse homem sozinho não pode fazer. Ele diz “Estende
a mão”, assim como ele nos disse “arrependa-se e creia”.
No (V.
6) Retirando-se os fariseus, conspiravam logo com os herodianos, contra ele, em
como lhe tirariam a vida.
Vemos o desfecho
fatídico dessa história, quando os fariseus se unem aos seus adversários
políticos com o propósito de tramarem a morte de Jesus.
O interessante aqui é
que eles achavam errado restaurar a saúde de um homem, mas não achavam errado
planejar a morte de um homem nesse dia.
O coração do homem não
convertido odeia a Deus (Rm 1. 30; 5.
10; Cl 1. 21).
Aplicação:
Quais são as
implicações dessa passagem? Que lições podemos aprender a partir do que Jesus
fez e disse nesse texto?
1-O PROPÓSITO DESSE
MANDAMENTO, BEM COMO DE TODA A LEI DE DEUS FOI PROVER O NOSSO BEM ESTAR FÍSICO
E ESPIRITUAL.
O dia do Senhor foi
feito visando o nosso descanso e fortalecimento espiritual.
2-SE OS FARISEUS
QUERIAM AUMENTAR A SANTIDADE DESSE DIA, OS CRISTÃOS MODERNOS QUEREM TORNÁ-LO UM
DIA COMO QUALQUER OUTRO.
Quantas vezes não
faltamos ao culto no dia do Senhor por motivos fúteis? Quantas vezes, nesse dia
eu não estou buscando os meus próprios interesses e me esquecendo dos
interesses de Deus?
3-SE VOCÊ AINDA NÃO
CONHECE A CRISTO, NEM DESFRUTA DO DESCANSO QUE É ESTAR NELE, EU LHE CONVOCO AO
ARREPENDIMENTO, A ALMA CANSADA SÓ ENCONTRARÁ DESCANSO EM CRISTO.