terça-feira, 18 de setembro de 2012

A Queda do Homem e a Graça de Deus-Gênesis 3: 1 – 24


INTRODUÇÃO:

Nós vimos na semana anterior que Deus proporcionou todos os meios necessários para que Adão e Eva vivessem muito bem, eles tiveram todas as suas necessidades supridas, poderiam trabalhar, ter comunhão com Deus e desfrutarem da presença um do outro.

A ordem de Deus ao homem consistia em não comer da árvore do conhecimento do bem e do mal, ou seja, Deus estabeleceu limites ao ser humano, se ele viesse a ultrapassar, as consequências viriam, a desobediência provocaria a morte (Gn. 2: 16, 17).

Então, com base no texto de hoje nós vamos refletir sobre: A QUEDA DO SER HUMANO E A GRAÇA DE DEUS.

1.       A Queda Consiste em Ceder a Tentação (vs. 1-6).
É ainda nesse contexto paradisíaco que surge a figura da serpente, que não é Satanás, mas foi coadjuvante do tentador na tarefa de conduzir o homem ao pecado, e isso por causa da sua natureza perspicaz e sutil.

A tentação se inicia quando Eva começa a ouvir as palavras persuasivas da serpente, que tinha como objetivo distorcer a palavra de Deus em relação ao casal edênico. As distorções podem ser vistas no versículo 1: “E ela perguntou à mulher: Foi isto mesmo que Deus disse: Não comam de nenhum fruto das árvores do jardim”?

No desenrolar da conversa a serpente usa argumentos enganosos na tentativa de implantar na mulher o desejo de ser igual a Deus (vs. 4, 5), e infelizmente, Eva é atraída por aquilo que vê e imbuída do desejo de ser igual a Deus cede a tentação, come do fruto e dar ao seu marido que por sua vez também come do fruto proibido (vs. 6).

Podemos observar nesse acontecimento um exemplo prático de Tiago 1: 13, 14: “Quando alguém for tentado, jamais deverá dizer: Estou sendo tentado por Deus. Pois Deus não pode ser tentado pelo mal, e a ninguém tenta. Cada um, porém, é tentado pela própria cobiça, sendo por esta arrastado e seduzido”.

2.       A Queda Provoca Culpa (vs. 7-13).

A queda do estado original de perfeição causou vergonha, humilhação e culpa no casal. Por isso, ambos tentaram cobrir-se com folhas de figueira (vs. 7). Sobre isso, o estudioso bíblico Louis Berkhof diz o seguinte: “Esta mudança da condição real do homem refletiu-se em sua consciência, houve primeiramente uma consciência da corrupção, revelando-se no sentido de vergonha, e no esforço que nossos primeiros pais fizeram para cobrir a sua nudez, e depois, houve uma consciência da culpa, que achou expressão numa consciência acusadora e no temor de Deus que isso inspirou”.

Por causa da culpa e vergonha provenientes do pecado, o casal esconde-se de Deus. O Senhor por sua vez vai ao encontro do casal, numa demonstração de amor e graça, então Deus faz algumas perguntas: “onde estás? Quem te fez saber que estavas nu? Comeste do fruto que eu te ordenei que não comesses?” (vs. 9 – 11). Embora seja onisciente, Deus lhes interroga, induzindo-os a confessar a culpa.

Diante dos questionamentos, o casal revela sua aliança com Satanás distorcendo a verdade e acusando um ao outro, e por fim, a Deus. É a tentativa humana de transferir a culpa e jamais assumi-la.

3.       A Queda Revela a Punição de Deus (vs. 14-19).

A punição origina-se na retidão divina e em sua justiça. O Juiz celestial começa a dar o veredicto. Vejamos os versículos 14 e 15, podemos observar a serpente e por trás dela Satanás que estão sob o desprazer de Deus, o termo usado para serpente é maldita e deve rastejar.

A punição seria executada no contexto de hostilidade. A queda colocou o homem em associação com Satanás, mas Deus rompe essa recém-formada aliança, transformando a amizade do homem com Satanás em inimizade e restabelecendo a amizade do homem com Ele.

Em relação à mulher, a punição é mitigada, pois ela continuará a cumprir o seu papel de mulher, poderá gerar filhos, porém em meio a sofrimento e com muitas dores dará à luz (vs. 16).

Com referência a Adão, Deus o censurou por não haver exercido sua condição de cabeça em relação a mulher e também por desobedece-lo, não expressando seu senhorio sobre a criação. Por isso, Deus também amaldiçoou o ambiente no qual eles viviam.

O homem terá que trabalhar excessivamente para que a terra produza, contudo, o ponto máximo do juízo divino sobre o homem é que o mesmo baixará a sepultura, Adão que havia sido criado para governar a terra, agora o pó da terra o governará (vs. 17 – 19).

4.       A Queda Suscita a Promessa da Redenção (vs. 15, 21).

A mensagem que gênesis 3: 15 proclama é frequentemente do protoevangelho, é a primeira promessa da boa notícia da redenção.
Percebemos que a ação de Deus é graciosa, pois a punição foi aliviada em relação ao casal, que por causa da graça comum, alcança a humanidade de forma geral.

Porém, a graça especial de Deus é revelada em Jesus Cristo que é a semente da mulher. O versículo 15 sugere um conflito no nível das duas sementes, a semente da mulher e a semente de Satanás (homem natural em rebelião contra Deus), conflitam uma com a outra ao longo das eras.

Mas a semente da mulher esmagará a cabeça da serpente, Satanás será mortalmente ferido, totalmente derrotado.

Vejamos o que nos diz o versículo 21: “O Senhor Deus fez roupas de pele e com elas vestiu Adão e sua mulher”. A tentativa do homem de cobrir-se com folhas, era tão inadequada quanto o desejo de desculpar-se pelo pecado. A provisão de Deus fazendo-lhes vestimenta de peles é o primeiro vestígio da exigência de uma vítima sacrificial que ofereça uma cobertura capaz de promover a reconciliação.

O versículo 22 traz a ideia de que os seres humanos tornaram-se independentes, autônomos, decidindo por si mesmo o que é bom e o que é mau. Para que o homem não coma da árvore da vida e viva eternamente no estado de pecado, Deus o expulsa do jardim e coloca querubins com espadas flamejantes para guardar a árvore (vs. 23, 24).

Os querubins como guardiões são um memorial para Israel dos dois querubins que guardavam a arca sagrada do tabernáculo e mais tarde no templo. Também havia figura de querubins bordadas na cortina do templo, alertando o povo de que pecadores não são admitidos na presença de Deus, a não ser que Deus retire os querubins guardiões.

APLICAÇÃO:

Irmãos, apesar deste deplorável acontecimento que foi a queda do homem, podemos declarar que Deus é gracioso, Ele nos traz esperança nessa triste narrativa, pois, sabemos que Jesus é a semente da mulher, o segundo Adão.
Jesus também foi tentado por Satanás, não no paraíso, mas no deserto, em circunstâncias totalmente desfavoráveis, Jesus resistiu às tentações de Satanás.

Mas, Satanás ainda tinha aquela picada venenosa que podia atingir o calcanhar da semente da mulher, pela instigação do inimigo, as pessoas mataram Jesus. Porém, uma coisa maravilhosa aconteceu, em Mat. 27: 51 relata que quando Jesus deu o último suspiro “o véu do santuário se rasgou de alto a baixo”, esse véu era bordado com dois querubins, ou seja, quando o véu foi rasgado o caminho de acesso a Deus ficou livre.

A vitória de Satanás se converteu em derrota. No terceiro dia, Jesus ressuscitou dos mortos e subiu para estar a destra do Pai: “de há de vir julgar os vivos e os mortos”. O livro do apocalipse nos diz que o primeiro a ser julgado será Satanás: “O diabo, que as enganava, foi lançado no lago de fogo que arde com enxofre” (Ap. 20: 10).

Atente ainda para o que João vê:

Então o anjo me mostrou o rio da água da vida que, claro como cristal, fluía do trono de Deus e do Cordeiro, no meio da rua principal da cidade. De cada lado do rio estava a árvore da vida, que dá doze colheitas, dando fruto todos os meses. As folhas da árvore servem para a cura das nações. Já não haverá maldição nenhuma. O trono de Deus e do Cordeiro estará na cidade, e os seus servos o servirão (Ap. 22: 1-3).

Bem-aventurados aqueles que lavam as suas vestiduras no sangue do Cordeiro, para que lhes assista o direito a árvore da vida e entrem nas cidades pelas portas (Ap. 22: 4).

CONCLUSÃO:    
                                                                                      
Graças a Deus o paraíso será restaurado na terra por intermédio de Jesus Cristo. Esta é a esperança para todos quantos sofrem neste ínterim. O paraíso será algum dia restaurado na terra, e nós mais uma vez desfrutaremos de plena comunhão com Deus.

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