Na semana anterior ouvimos sobre a genealogia de Sete que foi
um dos filhos de Adão e que de acordo com o propósito de Deus nasceu para dar
continuidade a boa semente da mulher. Podemos ainda observar que na genealogia
abençoada de Sete se encontrava Enoque, um homem que andou com Deus, então,
tratamos sobre o privilégio de andar com Deus, fazendo parte da semente
abençoada.
Hoje, com base no texto em apreço, nós vamos estudar e
refletir sobre a escalada do pecado antes do Dilúvio e a solução providenciada
por Deus com o objetivo de resolver este grande problema da humanidade.
Perceberemos que, apesar da pecaminosidade humana, Deus
continua agindo de maneira graciosa e preservando a descendência da semente da
mulher. Sendo assim, vamos meditar no seguinte tema:
A Pecaminosidade Humana
e a Graça Divina
1. Características da Pecaminosidade Humana.
1.1.Relacionamentos Que Não
Cumprem o Propósito de Deus (vs.1, 2);
“Viram os filhos de
Deus que as filhas dos homens eram formosas; e tomaram para si mulheres de
todas as que escolheram” (vs. 2).
A interpretação cristã tradicional,
endossada por Lutero e Calvino, entendeu os filhos de Deus, como sendo os
filhos de Sete, e as filhas dos homens, como sendo as filhas de Caim, e o
pecado em decorrência da mescla das duas sementes contaminou a linhagem.
Eu entendo que esta é a melhor interpretação, pois se ajusta
melhor ao contexto imediato que contrasta a maldita sobrecarga de Caim com a
linhagem santa de Sete.
O pecado nos critérios da escolha reitera o padrão do pecado
original (viu, achou atraente e a tomou). Deixaram-se guiar pela aparência
externa e pela lascívia, não pelo discernimento espiritual.
1.2.Descendência Pecadora
Que Enche a Terra de Violência (vs. 4);
Esses gigantes constituem a descendência fruto da
união entre os filhos de Deus e as filhas dos homens, eles enchem a terra de
violência. São indivíduos pecadores que oprimem e aterrorizam a terra.
O termo “valente e
varões de renome” pode prover a base histórica por trás dos heróis
semidivinos, reconhecidos nas nações pagãs. A palavra usada aqui no verso 4 é a mesma que é usada para
Ninrode e seu reino pecaminoso em (Gn.
10: 8-11).
1.3.A Amplitude do Alcance
do Pecado no Homem (vs. 5).
“O SENHOR viu a
maldade”, perceba o
contraste desta afirmação com Gn. 1,
antes o que Deus viu era bom. Agora a criação da humanidade corrompeu a terra.
Este ato de visualizar a terra indica que Deus não traz juízo sem a plena
consciência da situação.
Esse versículo ainda nos mostra um retrato em cores vivas da
profundeza e extensão da depravação humana, o homem foi totalmente afetado pelo
pecado.
2. Características da Graça Divina.
2.1.A Longanimidade Divina
(vs. 3);
“O meu Espírito não
agirá para sempre no homem”, transmite a ideia de que Deus não permitirá
interminavelmente que seu espírito doador de vida vivifique os que subvertem
seu mundo. O fôlego de vida lembra que ele é quem doa e suprime a vida.
“Cento e vinte anos”, provavelmente seja o espaço de tempo
entre esta proclamação e o dilúvio (comp.
Gn. 7: 6). O juízo de Deus é contemporizado pela graça, a delonga de 120
anos permite que as pessoas tenham tempo de arrepender-se.
2.2.O Sentimento Divino
(vs.6);
Temos aqui uma referência a uma mudança de atitudes e ações.
Lembrando que esta descrição é antropopática (Deus é descrito em termos da
experiência humana de conhecimento e emoção), devemos também reconhecer que o
Deus Soberano e imutável sabe lidar apropriadamente com as mudanças no
comportamento humano.
Quando eles pecam ou se arrependem do pecado, ele muda o “seu pensamento” quanto a bênção ou
punição adequadas para a situação, tudo de acordo com os seus soberanos e
eternos propósitos.
“e isso lhe pesou no coração”, no hebraico significa ira indignada,
o sacrifício de Cristo pacificará a amarga indignação de Deus contra o pecado (Gn. 8: 21).
2.3.O Juízo Divino Permeado
de Misericórdia (vs. 7-9).
Conforme o versículo 7,
o juízo de Deus
sobre o primeiro cosmos, durável até o dilúvio, é um modelo profético da
segunda vinda do juízo sobre o segundo cosmos em vigor, durável desde o dilúvio
até a destruição pelo fogo (II Pd. 3:
5-7).
Noé representa um novo começo (vs. 8), não a despeito do pecado, mas em virtude de sua retidão (vs. 9).
Porém, o
narrador deixa claro que a retidão de Noé não é propriamente sua, mas um dom da
graça de Deus, justamente como foi um dom da graça de Deus a inimizade posta no
coração de Eva contra a serpente. Então, até mesmo no juízo divino percebemos a
sua graça agindo.
APLICAÇÃO:
A história da salvação revela quão pecador é o ser humano,
afirmando que a partir da transgressão de Adão nascemos em pecado (Sl. 51: 5), que somos possuidores de
um coração corrupto e enganoso (Jr. 17:
9), que somos cheios de impurezas, que até mesmo os nossos atos de justiça
não valem de nada diante de Deus, pois, são motivados pelo egoísmo e
autopromoção. Ou seja, o homem natural está cada vez mais distante de Deus.
Mas, assim como Ele levantou Noé no meio de um mundo
aterrorizado por pessoas más e pecadoras para simbolizar um novo começo, Deus
também levantou Jesus Cristo para solucionar o problema do pecado humano,
proporcionando ao pecador uma nova vida, um novo começo, um novo rumo para sua
história, o que o pecador precisa é arrepender-se dos seus pecados e depositar
confiança no sacrifício de Cristo como sendo em seu benefício.
CONCLUSÃO:
Como pudemos observar desde o princípio a humanidade
distanciou-se da vontade de Deus, eles preferiram seguir seus propósitos
egoístas, mesquinhos e prejudiciais.
Mas, mesmo trazendo juízo merecido sobre a humanidade, Deus
preserva a semente da mulher, para que através de Jesus Cristo tenhamos vida
eterna (aquele que crê).
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