segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

DEUS DISPERSA OS HABITANTES DE BABEL PARA RESTAURAR O SEU REINO-Gênesis 11: 1 – 9


INTRODUÇÃO:

O ato de a humanidade construir uma torre com seu cume majestoso adentrando as nuvens representa a expressão final e máxima da arrogância humana.

Como Adão e Eva transgrediram os limites da sabedoria humana e buscaram ser como Deus (Gn. 3: 22), os construtores da torre buscam sentido e fama ao transgredirem o lugar da habitação de Deus. Infligiram a esfera divina e Deus mesmo os atrai a confusão.

Os construtores da torre são os herdeiros espirituais da linhagem de Caim, pois, ambos: migraram para o oriente (Gn. 4: 16; 11: 2), construíram uma cidade para estabelecer um lugar seguro e uma significativa existência sem Deus (Gn. 4: 17; 11: 4), são fabricantes orgulhosos (Gn. 4: 19-24; 11: 3,4), são julgados, sendo forçados a migrarem (Gn. 4: 12, 13; 11: 8) e ambos continuam a propagar-se sob a bênção divina (Gn. 4: 17-24; cap. 10).

I.                    Os Atos Dos Habitantes de Babel;

                  1.       Transgrediram as Fronteiras de Céu e Terra.
Única língua indica unidade e cooperação perfeitas em projetos de trabalhos (vs. 1), o narrador descreva a migração para o Oriente até chegar em Sinear. O Oriente tem nuanças simbólicas, é um movimento para fora do Éden (vs. 2). O conflito surge devido a uma nova invenção humana e do plano resultante dela, a invenção é a queima de tijolos em forno de olaria (vs. 3).

“Edifiquemos nós uma cidade e uma torre cujo cume toque nos céus”- ao procurarem construir uma cidade estão seguindo a conduta de Caim, a semente da serpente. Essa torre que chega aos céus é uma referência a um zigurate, que era um templo pagão mesopotâmico em forma de pirâmide.

O texto nos mostra que essas pessoas estão procurando desafiar o próprio Deus, eles querem desafiar o Deus Onipotente, estão transgredindo a fronteira entre terra e céu, é Deus quem habita o céu e não o homem (Sl. 115: 16).

2.       Buscaram Significação Independente de Deus.

“Assim nosso nome será famoso” – visto que nome denota fama e progênie, estes construtores de cidade estão futilmente tentando achar significação e imortalidade em suas próprias realizações.

Eles cobiçam grande fama, poder, reconhecimento mundial, independência. O desejo humano de tornar-se célebre sugere não apenas o anseio por renome, mas também por autonomia.


3.       Desobedeceram ao Mandamento Divino de Encher a Terra.

“E não seremos espalhados pela face da terra” – mas, a intenção de Deus era de espalhar o ser humano pela terra (Gn. 1: 28; 9: 1). Deus queria que os portadores de sua imagem o representassem em todo mundo, eles deveriam espalhar o Seu reino por toda terra.

Portanto, esse arranha-céu é símbolo de sua sociedade unificada e titânica que se auto afirma contra Deus. Por isso, Deus precisa agir.

II.                Os Atos do Habitante do Céu.

1.       Desceu Para ver.

O Senhor reage logo a essa rebelião humana (vs. 5). Ironicamente, a torre é tão insignificante que Deus tem que descer para vê-la. O uso da expressão “descer” não implica limitação na onipotência de Deus, mas, o “descer” divino indica conhecimento antecipado das atividades humanas, e mostra sua soberania absoluta.

Vejamos, a linguagem é unificada, concordemente os homens estão contra Deus (vs. 6 a), “e isto é apenas o começo; agora não haverá restrição para tudo que intentam fazer” – ou seja, se o povo afrontar a Deus agora, quem sabe o que irão propor depois? Então, o Senhor tem que interferir por causa do seu Reino. E o que Deus faz?

2.       Os Confundiu.

O Senhor transcendente teve que descer para se opor a esse povo arrogante. Deus neutraliza essa ameaça ao seu reino confundindo a linguagem deles de tal maneira que não entendam mais um ao outro (vs. 7).

Esse juízo manifesta a fidelidade de Deus ao seu plano de salvação. O Senhor quebra Babel, um monolítico reino antideus, para dar início mais uma vez ao seu reino na terra com Abrão e Israel, mediante Cristo e sua Igreja.

3.       Os Dispersou Dali.

No versículo 8, o narrador relata a consequência dessa narrativa: “O SENHOR os dispersou dali pela superfície da terra” – o resultado da ação de Deus foi exatamente aquilo que eles temiam (vs. 4). Apesar da desobediência do homem, Deus realiza a sua soberana vontade.

Na conclusão da narrativa (vs. 9), o Senhor dispersa a humanidade afoita por toda a terra, Deus espalha os autossuficientes. De forma irônica, aqueles que tentaram engrandecer o próprio nome receberam um nome: Babel, que significa: confusão.

APLICAÇÃO:

1.       Deus Destrói Babel Para Restaurar o Seu Reino.

Essa foi uma grande mensagem de esperança para Israel em Moabe, diante de grandes e fortificadas cidades cananeias (Dt. 1: 28). Babel era um exemplo da ameaça que os cananeus nativos representavam para Israel. Mas, Deus é Poderoso para conceder vitória ao seu povo!

A narrativa de Babel também traz esperanças a nós. Na Bíblia, Babel/Babilônia torna-se um símbolo mundano de autoconfiança, controle sem satisfações em Deus. O Apóstolo João fala simbolicamente do Império Romano e de todos os reinos subsequentes como a Grande Babilônia, que será julgada por Deus e cairá (Ap. 18: 8).

Deus espalha os moradores de Babel para restaurar o seu reino na terra. Assim, Deus chamou Abrão e lhe fez uma promessa (Gn. 12: 2, 3). A promessa teve seu cumprimento em Jesus Cristo (Gl.3: 29), que quando ressuscitou ordenou: “fazei discípulos de todas as nações”.

2.       Para a Igreja de Cristo, Pentecostes Reverteu o Juízo Sobre Babel.
A promessa de abençoar todas as nações foi cumprida inicialmente em Pentecostes, quando o Senhor que subiu aos céus derramou o Espírito Santo (At. 2: 4 – 6, 11). Esse ato divino resultou em espantosa unidade entre o povo provindo de diferentes nações. Para a Igreja de Jesus Cristo, Pentecostes reverteu o juízo sobre Babel.

Além do mais, Jerusalém representa a cidade em que as pessoas ao buscarem segurança para si depositam a confiança em Deus e procuram obedecer a vontade do Senhor. Jerusalém no Pentecostes foi o princípio do cumprimento da promessa de Deus abençoar as nações.

CONCLUSÃO:

A história de Babel nos conta que a engenhosidade humana e as suas mais pomposas realizações pouco significam diante de Deus, se contrariarem os seus propósitos. A nossa segurança não está em “Torres” humanas, sejam elas as Nações Unidas, Centros Financeiros ou comunicações por satélite.
A nossa segurança repousa exclusivamente no Deus transcendente e Soberano. Apenas Ele pode destroçar os reinos que se opõem aos seus propósitos redentores para o seu mundo e povo. Que possamos depositar nossa confiança nEle! Amém.


   

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