O ato de a humanidade construir
uma torre com seu cume majestoso adentrando as nuvens representa a expressão
final e máxima da arrogância humana.
Como Adão e Eva transgrediram os
limites da sabedoria humana e buscaram ser como Deus (Gn. 3: 22), os construtores da torre buscam sentido e fama ao
transgredirem o lugar da habitação de Deus. Infligiram a esfera divina e Deus
mesmo os atrai a confusão.
Os construtores da torre são os
herdeiros espirituais da linhagem de Caim, pois, ambos: migraram para o oriente
(Gn. 4: 16; 11: 2), construíram uma
cidade para estabelecer um lugar seguro e uma significativa existência sem Deus
(Gn. 4: 17; 11: 4), são fabricantes
orgulhosos (Gn. 4: 19-24; 11: 3,4),
são julgados, sendo forçados a migrarem (Gn.
4: 12, 13; 11: 8) e ambos continuam a propagar-se sob a bênção divina (Gn. 4: 17-24; cap. 10).
I.
Os Atos
Dos Habitantes de Babel;
1. Transgrediram as Fronteiras de Céu e Terra.
Única língua indica unidade e
cooperação perfeitas em projetos de trabalhos (vs. 1), o narrador descreva a migração para o Oriente até chegar
em Sinear. O Oriente tem nuanças simbólicas, é um movimento para fora do Éden (vs. 2). O conflito surge devido a uma
nova invenção humana e do plano resultante dela, a invenção é a queima de
tijolos em forno de olaria (vs. 3).
“Edifiquemos nós uma cidade e uma torre cujo cume toque nos céus”-
ao procurarem construir uma cidade estão seguindo a conduta de Caim, a semente
da serpente. Essa torre que chega aos céus é uma referência a um zigurate, que
era um templo pagão mesopotâmico em forma de pirâmide.
O texto nos mostra que essas
pessoas estão procurando desafiar o próprio Deus, eles querem desafiar o Deus
Onipotente, estão transgredindo a fronteira entre terra e céu, é Deus quem
habita o céu e não o homem (Sl. 115:
16).
2. Buscaram Significação Independente de Deus.
“Assim nosso nome será famoso” – visto que nome denota fama e
progênie, estes construtores de cidade estão futilmente tentando achar
significação e imortalidade em suas próprias realizações.
Eles cobiçam grande fama, poder,
reconhecimento mundial, independência. O desejo humano de tornar-se célebre
sugere não apenas o anseio por renome, mas também por autonomia.
3. Desobedeceram ao Mandamento Divino de
Encher a Terra.
“E não seremos espalhados pela face da terra” – mas, a intenção de
Deus era de espalhar o ser humano pela terra (Gn. 1: 28; 9: 1). Deus queria que os portadores de sua imagem o
representassem em todo mundo, eles deveriam espalhar o Seu reino por toda
terra.
Portanto, esse arranha-céu é
símbolo de sua sociedade unificada e titânica que se auto afirma contra Deus.
Por isso, Deus precisa agir.
II.
Os
Atos do Habitante do Céu.
1. Desceu Para ver.
O Senhor reage logo a essa
rebelião humana (vs. 5).
Ironicamente, a torre é tão insignificante que Deus tem que descer para vê-la.
O uso da expressão “descer” não implica limitação na onipotência de Deus, mas,
o “descer” divino indica conhecimento antecipado das atividades humanas, e
mostra sua soberania absoluta.
Vejamos, a linguagem é unificada,
concordemente os homens estão contra Deus (vs.
6 a), “e isto é apenas o começo;
agora não haverá restrição para tudo que intentam fazer” – ou seja, se o
povo afrontar a Deus agora, quem sabe o que irão propor depois? Então, o Senhor
tem que interferir por causa do seu Reino. E o que Deus faz?
2. Os Confundiu.
O Senhor transcendente teve que
descer para se opor a esse povo arrogante. Deus neutraliza essa ameaça ao seu
reino confundindo a linguagem deles de tal maneira que não entendam mais um ao
outro (vs. 7).
Esse juízo manifesta a fidelidade
de Deus ao seu plano de salvação. O Senhor quebra Babel, um monolítico reino
antideus, para dar início mais uma vez ao seu reino na terra com Abrão e
Israel, mediante Cristo e sua Igreja.
3. Os Dispersou Dali.
No versículo 8, o narrador relata a consequência dessa narrativa: “O SENHOR os dispersou dali pela superfície
da terra” – o resultado da ação de Deus foi exatamente aquilo que eles
temiam (vs. 4). Apesar da
desobediência do homem, Deus realiza a sua soberana vontade.
Na conclusão da narrativa (vs. 9), o Senhor dispersa a humanidade
afoita por toda a terra, Deus espalha os autossuficientes. De forma irônica,
aqueles que tentaram engrandecer o próprio nome receberam um nome: Babel, que
significa: confusão.
APLICAÇÃO:
1.
Deus
Destrói Babel Para Restaurar o Seu Reino.
Essa foi uma grande mensagem de
esperança para Israel em Moabe, diante de grandes e fortificadas cidades
cananeias (Dt. 1: 28). Babel era um
exemplo da ameaça que os cananeus nativos representavam para Israel. Mas, Deus
é Poderoso para conceder vitória ao seu povo!
A narrativa de Babel também traz
esperanças a nós. Na Bíblia, Babel/Babilônia torna-se um símbolo mundano de
autoconfiança, controle sem satisfações em Deus. O Apóstolo João fala
simbolicamente do Império Romano e de todos os reinos subsequentes como a
Grande Babilônia, que será julgada por Deus e cairá (Ap. 18: 8).
Deus espalha os moradores de
Babel para restaurar o seu reino na terra. Assim, Deus chamou Abrão e lhe fez
uma promessa (Gn. 12: 2, 3). A
promessa teve seu cumprimento em Jesus Cristo (Gl.3: 29), que quando ressuscitou ordenou: “fazei discípulos de todas as nações”.
2.
Para
a Igreja de Cristo, Pentecostes Reverteu o Juízo Sobre Babel.
A promessa de abençoar todas as
nações foi cumprida inicialmente em Pentecostes, quando o Senhor que subiu aos
céus derramou o Espírito Santo (At. 2: 4
– 6, 11). Esse ato divino resultou em espantosa unidade entre o povo
provindo de diferentes nações. Para a Igreja de Jesus Cristo, Pentecostes
reverteu o juízo sobre Babel.
Além do mais, Jerusalém
representa a cidade em que as pessoas ao buscarem segurança para si depositam a
confiança em Deus e procuram obedecer a vontade do Senhor. Jerusalém no
Pentecostes foi o princípio do cumprimento da promessa de Deus abençoar as
nações.
CONCLUSÃO:
A história de Babel nos conta que
a engenhosidade humana e as suas mais pomposas realizações pouco significam
diante de Deus, se contrariarem os seus propósitos. A nossa segurança não está
em “Torres” humanas, sejam elas as Nações Unidas, Centros Financeiros ou
comunicações por satélite.
A nossa segurança repousa
exclusivamente no Deus transcendente e Soberano. Apenas Ele pode destroçar os
reinos que se opõem aos seus propósitos redentores para o seu mundo e povo. Que
possamos depositar nossa confiança nEle! Amém.
Texto maravilhoso! Muito obrigado por compartilhar!
ResponderExcluirGlória a Deus!
ResponderExcluirexcelente texto, com aplicações necessárias.
ResponderExcluirmuito bom, para os nossos dias hoje.
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