terça-feira, 2 de julho de 2013

Pode Usar a Malícia Humana Para Realizar Seu Plano Redentor- Gn. 27: 1 – 45

INTRODUÇÃO:

Na semana anterior, observamos Esaú vendendo a bênção da primogenitura por um guisado que seu irmão Jacó havia feito.

Posteriormente, Esaú mostra uma segunda vez que não é digno do privilégio de ser o primogênito, pois, ele se casa com duas mulheres hititas (Gn. 26: 34). É preciso recordar o quanto Abraão foi cuidadoso para que Isaque não se casasse com uma mulher cananeia.

Ou seja, Esaú nunca considerou a chamada e a promessa especiais de Deus. Ele agiu movido exclusivamente pelos seus apetites e se casou com duas mulheres hititas.
Esaú não era digno do privilégio de ser o primogênito, nem de representar o povo especial de Deus. Mas, seria Jacó mais digno do que ele?

EXPOSIÇÃO:

Isaque Prestes a Morrer
Vamos analisar o texto que fora lido, inicialmente em Gn. 27: 1 – 4 = Isaque é cego em mais de uma maneira. Ele devia ter visto que o casamento de Esaú comprometia o plano de Deus de que sua semente forme uma nação separada.

Assim como Esaú, Isaque é controlado pelos próprios apetites. Nesse capítulo o narrador repete a palavra caça oito vezes e comida saborosa seis vezes. Antes de morrer, Isaque deseja saborear mais uma vez uma caça deliciosa e depois dar a bênção a Esaú.

Rebeca Elabora um Plano

Felizmente para Jacó, Rebeca ouve o plano de Isaque, então, ela entra em ação, chama Jacó a parte e lhe diz o que deve ser feito (vs. 6 – 10).

Mas, Jacó observa um problema nesse esquema e diz a sua mãe (vs. 11, 12), porém, Rebeca descarta essa objeção e diz: “caia sobre mim essa maldição” (vs. 13).

Jacó Obedece a Sua Mãe

Jacó traz os dois cabritos, que Rebeca prepara cuidadosamente. Em seguida, ela toma as peles dos cabritos e cobre com elas as mãos e a lisura do pescoço de Jacó. Finalmente, entrega nas mãos de Jacó a comida preparada. Jacó agora está sozinho diante de seu pai, será que a trama vai funcionar? Vamos observar:
Primeiro teste (vs. 18, 19), Jacó mal pode esperar que para acabar com isso.

Segundo teste (vs. 20), Ele usa o nome de Deus para escapar da pergunta. Pura blasfêmia.

Terceiro teste (vs. 22, 23), Isaque está prestes a lhe abençoar, mas hesita e pergunta mais uma vez: “és meu filho Esaú mesmo?”

Quarto teste (vs. 24, 25), ou seja, Isaque estava reconhecendo a voz de Jacó, por isso, ele responde brevemente, “eu sou”.

Quinto teste (vs. 26, 27), Jacó com o coração palpitando aproxima-se e beija o pai cego. Quando Isaque sente o cheiro das roupas de Esaú, se convence de que realmente é Esaú, e abençoa Jacó.

Jacó é Abençoado    
      
Então, seguem-se três bênçãos:

Primeira bênção é sobre a fertilidade do campo (vs. 28);

Segunda bênção refere-se a supremacia política (vs. 29 a);    
      
Terceira bênção diz respeito às bênçãos e maldições reciprocas (vs. 29 b), essa bênção é semelhante à bênção que fora recebida por Abraão (Gn. 12: 3).

Esaú Chega da Caçada    
     
Logo depois que Isaque abençoa Jacó, Esaú chega de sua caçada, depois de fazer uma comida saborosa, a trouxe para o seu pai e disse: “Levanta-te, meu pai, e come da caça de teu filho, para que me abençoes” (vs. 30, 31).

Isaque fica confuso, e pergunta: “Quem és tu?” Esaú respondeu: “sou Esaú, teu filho, o teu primogênito” (vs. 32). Fica claro que Isaque fora enganado, por isso, fica revoltado (vs. 33). Uma vez concedida a bênção, Isaque não poderia toma-la de volta.

Contudo, Esaú roga-lhe alguma outra bênção, mas Isaque responde: “veio teu irmão astuciosamente e tomou a tua bênção” (vs. 34, 35). Esaú queixa-se amargamente, Jacó significa enganador, suplantador. “Não reservaste nenhuma bênção para mim?” (vs. 36).

Não existe nenhuma bênção significativa para Esaú (vs. 37 – 40) = Servirás a teu irmão, assim como o Senhor havia anunciado a Rebeca no oráculo: “o mais velho servirá ao mais moço.

A narrativa se encerra com a reação venenosa de Esaú (vs. 41), esse texto lembra-nos de Caim assassinando Abel, seu irmão mais moço. Aqui está a terceira indicação de que Esaú não é a semente da mulher.

 Jacó recebe a bênção do Senhor

Os descendentes de Jacó herdarão a Terra Prometida. Jacó é a semente da mulher por meio da qual Deus realizará seu plano redentor.

Mas, pode-se contestar, Jacó é um enganador. Acaso, Deus aprova o engano? Sabemos que não, a lei de Deus proíbe o falso testemunho (Êxodo 20: 16). Além disso, Jacó e Rebeca tiveram que se separar depois dessa trama e nunca mais voltaram a se ver, posteriormente, Jacó foi enganado por Labão e depois por seus filhos.

Precisamos entender que a ênfase do autor nessa história, não está no fato de Deus desaprovar o engano.
A sua mensagem é mais profunda, o seu foco é que Deus pode usar até mesmo a malícia humana para realizar o seu plano de conceder a bênção da aliança ao mais moço, Jacó.

APLICAÇÃO:

Os edomitas eram descendentes de Esaú, portanto, inimigos de Israel. Com essa narrativa, Moisés reafirma que Deus concedeu de fato a Sua bênção da aliança não a Edom, mas aos seus antepassados. Esse era o plano de Deus para Israel e esse plano não poderia ser frustrado.

Seguindo essa linha de raciocínio, hoje a Igreja é o Israel de Deus, e devemos compreender que Deus pode até mesmo usar a malícia humana para realizar seu plano redentor.

Um exemplo nítido que corrobora com esta declaração foi o sofrimento, morte e ressurreição de Jesus Cristo. Judas Escariotes o traiu, Pilatos o desprezou, os sacerdotes e o Sinédrio arranjaram falsas testemunhas contra Cristo.

Então, no dia de Pentecostes, Pedro pregou a multidão e disse: “Jesus Nazareno, foi entregue por propósito determinado e pré-conhecimento de Deus; e vocês, com a ajuda de homens perversos, o mataram, pregando-o na cruz. Mas Deus o ressuscitou dos mortos, rompendo os laços da morte, porque era impossível que a morte o retivesse” (Atos 2:23-24).

Deus pode usar até mesmo a malícia humana para realizar o seu plano redentor. Jesus morreu para pagar a pena do pecado de uma vez por todas, e ressuscitou para restabelecer o reino de Deus nesta terra.

CONCLUSÃO:

Embora vejamos pouco deste reino atualmente, a mensagem que nos chega hoje é a de que Deus pode usar até mesmo a malícia humana para realizar seu plano redentor. Deus é soberano acima de tudo e de todos. O seu plano maravilhoso não pode fracassar.



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