INTRODUÇÃO:
O saudoso servo de Deus John Stott fez a seguinte declaração: “Ninguém Jamais pode entender o cristianismo, sem entender a palavra justificado”.
Para Martinho Lutero a justificação pela fé “é a verdade do evangelho. É também o ensino principal de toda a doutrina cristã, em que consiste o conhecimento de toda piedade. Portanto, é mais do que necessário que conheçamos e ensinemos esta doutrina”.
ELUCIDAÇÃO:
No texto que lemos Paulo faz referencia a uma palavra muito importante que aparece pela primeira vez em Gálatas. Ela é fundamental na mensagem das epístolas, central no evangelho e indispensável ao cristianismo.
Neste parágrafo, o apóstolo dos gentios fala sobre a grande doutrina da justificação pela fé. Precisamos entender que justificação é o oposto de condenação e diz respeito a ação graciosa de Deus que através do sacrifício de Jesus Cristo na cruz perdoa o pecador e o torna justo .
O ponto de conflito no referido texto é que os judaizantes argumentavam a favor de uma justificação pelas obras da lei, enquanto que Paulo defende a justificação pela fé na obra de Jesus Cristo na cruz do Calvário.
Qual das duas opiniões está correta? É o que iremos descobrir agora com base no texto lido. Com este propósito iremos analisar o contraste entre o ensino dos judaizantes, da justificação pelas obras da lei, e a doutrina dos apóstolos, da justificação mediante a fé.
1. Justificação Pelas Obras da Lei.
Os judaizantes acreditavam que podiam ser justificados pelas obras da lei, ou seja, pela obediência exata aos dez mandamentos e também aos aspectos cerimoniais da lei mosaica.
Defendiam que a única maneira de ser justificado é através do trabalho duro, é preciso se esforçar.
Sendo assim, conseguindo obedecer fielmente, o ser humano terá conseguido a aceitação de Deus e a justificação pelas obras da lei.
Porém, esta compreensão é enganosa, conforme o versículo 16, em tempo algum alguém foi justificado pelas obras da lei, ninguém jamais conseguiu obedecer a lei de maneira perfeita, exceto Cristo.
Podemos até cumprir algumas exigências da lei por algum momento, mas não conseguimos cumprir toda a lei de Deus o dia todo.
Na verdade se verificarmos nossas motivações descobriremos que já transgredimos toda a lei de Deus, pois Jesus disse que a ira nos transformam em homicidas e que pensamentos impuros nos transformam em adúlteros. Por isso, que a Bíblia nos diz: “o homem não é justificado por obras da lei”.
O que me surpreende é que alguém possa imaginar que pode aproximar-se de Deus e chegar ao céu dessa maneira.
2. Justificação Pela Fé Em Jesus Cristo.
A segunda alternativa Paulo chama de justificação pela fé em Jesus Cristo. Ele veio ao mundo para viver e morrer. Na sua vida, Jesus obedeceu perfeitamente a lei de Deus. Na sua morte ele sofreu pela nossa desobediência e pecados.
Portanto, tudo o que precisamos para ser justificados é reconhecer o nosso pecado e a nossa incapacidade e colocar toda a nossa confiança em Jesus Cristo para que sejamos salvos.
A fé em Jesus Cristo é uma compreensão intelectual, mas também um compromisso pessoal.
3. O Contra-argumento dos Judaizantes.
Nos versículos 17 e 18, é provável que os críticos de Paulo estivessem argumentando que a justificação pela fé enfraquecesse a responsabilidade de uma boa conduta moral do homem.
O apóstolo diz: “certo que não”, ele nega a alegação imediata de que era culpado de tornar Cristo ministro de pecado. Pelo contrário, ele prossegue, a mim mesmo me constituo transgressor (versículo 18). Em outras palavras, se depois de ter sido justificado continuo pecando, a falta é minha e não de Cristo, eu sou o único culpado.
Paulo continua a rebater seus críticos, percebam que eles estão afirmando que a justificação pela fé conduz a uma vida de pecado.
A compreensão dos judaizantes é inadequada e inadmissível. Pois, nos diz a Palavra de Deus que a justificação é em Cristo, e uma pessoa que foi unida a Cristo pela fé nunca mais será a mesma pessoa, ela é transformada.
Agora Paulo passa a apresentar esta espantosa mudança que acontece com a pessoa que é justificada em Cristo.
Vejamos os versículos 19 e 20, é a morte e a ressurreição de Cristo que nós compartilhamos, ou seja, quando nos unimos a Cristo em sua morte, nossa vida antiga acaba; portanto, é absurdo sugerir que podemos retornar a ela.
Além disso, ressuscitamos para uma nova vida, em que Cristo vive em nós e nos concede novos desejos nos conduzindo também a santidade.
4. A Argumentação Lógica de Paulo Contra os Judaizantes (vs. 21).
Os dois alicerces da fé cristã são a graça de Deus e a morte de Cristo. O evangelho cristão é o evangelho da graça de Deus, a fé cristã é a fé do Cristo crucificado.
Assim, se alguém insiste em que a justificação é pelas obras e que é possível alcançar a salvação por esforço próprio está negando os fundamentos de religião cristã. Quem assim procede está recusando a graça de Deus, está dizendo que Jesus Cristo não deveria ter-se dado o trabalho de morrer, pois se nós somos donos de nosso próprio destino e podemos nos salvar a nós mesmos, qual o objetivo da morte de Cristo?
CONCLUSÃO:
Com base no que ouvimos hoje, quero concluir enfatizando quatro verdades:
1. A Maior Necessidade do Homem é a Justificação.
Comparadas a esta, todas as outras necessidades perdem qualquer significado.
2. A Justificação Não é Pelas Obras da Lei, Mas Pela Fé em Cristo.
O evangelho me ensina que Jesus Cristo foi crucificado para que eu fosse justificado perante Deus.
3. Não confiar em Jesus Cristo Para a Salvação é um Insulto a Graça de Deus e a Cruz de Cristo.
Quando confiamos em nós mesmos, estamos negando a Palavra de Deus, pois a mesma declara que não podemos ser justificados por obras da Lei.
4.Confiar em Jesus Cristo, Sendo Unido a Ele é Começar Uma Vida Totalmente Nova.
A justificação em Cristo coloca-nos numa posição privilegiada, agora somos novas criaturas, com novos padrões e desejos.
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