quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

O Sábado e o nosso Descanso em Cristo (Parte II) Mc 3. 1-6

Introdução:

O sermão de hoje poderia muito bem ser uma continuação do último sermão que pregamos aqui “O Sábado e o nosso descanso em Cristo”. Contudo, nós entendemos que a passagem que examinaremos hoje contêm algumas particularidades que precisam ser examinadas mais detidamente.

O ensino de Jesus nesses dois capítulos é um resumo do seu ensino sobre o 4º mandamento.

De acordo com Mt 12. 9-14 – que  é outra narrativa dessa mesma história relatada por Marcos, após a controvérsia envolvendo Jesus e os seus discípulos numa plantação de milho num dia de sábado, Jesus partiu dali e foi direto para a sinagoga da cidade (a qual nenhum dos evangelistas nos informa qual é).

Exposição:

O (V. 1) De novo, entrou Jesus na sinagoga e estava ali um homem que tinha ressequida uma das mãos.

As sinagogas eram uma espécie de centro educacional e religioso, e depois do templo de Jerusalém, eram a instituição mais importante de Israel. As sinagogas surgiram no período exílico quando os judeus não tinham o templo de Jerusalém para prestar o seu culto. A exigência básica para que se formasse uma sinagoga em qualquer cidade era de que houvesse pelo menos dez homens aptos a se reunirem naquela comunidade.

Era comum que Jesus frequentasse as sinagogas, pois as pessoas que ali se reuniam geralmente se reuniam com o propósito de ouvir a leitura da lei de Deus e ouvir a sua explicação.

Pois bem, o texto nos diz que ali se encontrava um homem com uma das mãos ressiquida. Lc 6.6 nos informa que era a mão direita.
De forma geral, os judeus eram muito preconceituosos com alguém que possuísse algum defeito físico, e quase sempre atribuíam tal defeito a algum pecado cometido pelo sujeito.

No (V. 2) E estavam observando a Jesus para ver se o curaria em dia de sábado, a fim de o acusarem.

Assim como no caso das espigas tiradas pelos discípulos de Jesus no cap 2. 23-28, mais uma vez os fariseus desprezam o propósito do 4º mandamento resumido por Jesus no cap. 2. 27 “o sábado foi estabelecido por causa do homem, não o homem por causa do sábado”. O bem do homem estava em primeiro lugar. Como vimos no último sermão, a guarda do dia do Senhor não deve ser um jugo prejudicial ao homem, mas sim uma providência de Deus para o bem físico e espiritual do homem.

Nos (V. 3, 4) E disse Jesus ao homem da mão ressequida: Vem para o meio!
Então, lhes perguntou: É lícito nos sábados fazer o bem ou fazer o mal? Salvar a vida ou tirá-la? Mas eles ficaram em silêncio.


O fato de Jesus chamar aquele homem para o meio nos sugere que naquela sinagoga os homens se reunissem numa espécie de circulo.

A pergunta de Jesus no V. 4 tinha um propósito específico. De acordo com a escola de Hillel, qualquer ato de cura num dia de sábado só poderia ser realizado se a vida da pessoa estivesse em risco. Contudo, não era esse o caso, Jess poderia muito bem esperar para o dia seguinte para curar aquele homem. Mas Jesus estava justamente desafiando essa interpretação.

Jesus estava defendendo o lado positivo do 4º mandamento. O lado negativo nos diz que não devemos cuidar dos nossos interesses pessoais no dia do Senhor, já o lado positivo nos diz que devemos cuidar dos interesses de Deus. E, com certeza, o bem do meu próximo é um interesse de Deus.

Em Mt 12. 11, 12 , Jesus fala desse lado positivo. “Qual dentre vós será o homem que, tendo uma ovelha, e, num sábado, esta cair numa cova, não fará todo o esforço, tirando-a dali? Ora, quanto mais vale um homem que uma ovelha? Logo, é lícito, nos sábados, fazer o bem”.

O que Jesus está ensinando aqui é que é lícito fazer o bem no dia do Senhor.

No (V. 5) Olhando-os ao redor, indignado e condoído com a dureza do seu coração, disse ao homem: Estende a mão. Estendeu-a, e a mão lhe foi restaurada.

Após o silêncio insensível dos fariseus, Jesus realiza a cura instantânea daquele homem.

Nessa cura, o procedimento de Jesus é o mesmo do que quando ele nos salvou. Pois ele exige desse homem algo que esse homem sozinho não pode fazer. Ele diz “Estende a mão”, assim como ele nos disse “arrependa-se e creia”.

No (V. 6) Retirando-se os fariseus, conspiravam logo com os herodianos, contra ele, em como lhe tirariam a vida.

Vemos o desfecho fatídico dessa história, quando os fariseus se unem aos seus adversários políticos com o propósito de tramarem a morte de Jesus.
O interessante aqui é que eles achavam errado restaurar a saúde de um homem, mas não achavam errado planejar a morte de um homem nesse dia.
O coração do homem não convertido odeia a Deus (Rm 1. 30;  5. 10; Cl 1. 21).

Aplicação:

Quais são as implicações dessa passagem? Que lições podemos aprender a partir do que Jesus fez e disse nesse texto?

1-O PROPÓSITO DESSE MANDAMENTO, BEM COMO DE TODA A LEI DE DEUS FOI PROVER O NOSSO BEM ESTAR FÍSICO E ESPIRITUAL.

O dia do Senhor foi feito visando o nosso descanso e fortalecimento espiritual.

2-SE OS FARISEUS QUERIAM AUMENTAR A SANTIDADE DESSE DIA, OS CRISTÃOS MODERNOS QUEREM TORNÁ-LO UM DIA COMO QUALQUER OUTRO.

Quantas vezes não faltamos ao culto no dia do Senhor por motivos fúteis? Quantas vezes, nesse dia eu não estou buscando os meus próprios interesses e me esquecendo dos interesses de Deus?

3-SE VOCÊ AINDA NÃO CONHECE A CRISTO, NEM DESFRUTA DO DESCANSO QUE É ESTAR NELE, EU LHE CONVOCO AO ARREPENDIMENTO, A ALMA CANSADA SÓ ENCONTRARÁ DESCANSO EM CRISTO.



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