Todos nós já nos
deparamos com situações nas quais nos sentimos totalmente impotentes. Seja
diante de uma doença de alguém, ou mesmo diante de algum problema que alguém
nos conte e que não possuímos a solução. Na história que lemos encontramos uma
situação semelhante.
Contexto histórico:
Jesus estava
regressando do seu ministério na Galileia (Mc 1. 38,39), e estava de volta a
sua própria cidade, Cafarnaum (Mt 9.1). Cidade essa que servia de base para o
seu ministério na Galileia. A partir do
texto de Mc 2. 1-12 quero falar sobre:
I-A NOSSA ÓTICA DO
PROBLEMA ( V. 1-4).
(V. 1) Jesus estava em
(uma) casa em Cafarnaum e logo as multidões afluíram. O texto não diz que as
multidões forma em busca de ouvir a Palavra ou de adorar o Cristo). Contudo,
nós podemos inferir pela própria história do paralítico que a maioria das
pessoas estava ali para receber algum benefício temporal.
(V. 2)”... anunciava-lhes
a palavra”. A prioridade de Cristo era a pregação, o anúncio das boas novas, a chegada do Reino
de Deus.
Aplicação: que
diferença do foco das igrejas modernas! Ouvi outro dia um sujeito que pregava e
dizia: “se você veio aqui em busca e uma benção espiritual, Jesus vai te dar,
se você veio em busca de uma benção material ele também vai te dar”.
(V. 3,4)
vemos o esforço daqueles que se sentiam impotentes diante da enfermidade do
paralítico. O fato daqueles homens terem empreendido tamanho esforço (pois
chegaram a cavar o telhado da casa), demonstra que na ótica deles o maior
problema daquele homem era a sua paralisia.
OBS. Antes
de passarmos para o próximo ponto. O foco principal desse texto não são os
amigos do paralítico, nem tão pouco a fé deles. Digo isso, porque já ouvi
muitas pregações com esse enfoque.
II-O NOSSO
PROBLEMA NA ÓTICA DE DEUS (V. 5-9).
(V. 5) “...Filho,
os teus pecados estão perdoados”.
Fico
imaginando o olhar de espanto dos amigos do paralítico, bem como a decepção do
próprio paralítico. Depois de todo o trabalho que tiveram para descer, depois
de ouvir a fama de Jesus como aquele que curava todos os que iam até ele...
Como alguém
já disse: “O maior problema de quem está doente é achar que a doença é o seu
maior problema”. Jesus identificou qual era a maior necessidade daquele homem.
Aplicação: o maior
problema da humanidade é o pecado. Os demais problemas são sempre consequência
dessa condição de pecado em que nascemos. Vivemos num mundo caído, e na maioria
das vezes buscamos soluções paliativas para um problema que somente Deus pode
solucionar. A psicologia moderna aconselha o homem a se livrar da culpa, quando
na verdade você deve fazer o contrário. De acordo com as escrituras o homem só
é liberto da escravidão do pecado quando se considera culpado e indígno do
perdão de Deus.
·
Nesse texto também aprendemos
a correta relação entre pecado e enfermidade:
No mundo
antigo (e, ainda hoje!) e, principalmente entre os judeus, era muito comum
associar pecado e enfermidade. Quando alguém está com alguma doença incurável
significa que está sendo alvo do juízo específico de Deus. Contudo, Jesus refita
essa tese em (Jo 9. 2; Lc 13. 4). Até porque, se isso fosse verdade, quando
Jesus absolveu o paralítico dos seus pecados ele teria sido curado.
(V. 6,7)
Temos a reação dos escribas: “Mas alguns dos escribas estavam assentados ali e
arrazoavam em seu coração: Por que fala ele deste modo? Isto é blasfêmia!
Quem pode perdoar pecados, senão um, que é Deus?”.
A pergunta e
a resposta deles está correta. Somente Deus pode perdoar pecados. Contudo, eles
estavam cegos para o fato de que estavam diante do Deus encarnado.
(V. 8, 9) A
onisciência de Jesus é demonstrada. “...Por que arrazoais sobre estas coisas em
vosso coração?”. Bem como a sua onipotência, quando ele propõe desafio
seguinte: “Qual é mais fácil? Dizer ao paralítico: Estão perdoados os teus
pecados, ou dizer: Levanta-te, toma o teu leito e anda?”. É uma pergunta
retórica!
Aplicação:
Como é que Jesus comprovaria que os pecados daquele homem estavam perdoados?
III-A
SOLUÇÃO INTEGRAL DE DEUS (V. 10-12).
(V. 10) “...para
que saibais que o Filho do Homem tem sobre a terra autoridade para perdoar
pecados...” Os milagres eram sinais que apontavam para quem ele era.
Essa cura
não era necessária para a salvação do paralítico. Até porque, é melhor continuar
paralítico perdoado, do que alguém curado, mas irregenerado. Essa cura (assim
como todas que Jesus efetuou) teve um propósito na história da salvação.
“Filho do
Homem”. Essa expressão que aparecerá outras 13 vezes no evangelho de Marcos,
aponta para o cumprimento da profecia de Daniel (Dn 7. 13,14):
Eu estava
olhando nas minhas visões da noite, e eis que vinha com as nuvens do céu um
como o Filho do Homem, e dirigiu-se ao Ancião de Dias, e o fizeram chegar até
ele. Foi-lhe dado domínio, e glória, e o reino, para que os povos, nações e
homens de todas as línguas o servissem; o seu domínio é domínio eterno, que não
passará, e o seu reino jamais será destruído.
Jesus está
dizendo que é o filho do homem prometido em Daniel 7. Ele já possui todo
domínio. Ele reina, e esse mundo está sendo posto sob os seus pés através do
avanço do reino de Deus, a medida que anunciamos o Evangelho.
(V. 11) “Eu
te mando: Levanta-te, toma o teu leito e vai para tua casa”. Aquele homem não
possuia condições por si mesmo de se levantar. Ele só fez isso por conta da
ordem de Cristo.
Aplicação: Isso nos
ensina que aquele que ordena “creia em mim” é o mesmo que nos dá a fé (Ef 2.
8), aquele que diz “arrependei-vos” é o mesmo que nos dá o arrependimento (At
11.18).
(V. 12) “...Então,
ele se levantou e, no mesmo instante...” Essa é uma das características básicas
das curas operadas por Jesus. (diferente do que vemos hoje).
“...glória a
Deus...” Como tudo que Jesus fazia, esse sinal redundou na glória de Deus.
Conclusão:
Qual é o seu
maior problema?
Você se
considera um pecador?
Existe
solução para o seu pecado no sacrifício de Cristo.