A vida de uma pessoa agitada é normalmente caracterizada por
uma luta obstinada e incansável, impulsionada por uma mistura volátil de
orgulho, perfeccionismo e autossuficiência.
Temos muitos nomes para o agitado: o motivado, o ativista, o
visionário, o revolucionário, o obstinado, o agitador. Também conhecemos as
pessoas agitadas como aquelas que são irritadas, deprimidas, frustradas,
insatisfeitas, gananciosas, famintas por poder e muito frequentemente ansiosas
ao extremo. Alguns agitados, nós festejamos; outros, evitamos.
Contudo, Deus nunca exigiu que enfrentássemos as pressões e
exigências da vida do nosso jeito ou confiássemos em nossa própria força.
Também não disse que ganharíamos seu favor se reuníssemos um
impressionante portfólio de boas obras. Em
vez disso, ele nos convida a entrar em seu descanso.
EXPOSIÇÃO:
Em seis dias, Deus criou o mundo, deu-lhe ordem e propósito,
encheu-o de vida e de tudo que precisava para florescer (vs. 1).
Desse modo, no sétimo dia Deus encerrou toda atividade para
olhar sua obra e declarar que ela era boa. Ela estava completa.
A partir do versículo
2, diz que Deus concluiu a sua obra no sétimo dia e descansou. Nos
primeiros seis dias, subjuga-se espaço; no sétimo santifica-se tempo. Esse dia
é abençoado para o refrigério da terra. Vale lembrar que, Deus convoca a
humanidade a imitar o padrão de trabalho e descanso do Rei e assim confessar
que Deus é Senhor e consagrar-se a Ele
(Êxodo 31: 17).
Em relação ao sétimo
dia (vs. 3), não se
faz nenhuma menção de “tarde e manhã”, isso porque a ordenança do descanso
continua e nós somos exortados a participarmos dele e a olharmos para o
descanso sabático como sendo algo eterno e redentor (Hebreus 4: 1 – 11).
BREVE DESENVOLVIMENTO
HISTÓRICO
Conforme sabemos, Deus usou Moisés na escrita do livro de
gênesis, bem como, na árdua tarefa de conduzir o povo hebreu à Terra Prometida.
Durante toda a jornada, ele se referiu a terra prometida como lugar de descanso:
“Até que o SENHOR dê descanso a vossos
irmãos como a vós; para que eles herdem também a terra que o SENHOR vosso Deus
lhes há de dar além do Jordão; então voltareis cada qual à sua herança que já
vos tenho dado” (Dt. 3: 20)
“E o SENHOR lhes deu repouso de todos os lados, conforme a
tudo quanto jurara a seus pais; e nenhum de todos os seus inimigos pode
resisti-los; todos os seus inimigos o SENHOR entregou-lhes nas mãos” (Josué 21: 44).
Mas, quando estavam perto da fronteira da terra prometida,
eles recuaram. Todavia, dois membros dentre os que foram enviados para
reconhecer a terra declararam: “subamos e
tomemos posse da terra. É certo que venceremos” (Nm. 13: 30).
Mas, a maioria incrédula declarou: "Não podemos atacar aquele povo; é mais forte do que nós" (vs. 31).
E espalharam entre os
israelitas um relatório negativo acerca daquela terra. Disseram: "A terra
para a qual fomos em missão de reconhecimento devora os que nela vivem. Todos
os que vimos são de grande estatura. Vimos também os gigantes, os descendentes
de Enaque, diante de quem parecíamos gafanhotos, a nós e a eles" (vs.
32, 33).
Por isso, Deus os fez vagar o pelo deserto durante 40 anos,
depois que os descrentes da velha geração morreram Israel mais uma vez se
colocou na fronteira da terra prometida e recebeu uma sensata advertência: “Quando, pois, o SENHOR teu Deus te
introduzir na terra que jurou a teus pais, Abraão, Isaque e Jacó, que te daria,
com grandes e boas cidades, que tu não edificaste, E casas cheias de todo o
bem, que tu não encheste, e poços cavados, que tu não cavaste, vinhas e
olivais, que tu não plantaste, e comeres, e te fartares, Guarda-te, que não te esqueças do SENHOR, que te tirou da terra do
Egito, da casa da servidão” (Dt.
6: 10-12).
Mas, eles se esqueceram do que Deus havia falado, com o
passar do tempo deixaram de confiar em Deus, se envolveram na idolatria e se
tornaram complacentes com o pecado.
Consequentemente, eles habitavam a terra prometida, mas nunca
de fato entraram no seu descanso (Sl.
95: 11). A terra prometida era uma representação visível e palpável do último
desejo de Deus para seu povo, mas eles não compreenderam.
Portanto, o descanso sabático incorpora tudo o que o Criador
desejava que a humanidade desfrutasse desde o início dos tempos.
De todas as pessoas que deveriam compreender o descanso
sabático, achamos que os mais entendidos seriam os seguidores de Jesus. Puro
engano!
A primeira geração de seguidores de Jesus Cristo ainda não
havia saído de cena, e um dos apóstolos escreveu uma carta exortando-os a não
repetir os pecados de seus pais:
Visto que nos foi
deixada a promessa de entrarmos no descanso de Deus, temamos que algum de vocês
pense que tenha falhado. 2 Pois as
boas novas foram pregadas também a nós, tanto quanto a eles; mas a mensagem que
eles ouviram de nada lhes valeu, pois não foi
acompanhada de fé por aqueles que a ouviram. 3 Pois nós, os que cremos, é que entramos naquele descanso,
conforme Deus disse: "Assim jurei na minha ira: Jamais entrarão no meu
descanso" — embora as suas obras estivessem concluídas desde a criação do
mundo. 4 Pois em certo lugar ele
falou sobre o sétimo dia, nestas palavras: "No sétimo dia Deus descansou
de toda obra que realizara". 5 E
de novo, na passagem citada há pouco, diz: "Jamais entrarão no meu
descanso". 6 Entretanto, resta entrarem alguns naquele descanso, e aqueles
a quem anteriormente as boas novas foram pregadas não entraram, por causa da
desobediência. 7 Por isso Deus
estabelece outra vez um determinado dia, chamando-o "hoje", ao
declarar muito tempo depois, por meio de Davi, de acordo com o que fora dito
antes: "Se hoje vocês ouvirem a sua voz, não endureçam o coração". 8 Porque, se Josué lhes tivesse dado
descanso, Deus não teria falado posteriormente a respeito de outro dia. 9 Assim, ainda resta um descanso
sabático para o povo de Deus; 10 pois
todo aquele que entra no descanso de Deus, também descansa das suas obras, como
Deus descansou das suas. 11 Portanto,
esforcemo-nos por entrar nesse descanso, para que ninguém venha a cair,
seguindo aquele exemplo de desobediência.
O autor de Hebreus expressou seu temor de que aqueles que
ouviram as boas novas (evangelho) terminassem como os israelitas sem fé,
vagueado em algum lugar lá fora, à beira do descanso, sem jamais entrar nele.
A advertência de Hebreus
4: 2 – 8 indica a descrença como a principal razão de os israelitas terem
recuado na fronteira da terra prometida, e revela também que a descrença ameaça
impedir-nos de entrar no nosso descanso sabático. Quando a nação israelita
estava diante da terra prometida, dividiu-se em dois grupos (os crentes e os
incrédulos).
O reformador João Calvino fez o seguinte comentário: “O que nos fecha a porta é unicamente a
incredulidade. Portanto, a mão que a abre é a fé. Devemos conservar em mente o
que já foi exposto, ou seja: que em sua ira contra os incrédulos, Deus jurou
que jamais participariam da bênção prometida. Portanto, aqueles que não são
impedidos pela incredulidade entram, uma vez que Deus os convida. Deus os atrai
com maior doçura, distinguindo-os dos estranhos” (Comentário de Hebreus, pg. 103. Ed. Parácletos).
A incredulidade é vista em pelo menos
uma tendência, a de comparar os desafios da vida com nossa própria adequação,
em vez de nos basearmos nas promessas de Deus.
APLICAÇÃO:
Podemos observar que o
descanso sabático tem principalmente um significado eterno, portanto, envolve a fé que devemos
depositar no sacrifício de Jesus como sendo em nosso favor, e assim, eliminar a
confiança em nossa própria capacidade de ganhar um lugar no céu, confiar na
provisão de Deus é a essência da salvação.
Entrar no descanso
sabático também tem importância temporal. Exige fé no Criador Soberano para encontrar
significância pessoal em nosso relacionamento com Deus, não em coisas como a
quantidade de dinheiro que posso ganhar, o sucesso que posso obter ou as coisas
que posso adquirir.
CONCLUSÃO:
Os agitados possuem um deus bastante pequeno, pois criam e
nutrem a ilusão de segurança ao encher a conta bancária, ao manipular
relacionamentos ou evita-los, ao confiar em seus próprios esforços para obter
sucesso e salvação. Mas, por fim descobrem que nada que venha de sua própria
provisão é satisfatório. Com recursos tão lamentáveis, não é de surpreender
tamanha agitação.
Mas, existe um caminho melhor. Lembra-se dele? A entrada
permanece aberta. O convite ainda pode ser aceito. “Ainda resta um descanso
sabático” para desfrutar.
Já que é melhor descansar em Jesus Cristo, por que se agitar?
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