domingo, 27 de julho de 2014

O “mistério” do Reino de Deus - Mc 4. 1-20

Introdução:

Até agora no evangelho de Marcos, temos visto que os discípulos seguem a Jesus com grandes expectativas de que Deus muito em breve estabelecerá o seu reino. A pregação de Jesus em Mc 1. 15 apontava para isso. Contudo, aparentemente, o que crescia era a oposição a Cristo. Como vimos nos capítulos anteriores,  os líderes religiosos e a própria família de Jesus eram os seus principais oponentes.  A essa altura do campeonato, talvez alguns dos seus discípulos estivessem se perguntando: será que eu apostei numa causa perdida? Onde está o reino de Deus que eu não o vejo?

As parábolas do capítulo 4 são, em grande parte, uma resposta a essa pergunta. Elas falam sobre a natureza e sobre o crescimento do reino de Deus.

O texto que lemos contém uma das mais conhecidas parábolas de Jesus. Trata-se da parábola do semeador. Contudo, antes de adentrar-mos no texto dessa parábola, precisamos definir o que é uma parábola.

O termo grego “parabolé” significa jogar ao lado de, ou simplesmente, comparar.  Ou seja, uma parábola é uma história comparativa. Por isso, Jesus dizia frequentemente, “com que compararei o reino de Deus...”. Um terço dos ensinamentos de Jesus no NT são em forma de parábolas.

A parábola que Jesus contou dos verso 3-9 deixou os seus apóstolos e discípulos confusos. O  (v. 10) nos diz que Quando Jesus ficou só, os que estavam junto dele com os doze o interrogaram a respeito das parábolas”. Isso nos leva ao nosso primeiro ponto:

I- POR QUE JESUS FALAVA POR PARÁBOLAS?

Algumas pessoas acham que Jesus falava por parábolas para tornar a sua mansagem mais ascessível. E elas dizem: veja, Jesus falava para os camponeses, por isso, falava em sementes, animais, árvores etc.
Contudo, não é isso o que nos diz os v. 11  e 12:

 “Ele lhes respondeu: A vós outros vos é dado conhecer o mistério do reino de Deus; mas, aos de fora, tudo se ensina por meio de parábolas,
para que, vendo, vejam e não percebam; e, ouvindo, ouçam e não entendam; para que não venham a converter-se, e haja perdão para eles”.

O propósito das parábolas não era deixar as coisas mais claras, mas era justamente o contrário. Muitas pessoas ficam chocadas quando leem direito esse texto de Marcos, e percebem que Cristo não queria que algumas pessoas entendessem a sua mensagem.

O verso 12 que Jesus cita nessa passagem é uma citação de Isaías 6. 9-10
“para que, vendo, vejam e não percebam; e, ouvindo, ouçam e não entendam; para que não venham a converter-se, e haja perdão para eles”.

A profecia de Isaías se dirige aos israelitas que de tanto caírem na idolatria (Cap 1-5) estavam se tornando semelhantes aos seus ídolos: cegos, surdos e insensíveis.

É provável que Jesus tenha usado essa referência com o mesmo propósito, pois, ele era o messias anunciado por Isaías, e assim como Isaías pregou em um contexto de pessoas que rejeitaram a lei de Deus, Jesus também estava pregando num contexto assim.

II- O SIGNIFICADO DA PARÁBOLA

Dos versos 14-20, Jesus explica aos seus discípulos o significado da parábola.
No v. 14, ele fala da identidade e da tarefa do semeador.

O semeador semeia a palavra”.

Em primeira instância, Cristo falava dele mesmo. Ele é quem semeia a Palavra, mas isso também é uma tarefa da sua igreja. (nossa responsabilidade é como a do semeador, nós semeamos a Palavra e deixamos os resultados com Deus.

No v. 15, ele nos fala da identidade daqueles que estão à beira do caminho.

“São estes os da beira do caminho, onde a palavra é semeada; e, enquanto a ouvem, logo vem Satanás e tira a palavra semeada neles”.

Claramente essa é uma referência as pessoas que ainda não foram regeneradas, pois estão a mercê de satanás. Como nos lembra Paulo em Ef 2. 2.

Nos v. 16 e 17, ele nos fala das conversões superficiais:

“Semelhantemente, são estes os semeados em solo rochoso, os quais, ouvindo a palavra, logo a recebem com alegria. Mas eles não têm raiz em si mesmos, sendo, antes, de pouca duração; em lhes chegando a angústia ou a perseguição por causa da palavra, logo se escandalizam”.

Quantos de nós não conhecem pessoas que frequentaram a igreja por determinado tempo e que depois se afastaram. Pessoas que acreditaram num evangelho de soluções de problemas, de cura física etc. Esse, com certeza também um dilema para os primeiros seguidores de Jesus. Em determinados momentos Jesus estava rodeado de uma grande multidão, mas bastava um discurso mais duro para que essa multidão o abandonasse.

Nos versos 18 e 19 Jesus nos fala sobre aqueles que acham que dois deuses podem sentar no mesmo trono: Deus e as riquezas, ou Deus e a ambição.

“Os outros, os semeados entre os espinhos, são os que ouvem a palavra, mas os cuidados do mundo, a fascinação da riqueza e as demais ambições, concorrendo, sufocam a palavra, ficando ela infrutífera”.

Finalmente, no verso 20 Cristo nos fala da existência da “Boa terra”.

“Os que foram semeados em boa terra são aqueles que ouvem a palavra e a recebem, frutificando a trinta, a sessenta e a cem por um”.

Ou seja, existem pessoas que vão ouvir o evangelho e vão crer nele. Essa é a natureza mistériosa do reino de Deus. Esse verso também nos fala da extraordinária prosteridade do evangelho quando este realmente regenera uma pessoa: ela dará fruto. O reino de Deus crescerá até que toda a terra se encha do conheciemnto do Senhor como as águas cobrem o mar. (Is 11. 9).

Conclusão

O que os discípulos, e muitos de nós, não entendemos é a soberania de Deus sobre tudo e sobre todos. O crescimento do Reino depende em última instância da vontade soberana do Rei, contudo, isso não deve nos tornar irresponsáveis (é aí que mora o problema) temos a responsabilidade de levar a “semente”. Essa semente não é nada mais nada menos que todo o conselho de Deus. Isso inclue não somente se preocupar com a “alma” das pessoas, mas com o homem completo e também com a sociedade.

Aplicação:

O que nós aprendemos com essa parábola?

1- Nós somos privilegiados. Todos nós aqui sabemos que não somos boas pessoas. Todos nós somos pecadores. Mas Deus se agradou soberanamente de nós. Por causa de Cristo ele nos considera “boa terra”. Paulo diz em Rm 5 que ele nos considera “justos”, ele nos considera seu povo.

2- Nós aprendemos que temos uma responsabilidade. Devemos levar a semente do reino de Deus, sabendo que ele já chegou, mas Deus fará com que ele cresça soberanamente. Precisamos levar as boas novas do reino onde formos.








                                                                          


Exposição de Atos - Atos 3: 1 -10

INTRODUÇÃO:

O texto que lemos fala sobre a cura de um aleijado de nascença. Essa cura, juntamente com o posterior sermão de Pedro ocasionaram a oposição e perseguição das autoridades judaicas.

Lucas iniciou o livro de atos afirmando que iria relatar o que Jesus continuou a “fazer e ensinar”, após a ascensão, através dos seus apóstolos (At. 1: 1-2).

Ele também disse que “muitos sinais e prodígios eram feitos por intermédio dos apóstolos”. Agora, ele fornece um exemplo do que havia afirmado anteriormente.

EXPOSIÇÃO:

Pedro e João Subiram ao Templo

Lucas não especifica a data, mas a hora era três da tarde. A chegada dos apóstolos coincidiu com a chegada de um coxo de nascença, que era levado ali para pedir esmolas.

O lugar do mendigo, “era a porta do Templo chamada Formosa” (vs. 2), identificada também como a porta de Nicanor, essa porta separava o recinto do Templo do pátio dos gentios e media cerca de 20 metros de altura.

Mas, ao pé dessa magnífica porta, sentava-se um coxo a mendigar. O médico Lucas afirma que: a)era um coxo de nascença; b)tinha mais de 40 anos (At. 4: 22); c) era tão aleijado que precisava ser carregado.

Quando Pedro e João iam entrar no Templo, rogou-lhes uma esmola (vs. 3). Os apóstolos pararam e olharam para o coxo, e Pedro deu-lhes duas ordens: Primeira, “olha para nós”(vs. 4), “ele os olhava atentamente, esperando receber alguma coisa” (vs. 5). Mas, em sua segunda ordem, Pedro disse que tinha algo melhor do que dinheiro para oferecer: "Não tenho prata nem ouro, mas o que tenho, isto lhe dou. Em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, ande" (vs. 6).

O Aleijado de Nascença é Curado

Em seguida, Pedro “tomando-o pela mão direita e o levantou” (vs. 7a). O que Pedro fez não foi um gesto de descrença, mas de amor. Então, “imediatamente, os pés e tornozelos se firmaram” (vs. 7b). Tão fortes e ágeis “que de um salto se pôs em pé” (vs. 8), o que jamais fizera antes.

Não só isso, ele acompanhou os apóstolos e entrou com eles no Templo, saltando e louvando a Deus sem parar (vs. 8). Era um cumprimento maravilhoso da profecia messiânica: “os coxos saltarão como cervos” (Is. 35: 6).

Rapidamente a multidão se aproximou. Pois eles o viram “andar e louvar a Deus” (vs. 9). Essa é a quarta vez que Lucas descreve o homem andando, como se quisesse enfatizar o incrível fato de suas pernas coxas estarem funcionando perfeitamente pela primeira vez.

Reconheceram ser ele o mesmo que há tanto tempo pedia esmolas na porta do Templo e ficaram admirados com o que acontecera (vs. 10).

LIÇÕES PRÁTICAS

1.      A Cura Física do Coxo Foi Uma Dramatização da Mensagem Apostólica da Salvação;

A cura tinha como objetivo mostrar que Jesus Cristo é o Messias que veio trazer salvação: “Dizei aos turbados de coração: Sede fortes, não temais; eis que o vosso Deus virá com vingança, com recompensa de Deus; ele virá, e vos salvará. Então os olhos dos cegos serão abertos, e os ouvidos dos surdos se abrirão. Então os coxos saltarão como cervos, e a língua dos mudos cantará; porque águas arrebentarão no deserto e ribeiros no ermo” (Isaías 35:4-6).

2.      A Igreja Precisa Transparecer Cristo ao Pecador;

Pedro disse ao coxo: “olhe para nós”. Porém, podemos observar que o milagre é realizado em nome de Jesus. Depois, quando prega para ao povo, ele presenta Jesus como autor do milagre.

Então, Pedro queria que o coxo enxergasse além. A idéia é: “Olhe para nós e veja Jesus”.

Irmãos, Cristo tem sido visto em nós? O pecador está enxergando Cristo na sua família, nos seus negócios, no seu casamento, no seu trabalho?
3.      A Igreja Precisa Estender a Sua Mão ao Pecador;

Depois de orar pelo homem, Pedro o ajuda a levantar-se. “o poder era de Cristo, mas a mão era de Pedro”Thomas Walker.

Aquele não era um gesto de descrença, mas de amor. Além disso, Pedro já havia visto Cristo fazer isto quando tomou a filha de Jairo pela mão.
Então, precisamos estender a mão ao pecador. Existem muitos que estão prostrados, depressivos, desprezados. Enquanto Igreja de Cristo, precisamos ajudá-los, levantá-los, fazer boas obras.

Mas, sempre apresentando o evangelho. Contudo, sabendo que nem todos que ajudamos serão salvos. Porém, essa verdade não deve servir de empecilho para auxiliar o nosso próximo.

CONCLUSÃO:

Por sermos povo de Deus, precisamos orar para que o Senhor nos encha com o Espírito Santo e sejamos uma comunidade onde Cristo seja visto em nós.









terça-feira, 15 de julho de 2014

Evidências de Uma Igreja Cheia do Espírito Santo - Atos 2: 42 – 47

INTRODUÇÃO:

Certa vez, quando eu era pastor em Bezerros, uma senhora que frequentava a igreja, ao me encontrar na rua e parar para conversar comigo, disse: “pastor, eu gosto das suas pregações... Mas, naquela igreja, poucos irmãos tem o Espírito Santo. Aquela igreja precisa ser mais barulhenta, acho que o senhor deveria aumentar mais o som, colocar umas caixas perto da porta”...
Foi quando eu perguntei: “Então, a evidência de uma igreja cheia do Espírito Santo é o barulho?”

Infelizmente, essa é a concepção de muitos evangélicos atualmente. Mas, quais são as evidências de uma igreja cheia do Espírito Santo? É o que vamos ver no sermão de hoje.

ELUCIDAÇÃO:

No texto que lemos, o autor Lucas nos mostra os efeitos do Pentecoste, oferecendo-nos uma linda descrição da igreja cheia do Espírito Santo.

1.       É Uma Igreja Que Não Despreza o Ensino Bíblico;

“Perseveravam na doutrina dos apóstolos” -  os três mil que se converteram e foram batizados não estavam se deliciando com uma experiência mística que os levasse a rejeitar o ensino.

O Espírito Santo é o Espírito da verdade, portanto, anti-intelectualismo e a plenitude do Espírito Santo são incompatíveis.

Esses discípulos se assentavam aos pés dos apóstolos, desejosos por receberem instruções, e nisso perseveravam (vs. 42).

Além disso, a autoridade didática dos apóstolos, era autenticada por milagres: “muitos sinais e prodígios eram feitos por intermédio dos apóstolos” (vs. 43).

APLICAÇÃO:

Considerando que o ensino dos apóstolos chegou até nós em sua forma definitiva no Novo Testamento, a devoção contemporânea ao ensino apostólico significará submissão a autoridade do Novo Testamento, que por sua vez é um reflexo do A.T.

2.       É Uma Igreja Que Ama De Maneira Prática;

“Perseveravam na comunhão” (koinonia) – fala sobre a vida comunitária da igreja em dois sentidos. Primeiro, o termo expressa o que compartilhamos nessa comunhão, a saber o próprio Deus, pois “a nossa comunhão é com o Pai e com seu Filho Jesus Cristo” (I Jo. 1: 3). E há a “comunhão do Espírito” (2 Co 13: 13).

Mas, em segundo lugar, essa comunhão também é expressa no que compartilhamos uns com os outros, tanto o que damos quanto o que recebemos.

KOINONIA é a palavra grega que Paulo usou para a oferta que recolheu entre as igrejas da Macedônia, esse mesmo termo, dá origem a palavra generoso em nosso vocábulo. É a isso que Lucas está se referindo aqui, pois ele continua descrevendo como esses primeiros cristãos compartilhavam suas propriedades uns com os outros (vs. 44 e 45).

Será que cada crente e cada comunidade cheia do Espírito deve seguir literalmente este exemplo?

É importante explicarmos que até mesmo em Jerusalém, a comunhão de bens era voluntária, de acordo com o versículo 46 – “partiam o pão de casa em casa”. Então, muitos ainda possuíam casa. A venda e a partilha eram ocasionais e voluntárias, no caso de Ananias e Safira percebe-se  o princípio (Atos 5: 4).

Agora, embora voluntárias, todo crente em Jesus é chamado a generosidade, principalmente em relação aos pobres e necessitados. O A.T. havia uma ênfase no cuidado com os necessitados: Quando tiverem separado o dízimo de tudo quanto produziram no terceiro ano, o ano do dízimo, entreguem-no ao levita, ao estrangeiro, ao órfão e à viúva, para que possam comer até saciar-se nas cidades de vocês” (Dt. 26: 12). Esse princípio é mencionado em Atos 4: 34 e 35.

APLICAÇÃO:

A comunhão cristã é cuidado cristão, e cuidado cristão é compartilhamento cristão. Não podemos escapar do desafio desses versículos.

Precisamos agir individualmente e coletivamente para diminuir as necessidades e abolir a miséria dentro da nova comunidade de Jesus Cristo. Isso é parte da responsabilidade dos crentes cheios do Espírito Santo.

3.       É Uma Igreja Que Valoriza a Adoração;

“Perseveravam no partir do pão e nas orações”. O culto que eles ofereciam era realizado no “templo”, como também, “de casa em casa” (vs. 46). O que é uma combinação interessante.

Participavam dos cultos de oração no templo. Ao mesmo tempo, complementavam os cultos do templo com reuniões mais informais e espontâneas, que incluía o partir do pão em suas casas.

Outro equilíbrio no culto da Igreja primitiva está no fato dele ser alegre e reverente. Não se pode duvidar da alegria deles, está escrito que eles tinham “alegria e singeleza de coração”.

Deus havia enviado seu filho ao mundo, e agora lhes enviava seu Espírito. Eles tinham muitos motivos para se alegrarem. Além disso, o fruto do Espírito é alegria.

Portanto, cada culto de adoração era uma alegre celebração dos atos poderosos de Deus através de Jesus Cristo.
Ao mesmo tempo, a alegria deles nunca era irreverente. Se a alegria do Senhor for uma obra do Espírito, o temor do Senhor também será autêntico (vs. 43).

APLICAÇÃO:

O culto público pode ser majestoso, mas é imperdoável que seja enfadonho. Por isso, é errado imaginar que no culto público reverência e alegria sejam excludentes. A combinação entre alegria e temor, bem como formalidade (templo) e informalidade (casa), dá um equilíbrio saudável à adoração.

4.       É Uma Igreja Que Evangeliza Sempre.

“enquanto isso, acrescentava-lhes o Senhor, dia a dia, os que iam sendo salvos” (vs. 47). Aqueles primeiros cristãos, não se esqueceram de evangelizar. Pois, o Espírito Santo é um Espírito missionário que criou uma igreja missionária.

Então, nos diz o texto que o “Senhor acrescentava os que iam sendo salvos” – é certo que Ele fez através da pregação dos apóstolos, testemunho dos crentes, do amor na vida comunitária. Mas, é o Senhor que faz, pois é a cabeça da igreja. Salvação e participação na igreja andavam juntas e continuam andando.

E “dia a dia” o Senhor acrescentava os que iam sendo salvos. Pois, diariamente eles evangelizavam. Não era uma tarefa esporádica.

APLICAÇÃO:

O culto deles era diário, e assim também o testemunho. Eles buscavam as pessoas de fora continuamente, e então os convertidos eram acrescentados continuamente. Precisamos recobrar essa expectativa de crescimento constante e ininterrupto da igreja.

CONCLUSÃO:

Meus irmãos, não precisamos esperar pela vinda do Espírito Santo. Pois, o Espírito veio no Pentecoste e nunca mais deixou a sua igreja.
Nossa responsabilidade é buscar a sua plenitude, decididos a não apaga-lo para que possamos experimentar todas as evidências de uma igreja cheia do Espírito Santo.




Salvação, Requisitos e Consequências - Atos 2: 37 – 41

INTRODUÇÃO:

Como posso ser salvo? O que fazer para ser salvo? É possível ao ser humano desfrutar da salvação?

Acredito que em algum momento de sua vida você já fez estas perguntas. De maneira consciente ou não, a salvação é uma das maiores preocupações do ser humano, pois, a mesma trata sobre a eternidade, o porvir, o além morte.

Na mensagem de hoje vamos refletir sobre as exigências e consequências para que alguém possa desfrutar da salvação eterna.

EXPOSIÇÃO:

No sermão anterior, vimos o apóstolo Pedro explicando o que aconteceu no Pentecoste e aproveitando a ocasião oportuna para pregar o evangelho (Cristo Crucificado) para os judeus.

Agora, o texto bíblico descreve a reação da multidão ao sermão de Pedro, juntamente com a resposta dele.

No versículo 37, diz que “Compungiu-se-lhes o coração” – significa: convicção de pecado, consciência pesada. Os ouvintes queriam saber o que fazer.

Pedro respondeu que eles precisavam se arrepender e se submeter ao batismo em nome de Jesus (vs. 38). O que Pedro estabelece como exigência é humilhante para um judeu, mesmo porque, eles acreditavam que apenas os gentios convertidos é que precisavam se submeter ao batismo.

A acomodação ao Batismo em nome de Cristo seria demonstração de arrependimento, pois eles tinham rejeitado a Jesus Cristo e o acusado de blasfêmia.

Então, receberiam dois presentes de Deus: 1) O perdão dos pecados – até mesmo o pecado de rejeição a Cristo; 2) A dádiva do Espírito Santo – para regenerá-los e habitá-los.

Pois, a promessa de Deus não se limitava aos apóstolos e aos 120 irmãos que estavam com eles (vs. 39). Mas, a dádiva do Espírito Santo era para eles (judeus), seus filhos (geração subsequente), para os que estavam longe (judeus da dispersão), para quantos o Senhor nosso Deus chamar (gentios). Cada pessoa que é chamada por Deus através de Cristo recebe ambas a dádivas.

Lucas acrescenta que esse não é o fim do sermão de Pedro, pois ele “deu testemunho e exortou-os”. E a essência de sua exortação era: “salvai-vos desta geração perversa” (vs. 40).

Em outras palavras, não assimilem os ensinos pervertidos desta geração. Não se deixem influenciar por ela. Na verdade, teriam de mudar de comunidade, transferindo-se da que era velha e perversa para outra, que era nova e estava sendo salva (vs. 47).

A resposta ao apelo de Pedro é agora relatada. Grande número “aceitaram a palavra”  e em consequência foram batizadas, havendo um acréscimo “naquele dia de quase 3 mil pessoas” (vs.41).

De acordo com a promessa de Pedro, todos devem ter recebido o perdão e o Espírito, embora, sem sinais sobrenaturais. O texto não menciona nenhum fenômeno parecido com vento, fogo ou línguas.

LIÇÕES PRÁTICAS:

1.      A Salvação é Precedida Pela Pregação do Evangelho (Jesus Crucificado);

Em sua mensagem, Pedro concentrava-se na cruz e ressurreição de Cristo como acontecimentos históricos e salvífico.

2.      O Evangelho Exige o Abandono do Pecado e Amor a Cristo (Arrependimento e Fé);

Quando temos uma experiência de salvação com Cristo, nos arrependemos dos nossos pecados e desejamos fazer a vontade de Deus. Pois, uma nova vida exige novos padrões.

3.      O Abandono do Pecado e Amor a Cristo São Evidenciados Através do Batismo e Inserção na Comunidade Cristã.

A nova vida em Cristo é simbolizada e expressa pelo batismo. Nós não somos chamados para viver uma vida cristã isolada, individualista. Mas, compartilhada e coletiva. Em Cristo, somos transferidos para a sua comunidade.

CONCLUSÃO:

Quando experimentamos a conversão genuína a Jesus cristo, somos conduzidos ao arrependimento dos nossos pecados, depositamos fé no sacrifício purificador de Cristo. Somos batizados, externando o que aconteceu interiormente conosco e passamos a desfrutar da salvação. Esses são os requisitos e consequências da salvação.



A Mensagem da Igreja é Cristocêntrica - Atos 2: 14 – 36

INTRODUÇÃO:

Deus transforma aquilo que seria uma simples festa anual em um momento de revestimento espiritual para a Sua igreja e a leva para fora para testemunhar de Jesus.

É nesse contexto que encontramos a palavra de Pedro. No seu sermão, ele expõe o Senhor Jesus de forma bíblica e transformadora.
Deixa bem claro, que a igreja revestida de autoridade existe para proclamar o Cordeiro de Deus.

EXPOSIÇÃO:

Pedro explica o que aconteceu (vs. 1- 13), o fenômeno sobrenatural é o cumprimento da profecia de Joel (vs. 16). Ele substitui o “depois” de Joel por “nos últimos dias” a fim de enfatizar que, com a vinda do Espírito Santo, chegaram os últimos dias.

Os autores de Novo Testamento são unânimes na convicção de que Jesus inaugurou os últimos dias ou a era messiânica, e que a prova final disso foi o derramamento do Espírito Santo.

Então, na compreensão de Pedro o cumprimento da profecia de Joel é total. Toda a era messiânica, que se estende entre as duas vindas de Cristo, é a era do Espírito, na qual o seu ministério é abundante.

Pedro salienta a universalidade na dádiva do Espírito: “toda carne” – não significa todas as pessoas, à parte da prontidão em receber essa dádiva, mas todas as pessoas a parte de sua condição ou status (vs. 17, 18).
“E profetizarão” – segundo Lutero, “profecias, visões e sonhos são todos uma coisa só”. Uma dádiva universal (o Espírito) levará a um ministério universal (profecia).

Em sua essência, profecia é Deus falando e tornando-se conhecido através de sua Palavra. A expectativa do A.T era que nos dias da Nova Aliança, o conhecimento de Deus fosse universal e isso se cumpriu através de Cristo.
Nesse sentido, no povo de Deus, agora todos são profetas, assim como todos são sacerdotes e reis.

Pedro continua a citação de Joel (vs. 19, 20), é possível entender essas profecias como fenômenos da natureza que começaram já na sexta-feira santa: “Já era quase meio dia, e trevas cobriram toda a terra até às três horas da tarde; o sol deixara de brilhar. E o véu do santuário rasgou-se ao meio” (Lucas 23:44-45).

Enquanto isso, entre o dia de Pentecostes e o dia do Senhor, estende-se um longo dia de oportunidade, durante o qual o evangelho da salvação será pregado em todo mundo (vs. 21).

A PREGAÇÃO DE PEDRO É SOBRE CRISTO

1.      Jesus, Homem Aprovado Por Deus (vs. 22).

“Milagres, prodígios e sinais” - É incomum a conciliação dessas três expressões a respeito de um só homem. Milagres – dynameis: Jesus é a manifestação do poder de Deus. Prodígios – terata: Jesus é o assustador fenômeno de Deus. Sinais – semeia: em Jesus todas as profecias encontram resposta. O próprio Deus confirma que Jesus é o Cristo.

2.      A Responsabilidade do Homem e a Soberania de Deus na Morte de Jesus (vs. 23).

Assim, a morte de Jesus, é atribuído simultaneamente ao propósito de Deus e a iniquidade do homem. O propósito da salvação de Deus estava sendo cumprido.

3.      Jesus Ressuscitou Para Nunca Mais Morrer (vs. 24 – 32).

Foi Deus quem ressuscitou a Jesus, e Ele o fez “rompendo os grilhões da morte”. Os grilhões representam o intenso sofrimento da morte. Jesus levantou-se naquele sepulcro para nunca mais morrer.

Pedro confirma a verdade da ressurreição de Jesus, apelando para o Salmo 16: 8 – 11.

Nesse ponto, nossa vida e vitória se juntam a vida de Jesus. A segurança que temos, a esperança de vida eterna tudo se baseia na fé e esperança de Jesus nunca mais morrer

4.      A Exaltação de Jesus Cristo (vs. 33 – 36).

Agora, da ressurreição de Jesus, Pedro fala da sua exaltação a destra de Deus. Tendo recebido o Espírito prometido pelo Pai, Jesus derramou o seu Espírito dessa posição de suprema honra e absoluto poder.

Pedro aplica o salmo 110 a ascensão de Cristo (vs. 34), Davi, não subiu aos céus, também não foi poupado do deterioramento. Além disso, ele chamou de “meu Senhor” a pessoa sentada a destra de Deus.

A conclusão de Pedro é que todo o Israel deveria agora ter a certeza de que este Jesus, a quem tinham rejeitado e crucificado, Deus havia feito Senhor e Cristo.


APLICAÇÃO:

1.      Jesus Cristo é o Messias Salvador.
2.      Jesus Cristo Ressuscitou Para Nos Dar Vida Eterna.
3.      Jesus Cristo é o Tema Central da Nossa Mensagem.

CONCLUSÃO:

Devemos usar as oportunidades da nossa vida, à semelhança de Pedro, para testemunhar, seja em palavras ou ações, do nome acima de todo nome, Jesus Cristo nosso Senhor. É através de Jesus que o pecador é salvo!