A dúvida pode ter muitas causas.
Para muitos, a dúvida pode ser a consequência de
simples falta de conhecimento.
Para alguns, a dúvida está alicerçada numa escolha
moral sistemática - uma filosofia de vida mundana que questiona a
existência de Deus para se entregar aos desejos pecaminosos.
Às vezes, a dúvida é como um rito de transição, e
cumpre o objetivo de conduzir a maturidade - esse tipo de
dúvida pode acontecer quando o jovem chega à universidade e passa a ter sua fé
atacada. Ele vai precisar averiguar os fundamentos de sua fé, e isso, deve
levá-lo a maturidade cristã.
Em outras ocasiões, a dúvida pode ser gerada por alguma
crise existencial – a perda de uma pessoa amada, a recordação de pais
abusivos ou algum outro sofrimento.
ELUCIDAÇÃO:
Nesta passagem, João aborda a dúvida de Tomé. De
acordo com o contexto, Jesus havia sido crucificado. Na verdade, seus próprios
discípulos não esperavam essa mudança trágica dos acontecimentos. Eles não
tinham em mente um Messias que seria crucificado. O Messias vence! Por isso,
eles estavam entristecidos.
Pois bem, no primeiro domingo da ressurreição, as
notícias sobre o túmulo vazio e as aparições do Jesus ressurreto começaram a
chegar aos discípulos.
Jesus havia aparecido a algumas mulheres. Pedro e João
viram o túmulo vazio. Jesus apareceu a Pedro e, depois, a dois discípulos na
estrada para Emaús. E, mais tarde, naquele primeiro domingo à noite, Jesus
apareceu aos seus apóstolos, mas Tomé estava ausente.
Assim, chegamos ao relato apresentado em nosso texto.
Vamos considera-lo em 3 passos:
1. O Clamor de Um Cético Desapontado (vs. 24, 25).
Tomé acreditava que Jesus era o Messias. Agora, essa
crença estava invalidada pela crucificação de Jesus.
A dúvida de Tomé era do tipo que desejava diferenciar
entre a fé genuína e mera credulidade. A dúvida de quem sofreu profundo engano
religioso e não quer ser lograda novamente.
Tomé não queria pertencer ao número dos crédulos.
Então, o que ele pede, é a demonstração mais pessoal e concreta que ele podia
imaginar, algo que comprovasse realmente a ressurreição de Cristo (vs. 25).
Tomé sabia que o corpo de Jesus Cristo tinha feridas
singulares (por causa da crucificação). Dídimo, queria evidências categóricas
para que pudesse se convencer de que o Cristo crucificado era o Messias
esperado. Agora, ressuscitado, vivo e triunfante.
2. A Adoração de Um Cético Maravilhado (vs. 26 – 28).
Então, no segundo domingo depois da ressureição, Jesus
os saudou com as mesmas palavras: “Paz seja convosco”.
Porém, as palavras seguintes de Jesus são o que prende
a nossa atenção, Jesus se voltou para Tomé com o objetivo de dirimir suas
dúvidas, depois de fazê-lo, ouviu a confissão de Tomé (vs. 27, 28).
Essa confissão ressalta no final deste evangelho o que
João havia dito no começo do seu evangelho (Jo.
1: 1).
É importante lembrar que entre o versículo 25 e 26 se
passara uma semana. Tempo suficiente
para Dídimo refletir sobre as notícias que os seus amigos tinham lhe contado. Deve
ter pensado: “será que Jesus realmente ressuscitou?”.
Contudo, agora sabia que Jesus ressurgira dentre os
mortos. Tomé viu as feridas e assegurou-se de que o Jesus que estava diante
dele tinha continuidade com o Jesus que fora crucificado e colocado no túmulo.
Neste momento, as palavras de Jesus fazem sentido para
Tomé. Por exemplo, Jesus insistiu em
que Deus lhe confiara todo julgamento, a fim de que “todos honrem o Filho do modo por que honrem o Pai” (Jo. 5: 23).
Em outro
momento, Jesus declarou: “antes que Abraão existisse, EU SOU” (Jo. 8: 58). E mais: “O Filho nada pode fazer de si mesmo, senão
somente aquilo que vir fazer o Pai; porque tudo o que este fizer, o Filho
também semelhantemente o faz” (Jo.
5: 19). Em Face da ressurreição, essas declarações eram maravilhosas.
3. A Função de Um Cético Convertido (vs. 29 – 31).
Com essas palavras, Jesus não está incentivando uma fé cega, sem
evidências. John Stott escreveu um livro chamado: “Crer é também pensar”.
Vejamos que João relacionou o versículo 29 com os versículos
30, 31. Ele relatou o que Jesus
disse a Tomé: “Você viu e creu”.
O evangelho de João ensina que crer em Jesus é
fundamental para que a pessoa tenha a vida eterna (Jo. 3: 16).
Então, Tomé teve fé verdadeira. Mas Jesus sabia que
muitas pessoas chegariam a crer nele sem jamais terem visto o Jesus ressurreto
como Tomé o viu.
A questão é: com que base
eles creriam? Vamos observar os versículos
30, 31 – a base é o testemunho histórico que a primeira geração
pós-ressurreição relatou.
Assim, Tomé se torna parte da cadeia de evidências, a
cadeia de atestação. Por meio do seu testemunho, ele ainda fala e, pela graça
de Deus, gera fé em outras gerações que chegam a compartilhar da mesma fé.
Então, a função desse cético convertido foi a de
testemunhar de Jesus Cristo. Por causa do seu testemunho, muitos creem, tem a
vida eterna e são bem-aventurados.
APLICAÇÃO:
1. A CONFISSÃO DE TOMÉ DEVE SER A NOSSA: “SENHOR MEU E DEUS MEU”.
O crente não somente afirma que Jesus Cristo é Senhor
e Deus do universo, mas também, no sentido mais profundo, ele é o Senhor e Deus
do crente. Essa confissão é indispensável para uma fé genuína.
2. A FÉ NA RESSURREIÇÃO DEVE NOS CONDUZIR AO TESTEMUNHO.
A ressureição de Cristo foi um acontecimento inegável.
Foi um fato histórico comprovado e testemunhado por centenas de pessoas, além
dos apóstolos.
Esse fato traz várias implicações para nós cristãos,
uma das implicações deve ser um testemunho ousado, vigoroso da ressurreição do
nosso Senhor e Deus.
CONCLUSÃO:
Meus irmãos,
que possamos viver para aquele que
nos salvou pela sua morte e ressurreição de forma correta. O Senhor fez tudo
por nós, agora, precisamos viver para ele dignamente.
“Ele foi entregue à morte por nossos
pecados e ressuscitado para nossa justificação”. (Romanos 4:25).
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