Na semana anterior, observamos
Esaú vendendo a bênção da primogenitura por um guisado que seu irmão Jacó havia
feito.
Posteriormente, Esaú mostra uma
segunda vez que não é digno do privilégio de ser o primogênito, pois, ele se
casa com duas mulheres hititas (Gn. 26:
34). É preciso recordar o quanto Abraão foi cuidadoso para que Isaque não
se casasse com uma mulher cananeia.
Ou seja, Esaú nunca considerou a
chamada e a promessa especiais de Deus. Ele agiu movido exclusivamente pelos
seus apetites e se casou com duas mulheres hititas.
Esaú não era digno do privilégio
de ser o primogênito, nem de representar o povo especial de Deus. Mas, seria Jacó mais digno do que ele?
EXPOSIÇÃO:
Isaque Prestes a Morrer
Vamos analisar o texto que fora
lido, inicialmente em Gn. 27: 1 – 4
= Isaque é cego em mais de uma maneira. Ele devia ter visto que o casamento de
Esaú comprometia o plano de Deus de que sua semente forme uma nação separada.
Assim como Esaú, Isaque é
controlado pelos próprios apetites. Nesse capítulo o narrador repete a palavra
caça oito vezes e comida saborosa seis vezes. Antes de morrer, Isaque deseja
saborear mais uma vez uma caça deliciosa e depois dar a bênção a Esaú.
Rebeca Elabora um Plano
Felizmente para Jacó, Rebeca ouve
o plano de Isaque, então, ela entra em ação, chama Jacó a parte e lhe diz o que
deve ser feito (vs. 6 – 10).
Mas, Jacó observa um problema
nesse esquema e diz a sua mãe (vs. 11,
12), porém, Rebeca descarta essa objeção e diz: “caia sobre mim essa
maldição” (vs. 13).
Jacó Obedece a Sua Mãe
Jacó traz os dois cabritos, que
Rebeca prepara cuidadosamente. Em seguida, ela toma as peles dos cabritos e
cobre com elas as mãos e a lisura do pescoço de Jacó. Finalmente, entrega nas
mãos de Jacó a comida preparada. Jacó agora está sozinho diante de seu pai,
será que a trama vai funcionar? Vamos observar:
Primeiro teste (vs. 18, 19),
Jacó mal pode esperar que para acabar com isso.
Segundo teste (vs. 20),
Ele usa o nome de Deus para escapar da pergunta. Pura blasfêmia.
Terceiro teste (vs. 22, 23), Isaque está prestes a lhe abençoar,
mas hesita e pergunta mais uma vez: “és meu filho Esaú mesmo?”
Quarto teste (vs. 24, 25), ou seja, Isaque estava reconhecendo a
voz de Jacó, por isso, ele responde brevemente, “eu sou”.
Quinto teste (vs. 26, 27), Jacó com o coração palpitando
aproxima-se e beija o pai cego. Quando Isaque sente o cheiro das roupas de
Esaú, se convence de que realmente é Esaú, e abençoa Jacó.
Jacó é Abençoado
Então, seguem-se três bênçãos:
Primeira bênção é sobre a fertilidade do campo (vs. 28);
Segunda bênção refere-se a
supremacia política (vs. 29 a);
Terceira bênção diz respeito às bênçãos e maldições
reciprocas (vs. 29 b), essa bênção é
semelhante à bênção que fora recebida por Abraão (Gn. 12: 3).
Esaú Chega da Caçada
Logo depois que Isaque abençoa
Jacó, Esaú chega de sua caçada, depois de fazer uma comida saborosa, a trouxe
para o seu pai e disse: “Levanta-te, meu pai, e come da caça de teu filho, para
que me abençoes” (vs. 30, 31).
Isaque fica confuso, e pergunta:
“Quem és tu?” Esaú respondeu: “sou Esaú, teu filho, o teu primogênito” (vs. 32). Fica claro que Isaque fora
enganado, por isso, fica revoltado (vs.
33). Uma vez concedida a bênção, Isaque não poderia toma-la de volta.
Contudo, Esaú roga-lhe alguma
outra bênção, mas Isaque responde: “veio teu irmão astuciosamente e tomou a tua
bênção” (vs. 34, 35). Esaú queixa-se
amargamente, Jacó significa enganador, suplantador. “Não reservaste nenhuma
bênção para mim?” (vs. 36).
Não existe nenhuma bênção
significativa para Esaú (vs. 37 – 40)
= Servirás a teu irmão, assim como o Senhor havia anunciado a Rebeca no
oráculo: “o mais velho servirá ao mais moço.
A narrativa se encerra com a
reação venenosa de Esaú (vs. 41),
esse texto lembra-nos de Caim assassinando Abel, seu irmão mais moço. Aqui está
a terceira indicação de que Esaú não é a semente da mulher.
Jacó
recebe a bênção do Senhor
Os descendentes de Jacó herdarão
a Terra Prometida. Jacó é a semente da mulher por meio da qual Deus realizará
seu plano redentor.
Mas, pode-se contestar, Jacó é um
enganador. Acaso, Deus aprova o engano? Sabemos que não, a lei de Deus proíbe o
falso testemunho (Êxodo 20: 16).
Além disso, Jacó e Rebeca tiveram que se separar depois dessa trama e nunca
mais voltaram a se ver, posteriormente, Jacó foi enganado por Labão e depois
por seus filhos.
Precisamos entender que a ênfase
do autor nessa história, não está no fato de Deus desaprovar o engano.
A sua mensagem é mais profunda, o
seu foco é que Deus pode usar até mesmo a malícia humana para realizar o seu
plano de conceder a bênção da aliança ao mais moço, Jacó.
APLICAÇÃO:
Os edomitas eram descendentes de
Esaú, portanto, inimigos de Israel. Com essa narrativa, Moisés reafirma que
Deus concedeu de fato a Sua bênção da aliança não a Edom, mas aos seus
antepassados. Esse era o plano de Deus para Israel e esse plano não poderia ser
frustrado.
Seguindo essa linha de
raciocínio, hoje a Igreja é o Israel de Deus, e devemos compreender que Deus
pode até mesmo usar a malícia humana para realizar seu plano redentor.
Um exemplo nítido que corrobora
com esta declaração foi o sofrimento, morte e ressurreição de Jesus Cristo.
Judas Escariotes o traiu, Pilatos o desprezou, os sacerdotes e o Sinédrio
arranjaram falsas testemunhas contra Cristo.
Então, no dia de Pentecostes,
Pedro pregou a multidão e disse: “Jesus Nazareno, foi entregue por propósito
determinado e pré-conhecimento de Deus; e vocês, com a ajuda de homens
perversos, o mataram, pregando-o na cruz. Mas Deus o ressuscitou dos mortos,
rompendo os laços da morte, porque era impossível que a morte o retivesse” (Atos 2:23-24).
Deus pode usar até mesmo a
malícia humana para realizar o seu plano redentor. Jesus morreu para pagar a
pena do pecado de uma vez por todas, e ressuscitou para restabelecer o reino de
Deus nesta terra.
CONCLUSÃO:
Embora vejamos pouco deste reino
atualmente, a mensagem que nos chega hoje é a de que Deus pode usar até mesmo a
malícia humana para realizar seu plano redentor. Deus é soberano acima de tudo
e de todos. O seu plano maravilhoso não pode fracassar.
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