terça-feira, 15 de julho de 2014

Evidências de Uma Igreja Cheia do Espírito Santo - Atos 2: 42 – 47

INTRODUÇÃO:

Certa vez, quando eu era pastor em Bezerros, uma senhora que frequentava a igreja, ao me encontrar na rua e parar para conversar comigo, disse: “pastor, eu gosto das suas pregações... Mas, naquela igreja, poucos irmãos tem o Espírito Santo. Aquela igreja precisa ser mais barulhenta, acho que o senhor deveria aumentar mais o som, colocar umas caixas perto da porta”...
Foi quando eu perguntei: “Então, a evidência de uma igreja cheia do Espírito Santo é o barulho?”

Infelizmente, essa é a concepção de muitos evangélicos atualmente. Mas, quais são as evidências de uma igreja cheia do Espírito Santo? É o que vamos ver no sermão de hoje.

ELUCIDAÇÃO:

No texto que lemos, o autor Lucas nos mostra os efeitos do Pentecoste, oferecendo-nos uma linda descrição da igreja cheia do Espírito Santo.

1.       É Uma Igreja Que Não Despreza o Ensino Bíblico;

“Perseveravam na doutrina dos apóstolos” -  os três mil que se converteram e foram batizados não estavam se deliciando com uma experiência mística que os levasse a rejeitar o ensino.

O Espírito Santo é o Espírito da verdade, portanto, anti-intelectualismo e a plenitude do Espírito Santo são incompatíveis.

Esses discípulos se assentavam aos pés dos apóstolos, desejosos por receberem instruções, e nisso perseveravam (vs. 42).

Além disso, a autoridade didática dos apóstolos, era autenticada por milagres: “muitos sinais e prodígios eram feitos por intermédio dos apóstolos” (vs. 43).

APLICAÇÃO:

Considerando que o ensino dos apóstolos chegou até nós em sua forma definitiva no Novo Testamento, a devoção contemporânea ao ensino apostólico significará submissão a autoridade do Novo Testamento, que por sua vez é um reflexo do A.T.

2.       É Uma Igreja Que Ama De Maneira Prática;

“Perseveravam na comunhão” (koinonia) – fala sobre a vida comunitária da igreja em dois sentidos. Primeiro, o termo expressa o que compartilhamos nessa comunhão, a saber o próprio Deus, pois “a nossa comunhão é com o Pai e com seu Filho Jesus Cristo” (I Jo. 1: 3). E há a “comunhão do Espírito” (2 Co 13: 13).

Mas, em segundo lugar, essa comunhão também é expressa no que compartilhamos uns com os outros, tanto o que damos quanto o que recebemos.

KOINONIA é a palavra grega que Paulo usou para a oferta que recolheu entre as igrejas da Macedônia, esse mesmo termo, dá origem a palavra generoso em nosso vocábulo. É a isso que Lucas está se referindo aqui, pois ele continua descrevendo como esses primeiros cristãos compartilhavam suas propriedades uns com os outros (vs. 44 e 45).

Será que cada crente e cada comunidade cheia do Espírito deve seguir literalmente este exemplo?

É importante explicarmos que até mesmo em Jerusalém, a comunhão de bens era voluntária, de acordo com o versículo 46 – “partiam o pão de casa em casa”. Então, muitos ainda possuíam casa. A venda e a partilha eram ocasionais e voluntárias, no caso de Ananias e Safira percebe-se  o princípio (Atos 5: 4).

Agora, embora voluntárias, todo crente em Jesus é chamado a generosidade, principalmente em relação aos pobres e necessitados. O A.T. havia uma ênfase no cuidado com os necessitados: Quando tiverem separado o dízimo de tudo quanto produziram no terceiro ano, o ano do dízimo, entreguem-no ao levita, ao estrangeiro, ao órfão e à viúva, para que possam comer até saciar-se nas cidades de vocês” (Dt. 26: 12). Esse princípio é mencionado em Atos 4: 34 e 35.

APLICAÇÃO:

A comunhão cristã é cuidado cristão, e cuidado cristão é compartilhamento cristão. Não podemos escapar do desafio desses versículos.

Precisamos agir individualmente e coletivamente para diminuir as necessidades e abolir a miséria dentro da nova comunidade de Jesus Cristo. Isso é parte da responsabilidade dos crentes cheios do Espírito Santo.

3.       É Uma Igreja Que Valoriza a Adoração;

“Perseveravam no partir do pão e nas orações”. O culto que eles ofereciam era realizado no “templo”, como também, “de casa em casa” (vs. 46). O que é uma combinação interessante.

Participavam dos cultos de oração no templo. Ao mesmo tempo, complementavam os cultos do templo com reuniões mais informais e espontâneas, que incluía o partir do pão em suas casas.

Outro equilíbrio no culto da Igreja primitiva está no fato dele ser alegre e reverente. Não se pode duvidar da alegria deles, está escrito que eles tinham “alegria e singeleza de coração”.

Deus havia enviado seu filho ao mundo, e agora lhes enviava seu Espírito. Eles tinham muitos motivos para se alegrarem. Além disso, o fruto do Espírito é alegria.

Portanto, cada culto de adoração era uma alegre celebração dos atos poderosos de Deus através de Jesus Cristo.
Ao mesmo tempo, a alegria deles nunca era irreverente. Se a alegria do Senhor for uma obra do Espírito, o temor do Senhor também será autêntico (vs. 43).

APLICAÇÃO:

O culto público pode ser majestoso, mas é imperdoável que seja enfadonho. Por isso, é errado imaginar que no culto público reverência e alegria sejam excludentes. A combinação entre alegria e temor, bem como formalidade (templo) e informalidade (casa), dá um equilíbrio saudável à adoração.

4.       É Uma Igreja Que Evangeliza Sempre.

“enquanto isso, acrescentava-lhes o Senhor, dia a dia, os que iam sendo salvos” (vs. 47). Aqueles primeiros cristãos, não se esqueceram de evangelizar. Pois, o Espírito Santo é um Espírito missionário que criou uma igreja missionária.

Então, nos diz o texto que o “Senhor acrescentava os que iam sendo salvos” – é certo que Ele fez através da pregação dos apóstolos, testemunho dos crentes, do amor na vida comunitária. Mas, é o Senhor que faz, pois é a cabeça da igreja. Salvação e participação na igreja andavam juntas e continuam andando.

E “dia a dia” o Senhor acrescentava os que iam sendo salvos. Pois, diariamente eles evangelizavam. Não era uma tarefa esporádica.

APLICAÇÃO:

O culto deles era diário, e assim também o testemunho. Eles buscavam as pessoas de fora continuamente, e então os convertidos eram acrescentados continuamente. Precisamos recobrar essa expectativa de crescimento constante e ininterrupto da igreja.

CONCLUSÃO:

Meus irmãos, não precisamos esperar pela vinda do Espírito Santo. Pois, o Espírito veio no Pentecoste e nunca mais deixou a sua igreja.
Nossa responsabilidade é buscar a sua plenitude, decididos a não apaga-lo para que possamos experimentar todas as evidências de uma igreja cheia do Espírito Santo.




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