No texto em apreço, Paulo fala dos relacionamentos pessoais,
principalmente com irmãos que fazem parte do nosso convívio.
Ele nos mostra que uma das maiores evidências do nosso andar
no Espírito se reflete no relacionamento prático de amor para com as outras
pessoas, e se o primeiro fruto do Espírito é o amor, isso se torna apenas
lógico.
Contudo, é mais fácil falar a respeito do amor do que agir de
maneira amorosa em circunstancias que exige de nós uma atitude prática. Por
isso, o apóstolo nos mostra como devemos nos comportar em relação ao próximo
quando andamos no Espírito.
1. HUMILDADE (cp. 5 vs. 26).
“Não sejamos presunçosos, provocando uns aos outros e tendo
inveja uns dos outros”.
Esse versículo é bem instrutivo, pois mostra que a nossa
conduta para com os outros é determinada pela opinião que temos de nós mesmos.
“Não sejamos presunçosos” - a palavra grega para presunçosos
(kenodoxos) traz a ideia de uma pessoa cuja opinião de si mesma é vazia, vã ou
falsa. E, quando temos uma visão a respeito de nós mesmos que é falsa ou
convencida, nossos relacionamentos ficam sujeitos a serem envenenados.
Pois, primeiro seremos provocadores, a ideia é de desafiar
alguém para uma competição, ou seja, queremos demonstrar a nossa superioridade.
Outra possibilidade dos presunçosos é a inveja, se consideram os outros
superiores a si mesmos ficam com inveja.
APLICAÇÃO: Essa atitude é totalmente oposta a
do crente cheio do Espírito Santo, pois esses pensam sobre si mesmo com
humildade e moderação (Rm. 12: 3).
Assim procedem, porque o Espírito Santo já abriu seus corações para ver seus
próprios pecados e também a importância dos outros irmãos aos olhos de Deus.
Então, longe de sermos presunçosos devemos agir humildemente e procurar
oportunidades para servirmos nossos irmãos.
2. VERDADE (vs. 1).
“Irmãos, se alguém for surpreendido nalguma falta, vós, que
sois espirituais corrigi-o com o espírito de brandura. E guarda-te para que não
sejais também tentado”.
No referido versículo Paulo nos orienta sobre o que fazer se
flagrarmos um irmão em pecado. Ele diz: “corrigi-o” – (em grego – katartizo)
significa restaurar a condição anterior. Devemos tentar trazê-lo ao bom
caminho.
Contudo, nos diz a Palavra de Deus, que não é qualquer crente
que pode fazer isso, apenas: “vós que sois espirituais”, ou seja, aquele
cristão que anda pelo Espírito deve tentar restaurá-lo.
No complemento do versículo, nos diz o apóstolo que essa
correção deve ser feita com brandura, ou seja, mansidão, verdade em amor e
apenas os crentes maduros e que andam no Espírito possuem esta qualidade.
Na ultima orientação do versículo, nos diz Paulo que devemos
ter cuidado para também não sejamos tentados, devemos entender que somos fracos
e que temos uma inclinação para pecar, por isso, cuidado!
APLICAÇÃO: Diante do pecado do nosso irmão
precisamos agir como a Palavra de Deus nos ordena. Ou seja, corrigido-o,
falando a verdade em amor, evitando assim, falatórios inúteis, intrigas e
promovendo a paz.
3. ALTRUÍSMO (vs. 2,3).
“Levai as cargas uns dos outros”... - Todos nós temos cargas
e Deus não pretende que carreguemos sozinhos. É verdade que devemos colocar
diante de Deus todos as nossas cargas, lutas, etc. Mas, uma forma de Deus
aliviar nosso fardo é através da amizade verdadeira.
Um exemplo notável dessa verdade é visto no próprio Paulo,
que estava angustiado e atribulado, mas Deus confortou-o com a presença de Tito
(2 Co 7: 5, 6).
...”e assim cumprireis
a lei de Cristo” – A lei de Cristo é amar uns aos outros como ele nos ama,
então, amar ao próximo é cumprir a lei. Portanto, devemos carregar as cargas
uns dos outros, isto é altruísmo.
“Porque, se alguém cuida ser alguma coisa, não sendo nada,
engana-se a si mesmo” (vs. 3).
A implicação é a seguinte, se não queremos carregar os fardos
mutuamente, acharemos que somos superiores aos outros. Mas, pensar assim é
enganar-se a si mesmo, é vanglória.
APLICAÇÃO: Precisamos entender que todos nós
temos lutas, problemas, dificuldades, e uma das formas que Deus utiliza-se para
aliviar essa carga é o nosso relacionamento fraterno, devemos compartilhar,
orar e nos ajudar mutuamente, assim estaremos cumprindo a lei de Cristo.
4. RESPONSABILIDADE (vs. 4,5).
Vejamos o versículo 4:
“Cada um examine os próprios atos, e então poderá orgulhar-se de si mesmo, sem
se comparar com ninguém”. Em vez de ficar analisando o nosso próximo e nos
comparando a ele, devemos testar nosso próprio trabalho, pois temos de carregar
o nosso fardo e um dia teremos que prestar contas ao Senhor.
É o que diz o versículo
5: “Pois cada um levará o seu próprio fardo”. Esse versículo parece estar
em contradição com o versículo 2,
mas apenas parece.
No versículo 5, o termo usado para fardo
(no grego é phortion) era uma palavra comum para pacote. E no versículo 2 a palavra grega para cargas
(baros), significa um peso ou fardo pesado.
Então, devemos compartilhar os fardos que são pesados demais
para carregarmos sozinhos. Existe, porém, um fardo que não podemos dividir,
este é de nossa responsabilidade carregar, por exemplo: andar em verdade,
crucificar a carne, são responsabilidades individuais.
APLICAÇÃO: Então, devemos entender que temos
responsabilidades diante de Deus, vivendo uma vida cristã digna do nosso
chamamento, procurando em todas as áreas glorificar a Deus.
CONCLUSÃO:
Neste sermão, refletimos sobre algumas características do
relacionamento cristão. Assim, devemos entender que o nosso relacionamento
cristão está baseado no fato de sermos irmãos.
Portanto, devemos cuidar dos nossos irmãos, e preocupando com
o bem-estar deles. Jamais provocando-os ou invejando-os.
Devemos ajudá-los a carregar o seu fardo, se ele cair em
pecado devemos restaurá-lo. E conforme a Palavra de Deus é assim que se cumpre
a lei de Cristo.
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