Todos nós temos algum
problema com autoridade, especificamente, com submissão à autoridade. A origem
desse problema está na queda dos nossos primeiros pais. O pecado de Adão trouxe
para a raça humana essa disposição de insubmissão inerente a todo homem.
Se formos honestos, nos
lembraremos de alguma vez em que estivemos envolvidos em algum problema dessa
natureza. Em casa, não nos submetendo à autoridade do nosso pai ou da nossa
mãe, na escola, desobedecendo nossos professores, no trabalho desafiando o
nosso chefe etc.
O crescimento dos desigrejados no Brasil é um reflexo dessa busca por independência e insubmissão.
Contudo, apesar dessa tendencia natural do ser humano caído, ninguém poderá viver sem autoridade. O
texto que acabamos de ler é um texto que nos fala sobre autoridade. Ele nos
fala sobre a maior autoridade que existe, o Senhor Jesus.
I-A AUTORIDADE DE JESUS
(v. 21,22).
O texto nos mostra que
Jesus foi até Cafarnaum (cidade marítima da galileia que por mais de uma
ocasião recebeu a visita de Jesus. Mas, o fato interessante é que Jesus vai até
uma sinagoga da cidade num dia de sábado, e quando chega ali lhe é facultada a
oportunidade de ensinar. Mesmo sem ter uma formação rabínica formal, a
autoridade de Jesus é reconhecida por aquelas pessoas. (Jesus não precisou
ganhar dinheiro ou ter um status para poder ser ouvido, como acontece em nossa
cidade).
A autoridade de Jesus é
tão patente que as pessoas que o estavam ouvindo ficaram maravilhadas (v.22). o
fator principal que causou espanto naquelas pessoas estava no conteúdo
diferente da mensagem de Jesus para a mensagem dos escribas e fariseus.
Os falsos mestres
ensinavam aquilo que não viviam, e frequentemente adicionavam ao seu ensino
tradições antibíblicas e acréscimos não autorizados pelo Senhor. Por outro
lado, o ensino de Jesus tinha autoridade pelo seu frequente apelo as escrituras
e por ser ele a própria palavra encarnada de Deus.
Um exemplo claro sobre
a deficiência do ensino dos escribas e fariseus está no seu ensino sobre a
vinda do messias. Apesar de Jesus estar presente em todo o AT eles nunca
ensinavam nada claro sobre a vinda do salvador. Por outro lado Jesus mostrou claramente que o conteúdo de todo o AT apontava para a sua pessoa.
Aplicação:
isso nos ensina um princípio muito importante. Quando a palavra de Deus for
pregada, ela deve ser pregada como foi pregada por Jesus. Isso pode chocar
algumas pessoas, pois alguém dirá: “mas nós não somos Jesus”, isso é verdade, contudo,
devemos aplicar os mesmos métodos de Jesus, devemos ser claros, e devemos
comparar escritura com escritura para que não digamos aquilo que é fruto da
nossa mente ou imaginação. Quando a palavra de Deus é verdadeiramente pregada
ela produz vida.
II-A AUTORIDADE DE
JESUS PRODUZ VIDA E LIBERTAÇÃO (v.23).
Derrepente alguém se
levanta no meio da sinagoga (um homem possesso) para desafiar a autoridade de
Jesus. Devemos nos lembrar que a vinda de Jesus ao mundo marca o início da
concretização da consumação do plano de Deus para essa era, ou seja, Jesus
inaugura o fim dos tempos. Por essa razão, vemos tantas manifestações
demoníacas nos dias de Jesus.
Os crentes de hoje
perguntam por que aconteceram tantos milagres nos dias de Jesus e hoje não
acontecem mais. A resposta é que a vinda de Jesus inaugurou a chegada do reino
de Deus na história, e todos esses milagres de Jesus são sinais que
evidenciavam a chegada desse reino.
A prova disso é que os
próprios demônios reconhecem isso (v.24). Outro fato interessante nesse
versículo é que os demônios não dizem que Jesus é um mestre da moral ou um
psicólogo da alma; antes, eles reconhecem a autoridade de Jesus eles dizem: “tu
és o Santo de Deus!”.
Aplicação:
satanás e os demônios (que já estão condenados) reconhecem a autoridade e
divindade de Cristo, mas muitos pecadores ainda relutam em acreditar! O
puritano Thomas Brooks disse que “aqueles que não creem em Deus são mais vis do
que os demônios”.
Observe que o homem
possesso se utiliza do pronome “nós” no
v. 24 “que temos NÓS contigo?”. Alguns intérpretes afirmam que esse demônio falava em nome de todos os demônios Toda aquela comunidade de homens
irregenerados estava sob o poder de satanás. Muitos que estavam ali não ouviram
a palavra de Jesus, não se arrependeram:
Mt 11.23 “E tu, Cafarnaum, que te ergues até aos céus, serás
abatida até aos infernos; porque, se em Sodoma tivessem sido feitos os
prodígios que em ti se operaram, teria ela permanecido até hoje”.
Muitas
pessoas podem ficar maravilhadas com o ensino de Jesus, mas não querem
reconhecer a autoridade de Jesus sobre a sua vida.
III-A
REJEIÇÃO DESSA AUTORIDADE PRODUZ SEPARAÇÃO DE DEUS E PERDIÇÃO (25,26).
O (v.
25) nos mostra que Jesus não faz uma entrevista com o demonio, apesar dele só
ter dito a verdade. O (v.26) nos mostra
não somente o destino dos demonios, mas o destino de todos os inimigos de Deus.
O Sl 2. 9 nos fala do destino dos que
rejeitam a autoridade do messias: “Tu os esmigalharás com uma vara de
ferro; tu os despedaçarás como a um vaso de oleiro”.
Aplicação: mas ainda resta esperança, a boa notícia é que ele veio transformar alguns inimigos em súditos do
seu reino. Marcos não registra o ponto de vista do homem que foi liberto por
Jesus, ele nos fala da reação daqueles homens (v. 27,28), ele nos fala sobre a
repercussão dessa libertação (v. 28), Mas não devemos nos esquecer que a
libertação daquele homem aponta para o fato de que Jesus é o Único que pode
libertar o pecador da sua escravidão.