Na semana anterior nós vimos um pouco sobre as dificuldades
enfrentadas por Abrão, que fugindo da fome, agiu sem a orientação de Deus e
passou por uma situação complicada no Egito, chegando até mesmo a pecar contra SENHOR.
Mas, Deus foi gracioso com Abraão, observamos que o SENHOR
preservou-lhe a vida, bem como a de Sarai e depois de ter sido repreendido por
Faraó, Abraão retornou para a região do Neguebe.
EXPOSIÇÃO DO TEXTO:
No texto em apreço, vamos observar os acontecimentos
vivenciados por Abraão e aqueles que com ele estavam, e a partir do exame
textual extrair algumas lições para nós.
Abraão Retorna a Seu
Altar em Betel (vs. 3, 4).
Observamos anteriormente que depois de sair do Egito, Abrão
foi para a região do Neguebe, agora o narrador relata de forma sutil, o
deslocamento feito por Abraão do Neguebe para Betel e Ai (vs. 3). Foi nesta região onde Abraão havia feito altares ao SENHOR
(Gn. 12: 8).
Diz-nos o texto que naquela localidade, Abraão “invocou o nome do SENHOR” (vs. 4) – há um grande significado
nesta expressão, o altar que ele havia erigido era um lembrete das promessas
divinas e de sua fé inicial, ou seja, Abraão retornou a uma posição de fé.
Torna-se Inviável a
Permanência Entre Abraão e Ló (vs. 5 – 7).
Ironicamente, o problema reside no fato de que ambos (Abraão
e Ló) são possuidores de um numeroso rebanho, o que causa a dificuldade no
relacionamento deles (vs. 5, 6).
Em termos paradoxais, enquanto na cena anterior a tensão do
enredo surgiu da severidade da fome, a tensão do enredo desta cena surge da
prosperidade de Abraão e seu sobrinho Ló.
Abraão Oferece a Terra
e Abre Mão Dos Seus Direitos (vs. 8, 9).
O servo de Deus Abraão trata seu sobrinho Ló como igual. Ele
prioriza a paz na família antes da prosperidade (vs. 8).
Abrão coloca a terra fica a disposição de Ló (vs. 9 a). O Pai da Fé nos ensina nesse
texto que, às vezes irmãos devem separar-se em prol da paz (vs. 9 b).
A fé de Abraão lhe deu a liberdade de ser generoso (vs. 9 c). O superior social se humilha
diante do inferior com o intuito de preservar a paz, ao abrir mão dos seus
direitos, Abrão prova ser superior espiritualmente em relação a Ló.
A Escolha Errada de Ló
(vs. 10 – 13).
Ló escolheu de acordo com a visualização
dos seus olhos, ele observou a planície do Jordão, percebeu que a área era nutrida
por correntes de águas, fontes e oásis procedentes da bacia da Fenda
Jordaniana.
Em contrapartida, na região em que Abraão se encontrava era
escassa de água, a localização de Betel e Hebron depende de o Senhor enviar a
chuva.
Porém, a escolha de Ló foi equivocada, conforme o versículo 11, ele escolheu de maneira
egoísta, Ló tinha em mente a vantagem pessoal, com a desvantagem do seu tio, Ló
deveria entender que sem Deus ali não haveria bênção.
Além disso, Ló foi armando sua tenda nas proximidades de
Sodoma (vs. 12), enquanto Abraão
está junto ao altar de Betel, o acampamento de Ló aponta para a perversa
Sodoma.
Vejamos 4 Aplicações
Sobre o Texto Exposto:
1. A Generosa Providência de Deus é Quem Nos Sustenta Independentemente Das
Circunstâncias.
Devemos entender que independentemente das circunstâncias é
Deus quem nos sustenta, então, na fome ou na fartura, o importante é fazer a
vontade de Deus.
2. Os Servos de Deus Renunciam Seus Direitos Para Obter Paz Nos
Relacionamentos.
A generosidade e pacificação exibidas por Abraão são
aplaudidas do começo ao fim das Escrituras. Aqueles que foram reconciliados com
Deus através de Cristo devem sempre promover a paz.
3. As Escolhas Dos Servos de Deus Não Devem Ser Motivadas Pelo Egoísmo, Mas
Pela Fé.
Em sua escolha, Ló não considerou seu tio e benfeitor Abraão,
ele cuidou apenas dos seus interesses pessoais. Abraão renunciou seu direito e
confiou em Deus. Abraão e não Ló prova ser o parceiro pactual que tem fé em
Deus. Aliás, a atitude de Abraão prefigura a atitude de Jesus Cristo, pois: “Ele, pela alegria que lhe fora proposta,
suportou a cruz, desprezando a vergonha, e assentou-se à direita do trono de
Deus” (Hb. 12: 2).
4. Somente na Rendição do Coração e da Vontade a Deus é Possível Ter Paz,
Não Criando Um Ambiente Externo Favorável.
A verdadeira paz não é alcançada através de um ambiente
externo favorável. Neste acontecimento que vimos hoje, numa terra que é “como o jardim do Senhor” (vs. 10) os conflitos aconteceram.
Apenas quando entregamos nossa vida a Jesus Cristo, e
submetemos nossa vontade ao querer do SENHOR é que desfrutamos de paz, pois, a
paz verdadeira é consequência da união e justificação em Cristo: “Tendo sido, pois, justificados pela fé,
temos paz com Deus, por nosso Senhor Jesus Cristo” (Rm. 5:1).
CONCLUSÃO:
A vontade de Deus traz verdadeira paz e satisfação, contudo,
vale salientar que somente é possível fazer a vontade de Deus através de uma
entrega total a Jesus Cristo, submetendo a sua vontade a vontade de Deus.
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