segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

CIRCUNCISÃO E BATISMO



INTRODUÇÃO:
            Nas Escrituras, as alianças são acordos solenes, negociados ou impostos unilateralmente, que ligam as partes umas as outras em relações permanentes, definidas, com promessas específicas com reivindicações e obrigações de ambos os lados.
            A estrutura da aliança abrange toda a graça soberana de Deus. O Batismo e a Ceia do Senhor – que correspondem a Circuncisão e a Páscoa da Antiga Aliança e os substituem, são ordenanças da aliança (Gn. 17: 9-14; Cl. 2: 11-13).

Circuncisão e Batismo São Ritos de Iniciação a Igreja Visível de Deus.
É preciso entender que no Antigo Testamento, Israel era a Igreja de Deus. Está claro nas Escrituras: “É este Moisés quem esteve na congregação no deserto, com o anjo que lhe falava no monte Sinai e com os nossos pais; o qual recebeu palavras vivas para no-las transmitir” At. 7: 38.
Os hebreus dentre todos os povos da terra foram chamados para ser povo peculiar de Deus. Constituem seu Reino. Ninguém podia torna-se membro da comunidade de Israel antes de professar a verdadeira religião, antes de prometer obediência a Lei de Deus, como revelada em sua Palavra e submeter-se ao Rito da Circuncisão como o selo do pacto.
No Novo Testamento a Igreja é o Israel de Deus. Ela não constitui uma nova, mas uma e a mesma Igreja. É a mesma Oliveira – “Se, porém, alguns dos ramos foram quebrados, e tu, sendo oliveira brava, foste enxertado em meio deles e te tornaste participante da raiz e da seiva da oliveira” (Rm. 11: 17).
Então, enquanto o rito de iniciação do A.T é a circuncisão, o rito de iniciação no N.T é o batismo. É através do batismo passamos a fazer parte da Igreja visível de Deus.

Circuncisão e Batismo São Sinais do Pacto da Graça.
Deus entrou em pacto com Abraão. Naquele pacto prometeu a Abraão que, embora com quase cem anos de idade, este teria um filho. Prometeu que seus descendentes através de Isaque seriam tão numerosos como as estrelas do céu;
E acima de tudo prometeu ao patriarca que em sua semente todas as nações da terra seriam abençoadas.
A semente não significava seus descendentes coletivamente, mas uma pessoa, a saber, Cristo: “Ora, as promessas foram feitas a Abraão e ao seu descendente. Não diz: E aos descendentes, como se falando de muitos, porém como de um só: E ao teu descendente, que é Cristo” (Gl. 3: 16). A benção prometida, era a benção da redenção através de Jesus Cristo.
As promessas e bênçãos referidas, são administradas através do pacto da graça que Deus estabeleceu com Abraão através de Jesus Cristo, e o sinal desta aliança no A.T era a Circuncisão, já no N.T é o Batismo.

Circuncisão e Batismo Trazem Como Significado Purificação do Pecado.
A circuncisão não era mera instituição civil ou nacional, tinha uma importância espiritual. Significava purificação do pecado, precisamente como faz o batismo hoje.
O A.T fala sobre a circuncisão do coração: “Circuncidai, pois, o vosso coração e não mais endureçais a vossa cerviz” (Dt. 10: 16). Portanto, lábios incircuncisos são lábios impuros; e um coração incircunciso é um coração maculado.
O Apóstolo Paulo diz que a verdadeira circuncisão não é aquela que é externa, na carne, mas a que é interna, do coração, feita pelo Espírito. Neste sentido nós é que somos da verdadeira circuncisão: “Porque nós é que somos a circuncisão, nós que adoramos a Deus no Espírito, e nos gloriamos em Cristo Jesus, e não confiamos na carne” (Fl. 3: 3).
De igual forma, o batismo significa purificação do pecado. Nas palavras de Agostinho: “é o sinal visível de uma graça invisível”. Seu principal desígnio é significar e selar a promessa de livramento do pecado através da redenção a ser efetuada pela semente de Abraão, que é Jesus Cristo.

Circuncisão e Batismo Prometem Salvação Sob Condição de Fé.
A criança é batizada por causa da fé dos pais. A promessa de salvação é também para os filhos: “Pois para vós outros é a promessa, para vossos filhos e para todos os que ainda estão longe, isto é, para quantos o Senhor, nosso Deus, chamar” (At. 2: 39).
Aos olhos de Deus, pais e filhos são unos. Os primeiros são representantes autorizados dos últimos; agem por eles; contraem obrigações em nome deles.
Em todos os casos onde os pais entram em aliança com Deus, levam consigo seus filhos. O pacto feito com Adão incluía toda a sua posteridade, a promessa feita a Abraão era para ele e para sua semente depois dele.
Portanto, os pais podem agir pelas crianças, e não só conduzi-las sob obrigação, mas assegurar-lhes os benefícios do pacto nos quais assim entram vicariamente.
Então, quando um crente adota o pacto da graça, traz seus filhos para dentro desse pacto, no sentido em que Deus promete dar-lhes, em sua própria e oportuna ocasião, todos os benefícios da redenção, conquanto que não renunciem a seus compromissos batismais.

CONCLUSÃO:
            As crianças que são filhos de pais crentes, também desfrutam das promessas que Deus fez a Abraão. Devemos reconhecer esta verdade trazendo nossos filhos para o batismo. Ainda que sejam eles crianças.
            Com o compromisso assumido e cumprido por nós pais, aqueles que afirmamos pertencer a Deus por intermédio do batismo, serão de Deus, desde a mais tenra idade até a eternidade. Amém!

Rev. José Leniberto

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