No
texto em apreço o apóstolo faz mostra a diferença entre a condição do homem debaixo da lei (vs. 1-3) e a sua condição em Cristo (vs. 4-7) e fundamentando nesse
contraste uma exortação quanto à vida
cristã (vs. 8-11). Vejamos:
1. A Condição
do Homem Debaixo da Lei (vs. 3-4)
Como
um herdeiro durante a sua infância, embora tudo seja seu por direito, ele é
tratado como um servo.
“Está sob tutores e curadores” = sujeito aos guardiões e administradores,
eles lhes dão ordens, orientam-no e o disciplinam. Está sob restrições. “Até ao tempo determinado pelo pai”.
“Assim,
também nós” = ou seja, estávamos escravizados. Mas, que escravidão era essa?
A
escravidão da lei, pois a lei foi o nosso aio (Gl. 3: 24) fomos resgatados da
lei (vs. 5), aqui a lei é igualada aos “rudimentos
do mundo” (vs. 3), e no versículo 9, esses “rudimentos” são chamados de “fracos e pobres”.
“Fracos” – Pois a lei não tem força para nos remir;
“Pobres” – Porque não tem riqueza com que nos abençoar.
“Rudimentos do mundo” - Princípios elementares do mundo, diz Paulo
que estávamos servilmente sujeitos aos rudimentos do mundo (vs. 3), e no versículo 8, que servíamos a deuses falsos. Ao
analisar os dois versículos, compreendemos que o “deus deste século” (I Co. 4: 4) faz uso da lei de maneira
distorcida a fim de escravizar homens e mulheres.
O
propósito da lei é revelar o pecado e levar o homem a Cristo; Satanás usa para
mostrar o pecado e levar o homem a escravidão.
2. O Que Deus
Fez Mediante Jesus Cristo (vs. 4-7).
A
escravidão do homem sob a lei continuou por cerca de 1300 anos, foi uma
minoridade longa e árdua.
“Vindo,
porém, a plenitude do tempo” – Motivos
pelos quais a vinda de Jesus Cristo é chamada de plenitude dos tempos:
a)
Roma conquistou
mundo, as estradas romanas foram abertas;
b)
A língua e
cultura gregas trouxeram certa coesão à sociedade;
c)
Os deuses
mitológicos tinham perdido influência sobre o povo;
d)
A Lei de Moisés
tinha acabado a sua obra de preparar as pessoas para a vinda de Cristo.
Quando chegou a plenitude, Deus fez
duas coisas:
Primeiro:
“Deus Enviou o Seu Filho” (vs. 4) – Ele
nasceu debaixo da lei, ou seja, de uma mãe judia, na nação judia, sujeito a lei
judaica. Submeteu-se a todas as exigências da lei.
Para nos “resgatar e adotar” (vs. 5) – resgatar da escravidão e nos transformar em
filhos.
Segundo:
“Deus Enviou o Seu Espírito” (vs. 6) – então,
recebemos o Espírito que nos conduz a oração filial, chamamos Deus de “Aba Pai”
– é um diminutivo aramaico de pai, expressão de intimidade e carinho, pode
significar: “Paizinho querido”.
Versículo 7, “Assim, você já
não é mais escravo, mas filho; e, por ser filho, Deus também o tornou
herdeiro”. Essa mudança de condição é proporcionada por Deus. Não é por nossos próprios
méritos, nem através do nosso próprio esforço, foi Deus quem enviou seu Filho
para morrer por nós e enviou o seu Espírito para viver em nós.
3. Uma Exortação do Apóstolo Paulo (vs. 8-11).
Versículos 8, 9 = “Antes,
quando vocês não conheciam a Deus, eram escravos daqueles que, por natureza,
não são deuses. Mas agora, conhecendo a Deus, ou melhor, sendo por ele
conhecidos, como é que estão voltando àqueles mesmos princípios elementares,
fracos e sem poder? Querem ser escravizados por eles outra vez”?
O argumento do apóstolo é o seguinte:
se vocês eram escravos e agora são filhos, se não conheciam a Deus, mas vieram
a conhecê-lo e são conhecidos por Ele, como podem retornar a antiga escravidão?
Como podem deixar-se escravizar pelos deuses falsos, submetendo-se aos
rudimentos deste mundo dos quais Jesus Cristo os resgatou?
Versículo 10
= “Vocês
estão observando dias especiais, meses, ocasiões específicas e anos!”
A
fé dos gálatas havia se transformado em mero formalismo exterior. Já não era
mais a livre e
alegre comunhão com o Pai, tornou-se uma enfadonha rotina de regras e
regulamentos.
Por
isso, Paulo acrescenta com tristeza: “Temo que os meus esforços por vocês tenham sido
inúteis” (vs. 11). Ele
teme que todo tempo que gastou e o trabalho que teve com eles tenha sido
desperdiçado.
CONCLUSÃO:
1. A situação
do homem sem Deus é de escravidão, pois, o mesmo está debaixo da lei.
Jesus
Cristo é a solução para a cadeia espiritual vivida pelo pecador, pois, foi o
Senhor Jesus quem cumpriu todos os aspectos da lei para nos resgatar e salvar,
na Cruz do Calvário Ele nos garante a liberdade: “Quando vocês estavam mortos em pecados e na incircuncisão da
sua carne, Deus os vivificou juntamente com Cristo. Ele nos perdoou todas as
transgressões,e cancelou a escrita de dívida, que consistia em ordenanças, e
que nos era contrária. Ele a removeu, pregando-a na cruz” (Cl. 2: 13, 14).
2. A vida cristã
é de liberdade, não de escravidão.
Claro,
pertencemos Cristo e gostamos de servir aquele a quem pertencemos. Mas, esse
tipo de serviço é livre. A vida cristã não é uma escravidão a lei, como se
nossa salvação estivesse numa balança e dependesse de nossa obediência inerrante e servil a lei.
Na verdade, a nossa salvação repousa na obra que Jesus cristo realizou na Cruz,
no fato dele ter assumido o nosso pecado, fazendo-se na sua morte maldição em
nosso lugar. Precisamos sempre nos lembrar destas verdades, e jamais voltarmos
os rudimentos escravizantes do mundo.
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