segunda-feira, 30 de julho de 2012

A Essência da Fé Cristã-Gálatas 6: 11 – 18


INTRODUÇÃO:

Paulo chega ao final de sua carta, nesta ocasião ele escreve algumas sentenças finais com a sua própria mão (vs. 11). Normalmente, ele marcava o final de suas cartas com sua assinatura para evitar falsificações, mas, nesta carta Paulo acrescenta um pós-escrito pessoal, isto, em conformidade com o versículo 11: “Vede com que grandes letras vos escrevi de meu próprio punho”. Poderíamos traduzir: “Reparai como propositalmente sublinhei estas palavras para vós”.

O que Paulo está enfatizando? Ele destaca os temas principais do evangelho autêntico, coloca-se em contraste com os judaizantes, e assim com os dois sistemas religiosos que representam. Então, nesta parte final da epístola, Paulo trata sobre a ESSÊNCIA DA FÉ CRISTÃ, vejamos algumas considerações sobre o assunto:

1.       A Essência da Fé Cristã é Interna Em Contraposição Ao Externo (vs. 12, 13).

A essência da fé cristã é interna, é algo que vem do coração. Os judaizantes concentravam-se no exterior, isto é, na circuncisão.
Eles constrangiam os irmãos a circuncisão e se deixavam circuncidar (vs. 12, 13), a ênfase era num cerimonial externo, eles também negavam que a salvação era somente pela fé.
E Porque faziam isso? Resposta: “eles querem ostentar-se na carne”(vs. 12), querem se exibir  e se elogiar. Versículo 13, “para se gloriarem na vossa carne”.
Assim eles procediam “para não serem perseguidos por causa da cruz de Cristo” (vs. 13b), quando enfatizavam uma salvação mediante a lei, eles estavam negando a cruz de Cristo. Porém, não é possível salvação pela obediência a lei ou boas obras, se fosse não haveria cruz.
Os judaizantes estavam colocando a circuncisão como uma ordenança de importância central, insistindo que sem ela ninguém poderia ser salvo.
A questão é: “como uma operação externa e física poderia garantir a salvação ou ser condição indispensável da salvação?” Isto era inaceitável e ridículo.
Paulo é veementemente contra este ensino, observemos o argumento no versículo 13a: “Pois nem mesmo aqueles que se deixam circuncidar guardam a lei”...
Os judaizantes eram incoerentes com aquilo que ensinam, eles não poderiam crer que a salvação fosse uma recompensa pela obediência a lei, pois nem mesmo obedeciam a lei!

2.       A Essência da Fé Cristã é Divina Por Origem e Não Humana (vs. 14 - 16).

“Quanto a mim, que eu jamais me glorie, a não ser na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo, por meio da qual o mundo foi crucificado para mim, e eu para o mundo” (vs. 14).
Paulo não fugia da cruz, tinha orgulho da mesma. Ele não se gloriava em si mesmo para a salvação, mas unicamente na cruz de Cristo para ser salvo.
Apenas quando nos humilhamos e reconhecemos que por causa dos nossos pecados merecemos o inferno é que deixamos de nos gloriar em nós mesmos e corremos para a cruz em busca de salvação.
Como consequência, nós e o mundo nos separamos. O mundo é a sociedade dos incrédulos, ímpios, sem temor a Deus, que vivem segundo o egoísmo de seus corações. Quando estamos em Cristo, não temos mais a necessidade de agradarmos o mundo, ele está crucificado para nós e nós para ele.
É por isso que o apóstolo nos diz no versículo 15: “De nada vale ser circuncidado ou não. O que importa é ser uma nova criação”, A circuncisão era um sinal externo, simbolizando a circuncisão do coração (Rm.  2: 29). Contudo, o que realmente importa é o novo nascimento, o ser nova criatura.
A circuncisão era um sinal externo, visível às pessoas, a nova criação é um nascimento do Espírito, um milagre interior realizado por Deus.
“Paz e misericórdia estejam sobre todos os que andam conforme essa regra, e também sobre o Israel de Deus” (vs. 16).
Na sequência, Paulo suplica a misericórdia e paz sobre os que andam de acordo com aquilo que foi ensinado. Mostra também que a igreja cristã desfruta uma continuidade direta com o povo de Deus no Antigo Testamento, aqueles que estão em Cristo hoje são a verdadeira circuncisão (Fp. 3: 3), descendentes de Abraão (Gl. 3: 29) e o Israel de Deus.
Vejamos o versículo 17: “Sem mais, que ninguém me perturbe, pois trago em meu corpo as marcas de Jesus”, ou seja, que ninguém questione minha autoridade, pois, eu trago no corpo marcas, ferimentos ao ser perseguido por amor a Jesus.
Essas marcas são: açoites sem medida, apedrejamento, naufrágio, tudo isso por servir ao Mestre Jesus.
“Irmãos, que a graça de nosso Senhor Jesus Cristo seja com o espírito de vocês. Amém” (vs. 17). Paulo começou a epístola com sua saudação da graça (Gl. 1: 3), durante toda a sua argumentação ela fala da graça, e ele conclui com a mesma nota. Assim, a característica autêntica do evangelho é a graça do nosso Senhor Jesus Cristo, isto se aplica a todo povo de Deus.

APLICAÇÃO: Qual a relação entre os problemas que foram vividos pelos gálatas e os problemas da igreja contemporânea? Quais lições práticas podemos obter a partir do que foi exposto nesta noite?

1.       A Fé Cristã Não Está Fundamentada em Cerimônias Externas, Mas Em Algo Interior  e Espiritual.

 Aqueles que dão importância exagerada ao batismo e ensinam a doutrina da regeneração batismal, cometem o mesmo erro do passado. Embora tenha a sua importância, como símbolo de membresia na aliança, é um ato exterior e físico. Por isso, o importante é ser nova criatura em Jesus Cristo.

2.       A Fé Cristã Fundamenta-se na Cruz de Cristo e na Salvação Pela Graça, Portanto, é Divina.

A circuncisão era uma obra humana realizada por um ser humano em outro. Mas, o problema, era que os judaizantes estavam exigindo que os crentes em Jesus deveriam submeter-se a esse rito como pré-requisito de salvação.
Ainda hoje, temos os judaizantes, que exigem a obediência ao sábado como pré-requisito de salvação, que estabelecem dietas alimentares, que só reconhecem como legítima uma forma de batismo (imersão), que criam regras humanas para seus membros.

CONCLUSÃO:

Não podemos aceitar esses falsos ensinamentos, baseado em questões externas e humanas, negando a suficiência do sacrifício de Cristo para a salvação e tornando nula a graça de Deus.


domingo, 22 de julho de 2012

Colhe-se o que se Planta - Gálatas 6: 6 – 10


INTRODUÇÃO:

O apóstolo Paulo está chegando ao termino de sua carta. Seus temas principais já foram apresentados, o que resta agora são algumas advertências finais.
Com este propósito, observamos no texto em apreço o grande princípio da semeadura e da colheita apresentado no versículo 7: “Não se deixem enganar: de Deus não se zomba. Pois o que o homem semear, isso também colherá”.

Este é um princípio de ordem e coerência que se acha inscrito nas Escrituras Sagradas e que serve para todas as áreas da vida.
A colheita depende do que o agricultor semeou, se um homem é fiel e zeloso em sua semeadura, então pode aguardar uma boa colheita. Por outro lado, “quem cultiva o mal e semeia maldade, isso também colherá” (Jó 4:8).
Este princípio é uma lei divina imutável, com o objetivo de enfatizá-lo, Paulo o inicia com uma ordem: “Não vos enganeis” e uma declaração: “não se zomba de Deus”.

Então, o texto lido gira em torno do princípio revelado no versículo 7, e existem três esferas da experiência cristã nas quais Paulo vê o princípio operando.
1.       No Ministério Pastoral (vs. 6).

“Mas aquele que está sendo instruído na Palavra, faça participante de todas as coisas boas aquele que o instrui” = Alguém que está aprendendo o evangelho. Seja a instrução seja particular ou pública, o princípio é o mesmo: aqueles que estão sendo instruídos na Palavra devem ajudar a sustentar o seu mestre.
O ministro do evangelho semeia a boa semente da Palavra de Deus e colhe o sustento. Eu sei que para muitas pessoas isso é embaraçoso. Mas o princípio bíblico é lembrado várias vezes, o Senhor Jesus disse que digno é o trabalhador do seu salário referindo-se aos discípulos que saíram em missão (Lc. 10: 7).

Em I Co. 9: 14, Paulo declara: “Da mesma forma o Senhor ordenou àqueles que pregam o evangelho, que vivam do evangelho”.
Ainda quando escreve a Timóteo, Paulo diz: “Os presbíteros que lideram bem a igreja são dignos de dupla honra, especialmente aqueles cujo trabalho é a pregação e o ensino” (1 Timóteo 5:17).

Então, aquele pastor que se dedica em tempo integral no estudo e pregação da Palavra com todas as suas forças e meios, procurando entende-la e aplica-la, deve receber da igreja o seu sustento, este é um princípio bíblico.
Por isso, Martinho Lutero disse: “é impossível que um homem trabalhe dia e noite para ganhar os seu sustento e, ao mesmo tempo, se dedique ao estudo das Sagradas Letras, como exige o seu ofício”.

Precisamos reconhecer que existem os pastores mercenários, outros que comercializam a fé e adulteram a Palavra de Deus, pilantras escondidos atrás de um paletó, gananciosos que querem ter suas próprias igrejas e que são desprovidos de conhecimento bíblico e de caráter. O problema é que todos os pastores são colocados no mesmo patamar.

Mas, existem os pastores sérios, que buscam viver uma vida que honra a Deus, que se dedicam na Palavra, que buscam o conhecimento bíblico e teológico para transmitir a boa semente nas mentes e corações do rebanho de Jesus Cristo, então, esses são dignos e podem esperar a sua subsistência material.

2.       Na Santidade Cristã (vs. 8).

“Quem semeia para a sua carne, da carne colherá destruição; mas quem semeia para o Espírito, do Espírito colherá a vida eterna”.
Esta é outra esfera na qual opera o principio da semeadura e colheita. Paulo retorna ao tema da carne e do Espírito, mas aqui em Gálatas 6, a vida cristã é comparada a um campo de batalha, e a carne e o Espírito são dois campos em que nós semeamos. A nossa colheita dependerá de onde e o quê nós semeamos.

O versículo 8, apresenta dois tipos de semeaduras possíveis, isto é, semear para carne e semear para o Espírito.
O que é semear para a carne? É trabalhar para ela, em vez de crucifica-la. As sementes são os pensamentos e atos. Toda vez que permitimos que nossa mente abrigue um ressentimento, entretenha uma fantasia impura, estamos semeando para a carne.

Toda vez que assumimos um risco que cria dificuldades para o nosso autocontrole, estamos semeando para a carne. Há cristãos que semeiam para carne todos os dias e ficam se perguntando porque não colhem santidade. A santidade é uma colheita.

O que é semear para o Espírito? É o mesmo que andar no Espírito, é buscar as coisas de Deus e pensar nelas, coisas lá do alto, não as terrenas. Através dos livros que lemos, as pessoas que andamos e o lazer que buscamos, podemos semear para o Espírito.

Devemos ainda, ler a Bíblia e orar sempre, realizar o culto doméstico, participar dos cultos junto com os outros servos de Deus. Tudo isso, é semear para o Espirito.

Os resultados são apenas lógicos. Se semearmos para a carne, da carne colheremos corrupção, vai haver um processo de declínio moral. Se por outro lado, semearmos para o Espírito, vamos colher vida eterna, a comunhão com Deus vai se desenvolver agora até que alcance sua plenitude na eternidade.

3.       Na vida Prática do Crente (vs. 9, 10).

“E não nos cansemos de fazer o bem, pois no tempo próprio colheremos, se não desanimarmos”.
O assunto muda da santidade pessoal para a prática do bem, a ajuda aos outros, as atividades filantrópicas na igreja ou comunidade.

O serviço cristão ativo é um trabalho exigente e cansativo, por isso, “não nos cansemos de fazer o bem, porque a seu tempo ceifarmos, se não desanimarmos”. Se o agricultor se cansar de semear, deixando parte do seu campo sem sementeira, vai colher apenas uma parte. O mesmo acontece com as boas obras.

O que será a colheita? A perseverante prática do bem na igreja e sociedade trará como colheita consolo para os oprimidos, alívio para as pessoas necessitadas, pode ajudar a deter a deterioração moral da sociedade e até mesmo levar um pecador ao arrependimento e salvação. Quem o pratica ficará satisfeito e feliz em ver os resultados.
“Portanto, enquanto temos oportunidade, façamos o bem a todos, especialmente aos da família da fé”.

Sabemos que nossa vida neste mundo está cheia de tais oportunidades para fazer o bem. Devemos assim proceder, mas principalmente para com os nossos irmãos na fé, a família de Deus. Mas, não devemos parar por aí, entendemos pelo ensino de Jesus que até mesmo os nossos inimigos devem ser alvos do nosso bem.

CONCLUSÃO:

Meus irmãos, o principio da semeadura continua sendo válido. O que o homem semear isto ele colherá. O que estamos semeando?
Sei que na condição de Ministro do evangelho preciso semear a Palavra de Deus com fidelidade e dedicação.

Na condição de Cristãos verdadeiros nós temos por dever semear para o Espírito, viver para glorificar a Deus, nos despojando do velho homem, se revestindo do novo a cada dia. 

O fazer o bem é obrigação nossa, ajudar os necessitados, exercer atividades filantrópicas em relação a todos, mas principalmente os que compartilham conosco a fé em Jesus Cristo.

Em nenhuma dessas esferas podemos zombar de Deus. Em cada uma delas opera o mesmo principio. E considerando que não podemos enganar a Deus, somos tolos se tentarmos nos enganar a nós mesmos.
Devemos nos submeter ao senhorio de Cristo e esperar colher o que semeamos, portanto, vamos semear a boa semente para termos uma boa colheita.






segunda-feira, 16 de julho de 2012

(O Segundo Mandamento) Como Deus deve ser Adorado?


Não farás para ti imagem de escultura, nem alguma semelhança do que há em cima nos céus, nem em baixo na terra, nem nas águas debaixo da terra.
Não te encurvarás a elas nem as servirás; porque eu, o SENHOR teu Deus, sou Deus zeloso, que visito a iniquidade dos pais nos filhos, até a terceira e quarta geração daqueles que me odeiam. E faço misericórdia a milhares dos que me amam e aos que guardam os meus mandamentos. Êxodo 20:4-6

Então o SENHOR vos falou do meio do fogo; a voz das palavras ouvistes; porém, além da voz, não vistes figura alguma. Então vos anunciou ele a sua aliança que vos ordenou cumprir, os dez mandamentos, e os escreveu em duas tábuas de pedra. Deuteronômio 4:12-13

Tema: Como Deus deve ser Adorado?

Introdução: Distinções entre o primeiro e o segundo Mandamento:

Os luteranos e os romanistas não fazem distinção entre o primeiro e o segundo mandamento, mas os reformados veem claramente essa distinção. O primeiro mandamento trata dos deuses falsos e o segundo do modo como o Deus verdadeiro deve ser adorado.

1-O que Proíbe o segundo Mandamento?

a) A idolatria> Obs. a idolatria proibida no segundo mandamento difere da proibida no primeiro mandamento. A do primeiro mandamento tem a ver com o a substituição do Deus verdadeiro por outro “deus”, “Não terás outros deuses diante de mim”, enquanto no segundo mandamento, a proibição tem a ver com os meios de culto.

“Guardai, pois, com diligência as vossas almas, pois nenhuma figura vistes no dia em que o SENHOR, em Horebe, falou convosco do meio do fogo; Para que não vos corrompais, e vos façais alguma imagem esculpida na forma de qualquer figura, semelhança de homem ou mulher “ (Dt 4:15-16)

“Sendo nós, pois, geração de Deus, não havemos de cuidar que a divindade seja semelhante ao ouro, ou à prata, ou à pedra esculpida por artifício e imaginação dos homens”. (At 17:29).

A grande Pergunta que deve ser feita diante do Segundo mandamento é: Será que podemos adorar a Deus do modo que quisermos?

Você já se perguntou por que o nosso culto é simples, sem imagens de Jesus ou dos santos, sem candelabros ou trombetas de Israel?

R= Por causa do segundo Mandamento!

A frase inicial do segundo mandamento é “Não Farás”, isso deve nos atingir, pois nós somos seres que Fazemos coisas. E, quando fazemos alguma coisa, temos prazer nela. Fazemos todos os tipos de coisas e encontramos grande satisfação nelas. É nesse ponto que reside o problema: a sedução e o fascínio. E aí perguntamos; “por que não posso fazer isso, se eu tenho talento”?
A Confissão de fé de Westminster no seu cap XXI quando fala da adoração ela diz:

“o modo aceitável de adorar o verdadeiro Deus é instituído por ele mesmo e tão limitado pela sua vontade revelada, que não deve ser adorado segundo as imaginações e invenções dos homens ou sugestões de Satanás nem sob qualquer representação visível ou de qualquer outro modo não prescrito nas Santas Escrituras”.

Um dos textos citados pela confissão nessa seção é (Jo 4:24) “Deus é Espírito, e importa que os que o adoram o adorem em espírito e em verdade”.

Por que os ídolos são perigosos?

Ídolos implicam:

Fabricação= um deus fabricado
Finitude= um deus finito
Controle= um deus controlado
Estado físico e visual= satisfazendo os anseios carnais e sensoriais do homem.

Conclusão-Aplicação

2-O que compreendemos no segundo mandamento que é útil pra nós hoje?

a)A soberania de Deus sobre nós: por ser Deus soberano, ele tem o direito de estabelecer leis para o culto. Nos nossos dias a doutrina da soberania de Deus tem sido abandonada! Quando dizemos que Deus é soberano na salvação do homem isso soa como uma ofensa ao homem moderno, parece que lhe tiraram um “direito”, se alguém tem direito esse alguém é Deus! “Ou não me é lícito fazer o que quiser do que é meu?” (Mt 20:15).

b)O zelo de Deus pelo seu próprio Culto: “porque eu, o SENHOR teu Deus, sou Deus zeloso”. Isso deve provocar em nós um santo temor, pois não queremos apresentar ao nosso Deus “fogo estranho” como fizeram Nadabe e Abiú:

“E os filhos de Arão, Nadabe e Abiú, tomaram cada um o seu incensário e puseram neles fogo, e colocaram incenso sobre ele, e ofereceram fogo estranho perante o SENHOR, o que não lhes ordenara. Então saiu fogo de diante do SENHOR e os consumiu; e morreram perante o SENHOR”. (Lv 10:1-2).

Alguém poderia argumentar, mas isso foi no AT. Talvez fosse esse o argumento de alguns nos dias em que o escritor da carta aos Hebreus estava escrevendo:

“Vede que não rejeiteis ao que fala; porque, se não escaparam aqueles que rejeitaram o que na terra os advertia, muito menos nós, se nos desviarmos daquele que é dos céus” (Hb 12:25) e no v.29 acrescenta “Porque o nosso Deus é um fogo consumidor”. 

Isso deveria ser um alerta para todo tipo de práticas estranhas que existem hoje na igreja brasileira. Ex: adoração extravagante, unção de objetos, entretenimento, etc.

Que Deus nos ajude a adorá-lo de acordo com a sua soberana Vontade!


Jairo Rivaldo



quarta-feira, 11 de julho de 2012

CARACTERÍSTICAS DO RELACIONAMENTO CRISTÃO Gálatas 5: 26 – 6: 5


INTRODUÇÃO:

No texto em apreço, Paulo fala dos relacionamentos pessoais, principalmente com irmãos que fazem parte do nosso convívio.
Ele nos mostra que uma das maiores evidências do nosso andar no Espírito se reflete no relacionamento prático de amor para com as outras pessoas, e se o primeiro fruto do Espírito é o amor, isso se torna apenas lógico.
Contudo, é mais fácil falar a respeito do amor do que agir de maneira amorosa em circunstancias que exige de nós uma atitude prática. Por isso, o apóstolo nos mostra como devemos nos comportar em relação ao próximo quando andamos no Espírito.

1.      HUMILDADE (cp. 5 vs. 26).
“Não sejamos presunçosos, provocando uns aos outros e tendo inveja uns dos outros”.
Esse versículo é bem instrutivo, pois mostra que a nossa conduta para com os outros é determinada pela opinião que temos de nós mesmos.
“Não sejamos presunçosos” - a palavra grega para presunçosos (kenodoxos) traz a ideia de uma pessoa cuja opinião de si mesma é vazia, vã ou falsa. E, quando temos uma visão a respeito de nós mesmos que é falsa ou convencida, nossos relacionamentos ficam sujeitos a serem envenenados.
Pois, primeiro seremos provocadores, a ideia é de desafiar alguém para uma competição, ou seja, queremos demonstrar a nossa superioridade. Outra possibilidade dos presunçosos é a inveja, se consideram os outros superiores a si mesmos ficam com inveja.

APLICAÇÃO: Essa atitude é totalmente oposta a do crente cheio do Espírito Santo, pois esses pensam sobre si mesmo com humildade e moderação (Rm. 12: 3). Assim procedem, porque o Espírito Santo já abriu seus corações para ver seus próprios pecados e também a importância dos outros irmãos aos olhos de Deus. Então, longe de sermos presunçosos devemos agir humildemente e procurar oportunidades para servirmos nossos irmãos.
2.      VERDADE (vs. 1).

“Irmãos, se alguém for surpreendido nalguma falta, vós, que sois espirituais corrigi-o com o espírito de brandura. E guarda-te para que não sejais também tentado”.
No referido versículo Paulo nos orienta sobre o que fazer se flagrarmos um irmão em pecado. Ele diz: “corrigi-o” – (em grego – katartizo) significa restaurar a condição anterior. Devemos tentar trazê-lo ao bom caminho.
Contudo, nos diz a Palavra de Deus, que não é qualquer crente que pode fazer isso, apenas: “vós que sois espirituais”, ou seja, aquele cristão que anda pelo Espírito deve tentar restaurá-lo.
No complemento do versículo, nos diz o apóstolo que essa correção deve ser feita com brandura, ou seja, mansidão, verdade em amor e apenas os crentes maduros e que andam no Espírito possuem esta qualidade.
Na ultima orientação do versículo, nos diz Paulo que devemos ter cuidado para também não sejamos tentados, devemos entender que somos fracos e que temos uma inclinação para pecar, por isso, cuidado!

APLICAÇÃO: Diante do pecado do nosso irmão precisamos agir como a Palavra de Deus nos ordena. Ou seja, corrigido-o, falando a verdade em amor, evitando assim, falatórios inúteis, intrigas e promovendo a paz.

3.      ALTRUÍSMO (vs. 2,3).
“Levai as cargas uns dos outros”... - Todos nós temos cargas e Deus não pretende que carreguemos sozinhos. É verdade que devemos colocar diante de Deus todos as nossas cargas, lutas, etc. Mas, uma forma de Deus aliviar nosso fardo é através da amizade verdadeira.
Um exemplo notável dessa verdade é visto no próprio Paulo, que estava angustiado e atribulado, mas Deus confortou-o com a presença de Tito (2 Co 7: 5, 6).
 ...”e assim cumprireis a lei de Cristo” – A lei de Cristo é amar uns aos outros como ele nos ama, então, amar ao próximo é cumprir a lei. Portanto, devemos carregar as cargas uns dos outros, isto é altruísmo.
“Porque, se alguém cuida ser alguma coisa, não sendo nada, engana-se a si mesmo” (vs. 3).
A implicação é a seguinte, se não queremos carregar os fardos mutuamente, acharemos que somos superiores aos outros. Mas, pensar assim é enganar-se a si mesmo, é vanglória.

APLICAÇÃO: Precisamos entender que todos nós temos lutas, problemas, dificuldades, e uma das formas que Deus utiliza-se para aliviar essa carga é o nosso relacionamento fraterno, devemos compartilhar, orar e nos ajudar mutuamente, assim estaremos cumprindo a lei de Cristo.

4.      RESPONSABILIDADE (vs. 4,5).
Vejamos o versículo 4: “Cada um examine os próprios atos, e então poderá orgulhar-se de si mesmo, sem se comparar com ninguém”. Em vez de ficar analisando o nosso próximo e nos comparando a ele, devemos testar nosso próprio trabalho, pois temos de carregar o nosso fardo e um dia teremos que prestar contas ao Senhor.
É o que diz o versículo 5: “Pois cada um levará o seu próprio fardo”. Esse versículo parece estar em contradição com o versículo 2, mas apenas parece.
No versículo 5, o termo usado para  fardo  (no grego é phortion) era uma palavra comum para pacote. E no versículo 2 a palavra grega para cargas (baros), significa um peso ou fardo pesado.
Então, devemos compartilhar os fardos que são pesados demais para carregarmos sozinhos. Existe, porém, um fardo que não podemos dividir, este é de nossa responsabilidade carregar, por exemplo: andar em verdade, crucificar a carne, são responsabilidades individuais.

APLICAÇÃO: Então, devemos entender que temos responsabilidades diante de Deus, vivendo uma vida cristã digna do nosso chamamento, procurando em todas as áreas glorificar a Deus.

CONCLUSÃO:

Neste sermão, refletimos sobre algumas características do relacionamento cristão. Assim, devemos entender que o nosso relacionamento cristão está baseado no fato de sermos irmãos.

Portanto, devemos cuidar dos nossos irmãos, e preocupando com o bem-estar deles. Jamais provocando-os ou invejando-os.
Devemos ajudá-los a carregar o seu fardo, se ele cair em pecado devemos restaurá-lo. E conforme a Palavra de Deus é assim que se cumpre a lei de Cristo.


terça-feira, 3 de julho de 2012

Exposição em Gálatas 5: 16 – 25


INTRODUÇÃO:
Neste capítulo a grande ênfase do Apóstolo Paulo é que em Cristo estamos em verdadeira liberdade. Antes, estávamos escravizados pelo pecado, mas agora somos filhos de Deus.
No texto em apreço, Paulo fala do conflito entre a carne e o Espírito, mostra-nos ainda que o Espírito Santo é o nosso santificador, e o único que pode se opor à nossa carne e subjugá-la.
Sabemos que é Jesus Cristo que nos liberta. Mas sem a obra contínua, orientadora e santificadora do Espírito Santo, a nossa liberdade é deturpada.
Então, veremos que o texto referido pode ser dividido em duas partes: A realidade do Conflito (vs. 16 – 23) e o Caminho da Vitória Cristã (vs. 24, 25).

TEMA: O Conflito Entre a Carne e o Espírito e o Caminho da Vitória

1.      A Realidade do Conflito (vs. 16 – 23).
Vejamos o que nos diz os versículos 16 e 17 = “Por isso digo: vivam pelo Espírito, e de modo nenhum satisfarão os desejos da carne. Pois a carne deseja o que é contrário ao Espírito; e o Espírito, o que é contrário à carne. Eles estão em conflito um com o outro, de modo que vocês não fazem o que desejam”.
O texto faz referência aos combatentes do conflito cristão, a carne e o Espírito. À luz da Bíblia, podemos afirmar que a “carne” representa o que somos por natureza e o “Espírito” o que nos tornamos pelo novo nascimento, o nascimento do Espírito. Estes dois, a carne e o Espírito vivem em ferrenha oposição.
Consideremos agora o tipo de comportamento através do qual se expressam as duas naturezas:
1.1  As Obras da Carne (vs. 18 - 21).
As obras da carne são conhecidas, ou seja, as palavras e os atos pelos quais se manifesta, são públicos e evidentes. A partir do versículo 19 ao 21, Paulo elabora uma lista que abrange quatro áreas: sexo, religiosidade, sociedade e alimentação. Observemos:
a)      Sexualidade: Prostituição – qualquer tipo de comportamento sexual ilegal (casos extraconjugais, sexo fora do casamento, etc). Impureza – comportamento anormal envolve pensamentos pecaminosos. Lascívia – um público e atrevido desprezo pelo decoro (várias músicas contemporâneas contribuem para a lascívia).
b)      Religiosidade: Idolatria – culto prestado a deuses falsos. Feitiçaria – intercâmbio secreto com os poderes do mal (macumbaria, cartomancia, búzios, necromancia, etc.).
c)      Sociedade: ódio, discórdia, ciúmes, ira, egoísmo, dissensões, facções e inveja – tudo isso contribui para a separação e inimizades entre as pessoas em seu convívio social.
d)     Alimentação: Bebedices – embriaguez. Glutonaria – excessos alimentares. Tanto uma coisa quanto outra acontecia em festas gregas e romanas.

1.2  O Fruto do Espírito (vs. 22, 23).
Temos aqui um aglomerado de nove graças cristãs que parecem descrever a atitude do cristão para com Deus, o próximo e ele mesmo.
a)      Atitude do Cristão em Relação a Deus: Amor, Alegria e Paz – o primeiro amor cristão deve para com Deus, sua principal alegria deve ser em Deus e a sua paz mais profunda é a sua paz com Deus.
b)      Atitude do Cristão em Relação ao Próximo: Longanimidade, Benignidade, Bondade – são virtudes sociais, expressam as qualidades para que tenhamos relacionamentos saudáveis; Longanimidade é a paciência em relação aos que nos irritam e perseguem; Benignidade é uma questão de disposição; Bondade se expressa em palavras e atos.
c)      Atitude do Cristão em Relação a Si Mesmo: Fidelidade, Mansidão e Domínio PróprioFidelidade - descreve uma característica de alguém que é confiável. Mansidão - significa poder sob controle, humildade e por fim Domínio Próprio – autocontrole.
Todas essas características são o fruto do Espírito, o produto natural que aparece na vida dos cristãos dirigidos pelo Espírito Santo. “Contra essas coisas não há lei” (vs. 23), pois a função da lei é controlar, restringir, impedir, e aqui não há necessidade de limitações.
Depois de analisar a realidade do conflito, Vejamos:
2.      O Caminho da Vitória Cristã (vs. 24, 25).
No versículo 24: “E os que são de Cristo crucificaram a carne com as suas paixões e concupiscências”Devemos crucificar a carne, nós é quem crucificamos nossa velha natureza, a ideia é de dia a dia matar nossa natureza pecaminosa. “Agora não se trata de morrer, o que já experimentamos através da nossa união com Cristo, é antes um deliberado matar”.
Tomamos a nossa velha natureza egocêntrica, com todas as suas paixões e desejos pecaminosos, e a pregamos na cruz.
No versículo 25: “Se vivemos pelo Espírito, andemos também pelo Espírito”. Devemos andar no Espírito, no verso 16 afirma que somos guiados pelo Espírito, há passividade de nossa parte. Contudo, no verso 25, a expressão está na voz ativa, indicando que nós é que devemos andar no Espírito.
O Espírito Santo toma a iniciativa e afirma seus desejos contra os da carne e forma em nós desejos santos e celestiais e nós nos submetemos a sua orientação e controle.
Então, andar no Espírito, é andar de acordo com a linha que o Espírito Santo estabelece, o Espírito nos guia, mas nós temos de andar no Espírito, de acordo com as suas regras.

CONCLUSÃO:
1.      Precisamos Entender Que a Vida Cristã Inclui Um Grande Conflito Entre a Carne e o Espírito.
Isto acontece porque a partir da conversão o Espírito Santo passou a habitar em nós, sendo assim, a carne e o Espírito vivem numa luta constante.
2.      Precisamos Entender Que o Caminho Para Vencer é a Mortificação da Carne e Um Andar Contínuo no Espírito.
Devemos ser determinados neste objetivo, é fundamental que a cada dia crucifiquemos o nosso desejo pecaminoso e façamos uso dos meios de santificação, ou seja, oração, leitura bíblica, participação nos cultos, assim estaremos andando no Espírito e vivendo para glória de Deus.