segunda-feira, 24 de setembro de 2012

A FIDELIDADE DE DEUS NA PRESERVAÇÃO DA SEMENTE DA MULHER-Gênesis 4: 1-26


INTRODUÇÃO:

O texto anterior de gênesis 3, descreve como Adão e Eva  se rebelaram contra Deus e caíram na tentação de Satanás. Mas, Deus rompeu rapidamente essa aliança ímpia entre aquele casal e o inimigo, no versículo 15 do mesmo capítulo, Deus diz a serpente: “porei inimizade entre ti a mulher, entre a tua descendência e o seu descendente”.

Inimizade, essa é a grande batalha que começou na alvorada da história e que se estenderá até que Jesus venha novamente. É uma batalha entre o reino da luz e o reino das trevas, entre os discípulos de Jesus Cristo e os discípulos de Satanás, entre Jesus Cristo e Satanás.

ELUCIDAÇÃO:

O nosso texto é dirigido a Israel, que sentiu o calor dessa batalha inicialmente. No Egito, Faraó tinha escravizado Israel. Depois ordenou que os meninos recém-nascidos fossem afogados no rio Nilo.

Mas, Deus os libertou desse império do mal. A caminho da Terra Prometida, Israel teve de lutar contra várias nações para garantir a própria existência. Eles devem ter pensado várias vezes: porque todas essas nações tentam nos destruir? Será que vamos sobreviver? O futuro deles às vezes parecia sem esperança. Moisés responde às suas preocupações contando-lhes acerca do começo dessa batalha.

Embora a narrativa pareça tratar de assassinato e violência, os versículos da conclusão chamam a atenção para a fidelidade de Deus em dar continuidade à semente da mulher.

Sendo assim, nesta noite vamos refletir sobre o seguinte tema: A FIDELIDADE DE DEUS NA PRESERVAÇÃO DA SEMENTE DA MULHER.

Caim e Abel, Dois Irmãos e Duas Ofertas (vs.1 – 5a).

No versículo 1, Eva diz: “Alcancei do SENHOR um homem”. É bem possível que no entendimento de Eva, Caim seja outro Adão. Um Homem concebido com o auxílio do SENHOR.
Caim é o primogênito, semelhantemente ao seu pai, ele é lavrador (vs. 2), então, Eva pensou, Caim é a semente da mulher.

Abel significa “vapor, hálito”, não há nenhum comentário feito por Eva a respeito de Abel. Ele é vulnerável, passivo, não fala e não se defende. Abel vive em conformidade com o seu nome.
O conflito começa no versículo 3, quando ambos trouxeram sua oferta ao Senhor. “Agradou-se o Senhor de Abel e de sua oferta; ao passo que de Caim e de sua oferta não se agradou”. É então, que surge a pergunta: Porque Deus se agradou de Abel e de sua oferta e não de Caim e de sua oferta?”.

Os israelitas conheciam a resposta. O texto diz que “Abel trouxe das primícias do seu rebanho e da gordura deste”, ou seja, ele ofertou o melhor a Deus, obedeceu à lei de Deus e demonstrou total dedicação ao Senhor. Observe que o Senhor olha para a pessoa, antes de olhar para a oferta, “Pela fé Abel ofereceu a Deus um sacrifício superior ao de Caim” (Hb. 11:4).

Em contraste, Caim trouxe apenas alguns do fruto da terra, a palavra primícias está ausente. A sua oferta é superficial, é algo que tem que ser feito, mas não é feito de coração. Portanto, Deus não se agradou. Como consequência da rejeição de Deus, Caim ficou irado (vs. 5).
A Revolta de Caim e Seu Pecado (vs. 5b – 10).

Como um pai amoroso que vai atrás de seu filho, Deus procurou Caim (vs. 6), o Senhor sugere que Caim ainda pode fazer o bem (moral), Caim não é uma desamparada vítima de Satanás, mas ele pode combater o pecado.

Porém, a essas perguntas segue-se uma advertência (vs. 7), o pecado é personificado como um animal violento que está de emboscada, pronto para saltar sobre a vítima. Ou seja, a serpente está pronta pra ferir novamente, dessa vez ela tenta Caim.

Apesar da advertência de Deus, Caim se recusa a ouvi-lo, em vez disso, nutre ira contra Deus e inveja contra seu irmão.

A história chega ao ápice no versículo 8, todo crime cometido no campo era considerado pelos israelitas como premeditado. Então, Caim matou seu irmão, ele não matou um inimigo, nem um estranho, mata o próprio irmão (fratricídio).

Deus viu o terrível ato de Caim, e assim como no pecado de Adão e Eva, Deus estabelece o tribunal e passa a interrogar Caim (vs. 9). O assassinato cometido por Caim e agora a sua mentira, mostram que ele passou para o lado do Diabo. Está claro que Caim não é a semente da mulher, ele é a semente da serpente que tenta destruir a semente da mulher.
O juiz celestial confronta Caim com o próprio crime (vs. 10), Abel revela-se a semente da mulher, e o seu sangue clama da terra ao Senhor.

A Punição de Deus e Sua Graça Protetora (vs. 11 – 16).

O Juiz celestial profere a sentença (vs. 11), Deus amaldiçoa Caim, mostrando que ele é de fato semente da serpente. Deus continua a decretação da sentença (vs. 12), o fazendeiro Caim será exilado da civilização. E o que é pior, será banido da presença de Deus.

Caim apela ao Senhor (vs. 13, 14), os israelitas ao lerem essa história entenderiam o temor de Caim. O homem homicida poderia ser morto a qualquer momento pelo “vingador do sangue”, um parente do morto passava a ser o vingador.
Mas vejamos o que diz o versículo 15: “O SENHOR, porém, disse-lhe: Portanto qualquer que matar a Caim, sete vezes será castigado. E pôs o SENHOR um sinal em Caim, para que o não ferisse qualquer que o achasse”.

Quanto a “marca” de Caim, o que importa é a sua utilidade: proteger a sua vida, é uma marca da bondade e misericórdia de Deus.

O primeiro enredo termina no versículo 16, Caim que foi gerado com o auxílio do Senhor, retirou-se da presença do Senhor e habitou na terra de Node, ao oriente do Éden.

A Depravação Humana na Descendência de Caim (vs. 17 – 24).

A maldição de Deus não remove totalmente a sua bondade: “Sede fecundos, multiplicai-vos”. Lemos no versículo 17: “Caim teve relações com sua mulher, e ela engravidou e deu à luz Enoque. Depois Caim fundou uma cidade, à qual deu o nome do seu filho Enoque”. Caim procura segurança numa fortaleza humana.

Numa rápida ordem de descendentes, o escritor traça a genealogia de Caim até a sétima geração e para em Lameque, cuja família revela tanto o alto grau de desenvolvimento da cultura quanto à profundidade do pecado na raça humana (vs. 18).

O narrador evidencia grandes desenvolvimentos culturais dessa linhagem da semente da serpente (vs. 19 – 22), Vemos novamente a misericórdia de Deus nos desenvolvimentos culturais que permitem ao povo enfrentar e desfrutar algum prazer num ambiente hostil e debaixo da maldição do Todo Poderoso.

Mas, nem tudo está bem. Lameque casando-se com duas mulheres quebra a ordem divina da criação a respeito do casamento, a monogamia. E passa então a se vangloriar-se para as duas esposas (vs. 23).

Lameque é um assassino brutal. A lei de Deus exigia que o castigo fosse proporcional ao crime, mas Lameque ultrapassa em muito o principio de justiça, ele mata um homem por que o feriu e um jovem porque o pisou.

E então se orgulha: “Porque sete vezes Caim será castigado; mas Lameque setenta vezes sete.” (vs. 24). Ele toma as palavras de Deus a Caim sobre a vingança completa e as multiplica por setenta, ou seja, jura vingança eterna quem lhe tocar. Ele não precisa da proteção de Deus, sabe se virar sozinho.

Em apenas sete gerações, a humanidade se desintegrou de um mundo em que Deus era adorado e cultuado para um mundo em que os seres humanos pensam que podem viver sem Deus.
A Graça de Deus Através de um Remanescente Piedoso (vs. 25, 26).

Antes de terminar a narrativa, Moisés retorna rapidamente a Adão e Eva (vs. 25), Eva agora sabe que Caim não era a semente prometida da mulher. Era Abel o mais novo, e Caim o matou. Mas em sua fidelidade Deus lhe concedeu outro descendente em lugar de Abel.
Na batalha entre a semente da mulher e a da serpente, Deus é fiel em continuar a linhagem da mulher.

O Narrador conclui com este importante comentário: “E a Sete também nasceu um filho; e chamou o seu nome Enos; então se começou a invocar o nome do SENHOR” (vs. 26).
Nessa linhagem da semente da mulher, vemos pessoas fracas, mas que invocam o nome do Senhor, elas são dependentes do Senhor e fazem de Deus o centro de suas vidas.

APLICAÇÃO:

Queridos, porque temos certeza de que seremos vencedores a despeito das lutas, perseguições e tentações?

Por que Deus é fiel para dar continuidade à linhagem da semente da mulher. Se Deus não fosse fiel, essa descendência teria desaparecido com a morte de Abel. Mas Deus levantou Sete e seus descendentes para continuar o seu povo sobre a terra.

Claro que isso também significa que a amarga batalha com a semente da serpente continua, a história bíblica, a história da igreja, a história contemporânea e a nossa história comprovam o que estamos falando.

Devemos entender que estamos em guerra, é verdade que temos liberdade de culto, mas existem muitos irmãos ao redor do mundo que estão sendo perseguidos e martirizados, a semente do maligno continua agindo. Precisamos compreender que em maior ou menor grau também somos perseguidos, estamos numa batalha. Diante disso, o que fazer? Qual será nosso destino?

CONCLUSÃO:

A primeira carta de João é instrutiva, o apóstolo escreve essa carta à igreja perseguida: “Não sejamos como Caim, que pertencia ao Maligno e matou seu irmão. E por que o matou? Porque suas obras eram más e as de seu irmão eram justas. Meus irmãos, não se admirem se o mundo os odeia” (1 João 3:12-13).

“Filhinhos, sois de Deus, e já os tendes vencido; porque maior é o que está em vós do que o que está no mundo” (1 João 4:4).

Venceremos a batalha contra Satanás porque Jesus derramou seu Espírito em nossos corações. Não importa quão dura seja a batalha, Deus é fiel para preservar a sua igreja até que Cristo venha novamente para estabelecer o seu reino em perfeição.







  

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