domingo, 27 de abril de 2014

Exposição do Evangelho de Marcos - Mc 3. 20-30

Introdução:

De acordo com C. S. Lewis (autor das crônicas de Nárnia), uma pessoa pode ter três possíveis reações diante da pessoa de Jesus. A primeira é que você pode reconhecê-lo como Deus, a segunda é que você pode achar que está diante de um lunático, e a terceira é que você pode considerá-lo o diabo em pessoa.

Embora, alguém relute diante dessas alternativas apresentadas por C. S. Lewis no seu livro “cristianismo puro e simples”, e afirme que existem outras alternativas, como por exemplo, considerar Jesus um mestre da moral... Lewis afirma que não.

O texto que lemos essa noite nos apresenta um quadro bastante semelhante ao apresentado por C. S. Lewis no seu livro. Aqui também nós encontramos diferentes reações diante da pessoa de Jesus.

1ª Reação: O louco

20 Então, ele foi para casa. Não obstante, a multidão afluiu de novo, de tal modo que nem podiam comer.
21 E, quando os parentes de Jesus ouviram isto, saíram para o prender; porque diziam: Está fora de si.

Embora o texto original não indique que esses parentes de Jesus relatados no V. 21 fossem seus parentes de sangue, pois o texto original pode muito bem ser traduzido como “os da parte de Jesus”, ao invés de “os parentes de Jesus”. Seja como for, o fato é que alguém próximo a Cristo viu a sua atividade, bem como as coisas que ele dizia a multidão, e concluiu: ele só pode estar fora de si! Talvez tenha sido alguém que conviveu com Jesus na sua infância, e que agora o viu sem tempo nem para comer, por conta da urgência da sua missão, ou talvez tenha sido mesmo um parente de sangue de Jesus, pois  Jo 7. 5 diz que “nem mesmo os seus irmãos criam nele”.

Aplicação:

Por vezes, os cristãos também são taxados de loucos, simplesmente por seguirem os ensinamentos e o exemplo de Jesus. Frequentemente o mundo olha pra nós e não os vê com bons olhos. Alguém afirma: só sendo louco, deixar de ter quantas mulheres aparecerem pra ter apenas uma mulher. Outros dizem: só sendo louco, trabalhar a semana inteira e, ao invés de aproveitar o domingo enchendo a cara ou simplesmente entediado no sofá, ir a um igreja no domingo pela manhã e no domingo à noite.

Obs. É bem verdade que alguns evangélicos merecem ser chamados de loucos. Principalmente aqueles que acham que ser cristão significa alienar-se do mundo, não ter contato com pessoas que não sejam da mesma igreja, sem contar com aqueles que aos berros nos ônibus e metrôs acreditam que estão salvando o mundo.

2ª Reação: O diabo

22 Os escribas, que haviam descido de Jerusalém, diziam: Ele está possesso de Belzebu. E: É pelo maioral dos demônios que expele os demônios.

Pra nós, que vivemos distantes do tempo e da cultura em que Jesus viveu, essa pode parecer um declaração um tanto chocante. Contudo, como afirmou C. S. Lewis, um homem que disse o que Jesus disse e que fez o que Jesus fez, se não fosse considerado divino poderia ser muito bem chamado de demônio. E é o que acontece nessa passagem.

A resposta de Jesus a essa acusação está nos versos 23-26:

23 Então, convocando-os Jesus, lhes disse, por meio de parábolas: Como pode Satanás expelir a Satanás?
24 Se um reino estiver dividido contra si mesmo, tal reino não pode subsistir;
25 se uma casa estiver dividida contra si mesma, tal casa não poderá subsistir.
26 Se, pois, Satanás se levantou contra si mesmo e está dividido, não pode subsistir, mas perece.


Aplicação:

Historicamente, a igreja também foi acusada de obras malignas: canibalismo, incesto, pedofilia, rebeldia, ateísmo etc.

Atualmente, ateus como Hichkens e Dawlkins não dizem simplesmente que o cristianismo é insano ou ilógico, eles afirmam que que ele é mal, imoral e injusto.

Obs. É bem verdade que a maioria dessas acusações são infundadas. Contudo, não podemos esquecer que muitas vezes algumas acusações contra a igreja são verdadeiras. Muitas pessoas se afastam da igreja por verem ali um discurso que não condiz com a prática. E, as vezes isso é verdade, falta de amor para com o próximo, orgulho e individualismo são só alguns exemplos. Que Deus nos ajude a não afastar as pessoas da igreja por nossa má conduta.

3- Ele é o próprio Deus!

No verso 27 nós não temos uma reação diante da pessoa de Jesus; antes, nós temos na descrição do próprio Jesus uma autoafirmação de quem é Ele:

27 Ninguém pode entrar na casa do valente para roubar-lhe os bens, sem primeiro amarrá-lo; e só então lhe saqueará a casa.

Quando Jesus faz essa afirmação, é como se ele estivesse dizendo: vocês estão dizendo que eu sou amigo de satanás ou servo dele, mas na verdade eu sou o maior inimigo dele. É como se ele dissesse: lembrem-se de Gn 3. 15 Daquele que “esmagará a cabeça da serpente”.

A partir desse texto devemos entender que os demônios que Jesus expulsou de várias pessoas antes da sua crucificação, era apenas uma prévia do que aconteceria na cruz. Em Cl 2. 15 Paulo nos ensina o que Cristo fez com satanás:

“E, despojando os principados e as potestades, publicamente os expôs ao desprezo, triunfando deles na cruz”.

Aplicação:

É uma pena que muita gente tenha entendido isso muito errado. Nós não podemos amarrar o diabo, isso é uma obra que Cristo já fez no Calvário. O que João vê em Ap 20, não é uma visão do futuro quando satanás ainda será amarrado, mas uma visão do passado quando o diabo foi amarrado ou julgado na cruz. Basta ler Jo 12. 31 Chegou o momento de ser julgado este mundo, e agora o seu príncipe será expulso”.

A tarefa da igreja não é amarrar diabo, mas buscar os espólios do reino parasita de satanás que já foi saqueado por Cristo.

Os versos 28-30 não tratam de um assunto diferente do que estamos tratando nesse sermão:

 28 Em verdade vos digo que tudo será perdoado aos filhos dos homens: os pecados e as blasfêmias que proferirem.
29 Mas aquele que blasfemar contra o Espírito Santo não tem perdão para sempre, visto que é réu de pecado eterno.
30 Isto, porque diziam: Está possesso de um espírito imundo.

Aqui nós temos, nas palavras de William Hendriksen “uma solene advertência”.

Em primeiro lugar nós temos uma demonstração da graça de Deus para com aqueles que haviam acusado Jesus de louco e de demônio. Ele diz que “tudo será perdoado aos filhos dos homens: os pecados e as blasfêmias que proferirem”.

Contudo, ele diz que existe um pecado imperdoável. Muitas teorias já foram levantadas sobre o que seria o pecado contra  Espírito Santo. Alguns afirmam que esse pecado é a apostasia, outros que esse pecado é falar mal da língua falada pelos pentecostais, contudo,a maioria dessas teorias nunca levou em consideração o contexto dessa passagem.

Nós sabemos que os escribas e fariseus atribuíam a satanás o que Espírito Santo estava fazendo por meio de  Jesus. Milagres claros como curas, exorcismos, ressurreições eram atribuídos a satanás. No verso 30 lemos porque Jesus falou sobre esse pecado: 30 “Isto, porque diziam: Está possesso de um espírito imundo”.

Conclusão:

Lembrando das palavras de C. S. Lewis, não há como ter uma atitude neutra diante da pessoa de Jesus, e hoje vimos que ele não era um lunático, nem tão pouco um demônio, mas Deus verdadeiro. Qual é a sua atitude diante de Jesus?










terça-feira, 22 de abril de 2014

A RESSURREIÇÃO DE CRISTO E O CETICISMO DE TOMÉ - João 20: 24 – 31

INTRODUÇÃO:

A dúvida pode ter muitas causas.
Para muitos, a dúvida pode ser a consequência de simples falta de conhecimento.

Para alguns, a dúvida está alicerçada numa escolha moral sistemática - uma filosofia de vida mundana que questiona a existência de Deus para se entregar aos desejos pecaminosos.

Às vezes, a dúvida é como um rito de transição, e cumpre o objetivo de conduzir a maturidade - esse tipo de dúvida pode acontecer quando o jovem chega à universidade e passa a ter sua fé atacada. Ele vai precisar averiguar os fundamentos de sua fé, e isso, deve levá-lo a maturidade cristã.

Em outras ocasiões, a dúvida pode ser gerada por alguma crise existencial – a perda de uma pessoa amada, a recordação de pais abusivos ou algum outro sofrimento.

ELUCIDAÇÃO:

Nesta passagem, João aborda a dúvida de Tomé. De acordo com o contexto, Jesus havia sido crucificado. Na verdade, seus próprios discípulos não esperavam essa mudança trágica dos acontecimentos. Eles não tinham em mente um Messias que seria crucificado. O Messias vence! Por isso, eles estavam entristecidos.

Pois bem, no primeiro domingo da ressurreição, as notícias sobre o túmulo vazio e as aparições do Jesus ressurreto começaram a chegar aos discípulos.
Jesus havia aparecido a algumas mulheres. Pedro e João viram o túmulo vazio. Jesus apareceu a Pedro e, depois, a dois discípulos na estrada para Emaús. E, mais tarde, naquele primeiro domingo à noite, Jesus apareceu aos seus apóstolos, mas Tomé estava ausente.

Assim, chegamos ao relato apresentado em nosso texto. Vamos considera-lo em 3 passos:

1.      O Clamor de Um Cético Desapontado (vs. 24, 25).

Tomé acreditava que Jesus era o Messias. Agora, essa crença estava invalidada pela crucificação de Jesus.

A dúvida de Tomé era do tipo que desejava diferenciar entre a fé genuína e mera credulidade. A dúvida de quem sofreu profundo engano religioso e não quer ser lograda novamente.

Tomé não queria pertencer ao número dos crédulos. Então, o que ele pede, é a demonstração mais pessoal e concreta que ele podia imaginar, algo que comprovasse realmente a ressurreição de Cristo (vs. 25).

Tomé sabia que o corpo de Jesus Cristo tinha feridas singulares (por causa da crucificação). Dídimo, queria evidências categóricas para que pudesse se convencer de que o Cristo crucificado era o Messias esperado. Agora, ressuscitado, vivo e triunfante.

2.      A Adoração de Um Cético Maravilhado (vs. 26 – 28).

Então, no segundo domingo depois da ressureição, Jesus os saudou com as mesmas palavras: “Paz seja convosco”.

Porém, as palavras seguintes de Jesus são o que prende a nossa atenção, Jesus se voltou para Tomé com o objetivo de dirimir suas dúvidas, depois de fazê-lo, ouviu a confissão de Tomé (vs. 27, 28).

Essa confissão ressalta no final deste evangelho o que João havia dito no começo do seu evangelho (Jo. 1: 1).

É importante lembrar que entre o versículo 25 e 26 se passara uma semana. Tempo suficiente para Dídimo refletir sobre as notícias que os seus amigos tinham lhe contado. Deve ter pensado: “será que Jesus realmente ressuscitou?”.

Contudo, agora sabia que Jesus ressurgira dentre os mortos. Tomé viu as feridas e assegurou-se de que o Jesus que estava diante dele tinha continuidade com o Jesus que fora crucificado e colocado no túmulo.

Neste momento, as palavras de Jesus fazem sentido para Tomé. Por exemplo, Jesus insistiu em que Deus lhe confiara todo julgamento, a fim de que “todos honrem o Filho do modo por que honrem o Pai” (Jo. 5: 23).

Em outro momento, Jesus declarou: “antes que Abraão existisse, EU SOU” (Jo. 8: 58). E mais: “O Filho nada pode fazer de si mesmo, senão somente aquilo que vir fazer o Pai; porque tudo o que este fizer, o Filho também semelhantemente o faz” (Jo. 5: 19). Em Face da ressurreição, essas declarações eram maravilhosas.

3.      A Função de Um Cético Convertido (vs. 29 – 31).

Com essas palavras, Jesus não está incentivando uma fé cega, sem evidências. John Stott escreveu um livro chamado: “Crer é também pensar”.

Vejamos que João relacionou o versículo 29 com os versículos 30, 31. Ele relatou o que Jesus disse a Tomé: “Você viu e creu”.

O evangelho de João ensina que crer em Jesus é fundamental para que a pessoa tenha a vida eterna (Jo. 3: 16).

Então, Tomé teve fé verdadeira. Mas Jesus sabia que muitas pessoas chegariam a crer nele sem jamais terem visto o Jesus ressurreto como Tomé o viu.

A questão é: com que base eles creriam? Vamos observar os versículos 30, 31 – a base é o testemunho histórico que a primeira geração pós-ressurreição relatou.

Assim, Tomé se torna parte da cadeia de evidências, a cadeia de atestação. Por meio do seu testemunho, ele ainda fala e, pela graça de Deus, gera fé em outras gerações que chegam a compartilhar da mesma fé.
Então, a função desse cético convertido foi a de testemunhar de Jesus Cristo. Por causa do seu testemunho, muitos creem, tem a vida eterna e são bem-aventurados.

APLICAÇÃO:

1.      A CONFISSÃO DE TOMÉ DEVE SER A NOSSA: “SENHOR MEU E DEUS MEU”.

O crente não somente afirma que Jesus Cristo é Senhor e Deus do universo, mas também, no sentido mais profundo, ele é o Senhor e Deus do crente. Essa confissão é indispensável para uma fé genuína.

2.      A FÉ NA RESSURREIÇÃO DEVE NOS CONDUZIR AO TESTEMUNHO.

A ressureição de Cristo foi um acontecimento inegável. Foi um fato histórico comprovado e testemunhado por centenas de pessoas, além dos apóstolos.
Esse fato traz várias implicações para nós cristãos, uma das implicações deve ser um testemunho ousado, vigoroso da ressurreição do nosso Senhor e Deus.

CONCLUSÃO:

Meus irmãos, que possamos viver para aquele que nos salvou pela sua morte e ressurreição de forma correta. O Senhor fez tudo por nós, agora, precisamos viver para ele dignamente.

“Ele foi entregue à morte por nossos pecados e ressuscitado para nossa justificação”. (Romanos 4:25).









AS IMPLICAÇÕES DA ASCENSÃO DE CRISTO - Atos 1: 9 – 11

INTRODUÇÃO:
Na Bíblia Sagrada podemos constatar centenas de promessas. Várias promessas já tiveram o seu cumprimento, algumas estão se cumprindo e muitas outras se cumprirão.
Atualmente, a principal promessa que aguardamos diz respeito a segunda vinda do nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. E, nós temos a certeza que no momento determinado pelo Pai esta importante promessa se cumprirá, pois, Deus é fiel em todas as suas promessas.
ELUCIDAÇÃO:
A ascensão de Jesus aos céus é um acontecimento histórico. Lucas registrou o acontecimento da ascensão de Jesus em pouquíssimas e notáveis palavras.
Na conclusão de seu evangelho, ele narra que Jesus levou os discípulos às proximidades de Betânia (Lc. 24: 50), em atos, ele revela que o lugar exato da partida foi o Monte das Oliveiras (At. 1: 12).
No evangelho, ele relata que, “havendo levantado as mãos, Jesus os abençoou. Enquanto os abençoava, ele os deixou e foi elevado ao céu” (Lc. 24: 50, 51). Mas a narrativa de Lucas em Atos traz apenas as palavras: “Depois de Jesus ter dito essas coisas, ele foi elevado às alturas a vista deles” (vs. 9).

EXPOSIÇÃO:
Em atos, Lucas relata a ascensão a partir da perspectiva dos discípulos. Eles estão testemunhando a ascensão de Jesus da terra ao céu.
Este evento marca o fim do tempo em que Jesus esteve presente fisicamente com os seus seguidores. Agora, eles precisavam aguardar a promessa do Consolador.
“E uma nuvem o ocultou de seus olhos” – significa que Jesus deixa este cenário terreno e entra na glória celestial.
No versículo 10, diz: “Enquanto olhavam atentamente para o céu, enquanto ele subia, eis que junto deles apareceram dois varões vestidos de branco”.
Percebemos a descrição da emoção humana produzida pela partida (O Senhor está deixando-os). Entretanto, se há alguma tristeza, ela vai embora com o aparecimento de dois anjos.
Os anjos foram enviados por Deus com o objetivo de consolar os discípulos com a mensagem da parousia.
“Eles disseram: varões galileus, por que ficais aí olhando para o céu? Esse Jesus, que dentre vós foi elevado para o céu, voltará do mesmo modo como o viram subir ao céu” (vs. 11).
A expressão “homens galileus” serve para lembrar a comunhão dos apóstolos com Jesus e seu ministério terreno na Galiléia.
Os anjos vieram para: 1 - Transformar a possível tristeza em alegria; 2 - Assegurar aos discípulos o fato de que, mesmo que Jesus tenha subido, do céu ele os conduzirá a fim de cumprirem sua tarefa; e 3 - Garantir-lhes a volta de Cristo no tempo determinado.
Os anjos colocam em equilíbrio a ascensão de Jesus e sua volta. Assim como subiu, assim voltará, Jesus retornará fisicamente, no mesmo corpo glorificado com que subiu ao céu.

APLICAÇÃO:

1.       A Ascensão de Cristo Deve Nos Estimular a Ação.
“Por que ficais aí, olhando para o céu?”. Ou seja, se ajudem, trabalhem. Não fiquem parados aí, simplesmente olhando para o céu.
Hoje, nós temos a presença do Espírito Santo e precisamos fazer o trabalho que o Senhor nos ordenou. Vamos viver o evangelho na prática.
2.       A Ascensão de Cristo Deve Nos Estimular a Aguardar a Sua Vinda Gloriosa Em Santificação.
“Este mesmo Jesus, que dentre vocês foi elevado ao céu, voltará do mesmo modo como o viram subir”. Porque Jesus vai voltar, precisamos viver de maneira agradável e Ele. Sempre que a Bíblia fala do retorno glorioso do Senhor, ela nos manda vigiar, orar.
É assim que deve ser, não podemos assimilar um estilo de vida mundano, materialista, hedonista, egoísta, etc.
3.       A Ascensão de Cristo Deve Nos Estimular a Confiar no Seu Governo Soberano.
O fato de agora Jesus Cristo está assentado a destra do Pai, marca sua entronização real. De seu trono, Jesus governa este mundo.
Mesmo que o mundo não esteja disposto a reconhecer a soberania de Cristo. Nós devemos confiar no Senhor. Pois, aqueles que não se submetem ao governo de Cristo, terão a sua punição.

CONCLUSÃO:
Será que nós temos vivido de acordo com as implicações da ascensão?
O meu desejo e oração é para que possamos nos submeter a vontade de Deus, vivendo a vida cristã com ação, santificação e confiança no Senhor.
Pois, um dia o Senhor colocará todos os seus inimigos sob os seus pés, e entregará o reino ao seu Pai, então, o fim terá chegado.

quarta-feira, 9 de abril de 2014

A RELAÇÃO ENTRE O REINO DE DEUS E O ESPÍRITO SANTO - Atos 1: 6 – 8

ELUCIDAÇÃO:
                                       
Na primeira seção desse capítulo, Lucas escreve dois versículos introdutórios (vs. 1, 2) que são históricos. Depois ele se refere ao período de 40 dias no qual Jesus aparece aos seus discípulos e durante o qual os instrui sobre o Reino de Deus e ordena que eles esperem em Jerusalém pela dádiva do Espirito Santo (vs. 3-5).

Então, devemos entender que os dois principais assuntos desenvolvidos por Jesus entre a sua ressurreição e ascensão foram o Reino de Deus e o Espírito de Deus. No texto em apreço, vamos tratar sobre: A RELAÇÃO ENTRE O REINO DE DEUS E O ESPÍRITO SANTO
EXPOSIÇÃO:
                                    
Durante o ministério terreno de Jesus, o Mestre já havia falado sobre o Reino de Deus. No curto período em que passa com os apóstolos depois da ressurreição (40 dias), Jesus os instrui sobre o Reino de Deus, e o mais impressionante é que os discípulos não havia compreendido corretamente o ensino de Jesus.

Chegamos a essa compreensão por causa da pergunta dos apóstolos no versículo 6: Então os que estavam reunidos lhe perguntaram: "Senhor, é neste tempo que vais restaurar o reino a Israel?”.

A pergunta dos discípulos mostra que eles estavam esperando um Reino Político, Nacional e Temporal.

Com a resposta oferecida, Jesus corrigiu essas noções falsas da natureza, extensão e chagada do Reino.

Inicialmente, eles indagaram Jesus quanto a restauração de Israel neste tempo. Em sua resposta, Jesus não responde a questão da restauração, mas do tempo, Ele lhes respondeu: "Não lhes compete saber os tempos ou as datas que o Pai estabeleceu pela sua própria autoridade” (vs. 7).

Os apóstolos revelam sua curiosidade acerca do futuro. Mas o futuro pertence a Deus, não a eles.

Deveriam ter se lembrado da observação bíblica (Dt. 29: 29) = “As coisas encobertas pertencem ao Senhor, ao nosso Deus, mas as reveladas pertencem a nós e aos nossos filhos para sempre, para que sigamos todas as palavras desta lei”.

Ainda na resposta de Jesus, o Mestre voltou ao assunto do Espirito Santo: “Mas receberão poder quando o Espírito Santo descer sobre vocês, e serão minhas testemunhas em Jerusalém, em toda a Judéia e Samaria, e até os confins da terra" (vs. 8).

Percebam que Jesus amplia os horizontes dos Apóstolos, Ele prometeu que o Espírito Santo lhes daria poder para serem suas testemunhas.

Começando em Jerusalém, a capital nacional, onde Jesus fora condenado e crucificado, o lugar de onde não deveriam sair até recebessem o Espírito.
Permaneceriam nas vizinhanças da Judéia. Mas, depois a missão cristã irradiaria partindo daquele centro de acordo com a profecia (Is. 2: 3), chagando na desprezada Samaria e, posteriormente, ultrapassando as fronteiras da Palestina, para os gentios, até aos confins da terra.

O livro de atos nos mostra o cumprimento desta profecia = Capítulos 1 – 7 (Jerusalém); Capítulo 8 (Judéia e Samaria); Do capítulo 9 em diante (Até os confins da terra).

APLICAÇÃO:
1.      Jesus Ensina Que Os Discípulos Devem Evitar Investigações Sobre Os Tempos Desconhecidos e As Épocas Futuras.

Precisamos confiar em Deus, Ele tem pleno controle do calendário dos acontecimentos mundiais e de nossa vida particularmente.

2.      O Poder do Espírito Santo é Fundamental Para o Estabelecimento do Reino de Deus.

O poder do Espírito é associado ao conceito de Reino. Mas, o poder no Reino de Deus é diferente do poder nos reinos humanos. O Reino de Deus é espiritual e é estabelecido na vida de seu povo através do seu Espírito.
O Reino é aumentado por testemunhas, através de uma mensagem de paz e não uma declaração de guerra. Vale salientar que os valores do Reino de Deus entram em conflito com os valores do mundo e possui implicações políticas e sociais.

3.      Somos Responsáveis Por Proclamar a Mensagem do Reino de Deus.

Nós, os seguidores de Jesus devemos anunciar o que ele realizou em sua primeira vinda e chamar o povo para arrepender-se dos seus pecados e crer no sacrifício de Cristo, preparando-se para sua segunda vinda.

CONCLUSÃO:


Que Deus nos conceda graça para vivermos como verdadeiros súditos do seu Reino e estejamos proclamando sua mensagem e vivendo seus princípios.

O Ministério Fundador dos apóstolos - Atos 1: 1- 5

ELUCIDAÇÃO:

Este livro foi escrito por Lucas, que também escreveu um dos evangelhos. Ambos os livros são dedicados a Teófilo – certamente uma pessoa que ocupava uma posição de destaque na época (talvez um alto oficial romeno), pois Lucas o chama de excelentíssimo (Lc. 3: 1), termo utilizado para fazer referência aos procuradores (At. 23: 26).

Existem evidências internas que nos levam a crer que este livro foi escrito antes da queda de Jerusalém (70 d. C), a) Lucas apresenta o governo romano benevolente para com o cristianismo, atitude que mudou a partir de 64 d. C.; b) o livro de Atos não menciona a morte de Paulo, que deve ter ocorrido por volta do ano 68 d. C.

Quanto ao propósito do livro, podemos afirmar que Lucas está preocupado com o significado da salvação na história, e não na história em si como meros fatos. Então, Lucas foi um teólogo da salvação. Escreve com o objetivo de apresentar Jesus como o Messias prometido, o qual é poderoso para salvar o pecador.

EXPOSIÇÃO:

Os Dois Estágios do Ministério de Jesus

Nos versículos iniciais (vs. 1, 2) o autor nos diz que os dois volumes de sua obra é sobre as origens do cristianismo. O contraste que ele apresenta entre os dois volumes não se dá entre Jesus e sua igreja, mas entre os dois estágios do ministério de Cristo.

No primeiro livro, Lucas relata todas as coisas que Jesus começou a fazer e a ensinar, até o dia em que foi elevado as alturas.

Nesse segundo livro, ele escreve sobre aquilo que Jesus continuou a fazer e ensinar após sua ascensão, especialmente por intermédio dos apóstolos.
Assim o ministério de Jesus na terra, exercido de forma pessoal e pública, foi seguido por seu ministério celestial, exercido através do Espírito Santo por intermédio dos seus apóstolos.



1)      Jesus Escolheu Seus Apóstolos (vs. 2)

Os apóstolos não se autonomearam, nem foram apontados por um ser humano, um comitê, um sínodo, mas foram escolhidos de forma direta e pessoal, por Jesus Cristo (Lc. 6: 13).

2)      Jesus Se Revelou Aos Seus Apóstolos (vs. 3)

As testemunhas da fundação precisavam ser testemunhas oculares (Lc. 1: 2). O sucessor de Judas precisava ser alguém que tivesse estado com os doze (At. 1: 21, 22). Assim, depois de ter padecido, o Senhor apareceu ressurreto àqueles homens (vs. 3).

3)      Jesus Enviou Seus Apóstolos.

Lucas revelou no final de seu evangelho que o Senhor Jesus os enviou (Lc. 24: 47), em Atos esse comissionamento é ratificado (At. 1: 8).

Assim, Jesus escolheu os seus apóstolos e apresentou-se a eles após a ressurreição, como preparação para que pudesse enviá-los para pregar e ensinar em seu nome.

4)      Jesus Prometeu o Espírito Santo Aos Apóstolos (vs. 4).

Agora, Jesus manda que esperem em Jerusalém até que recebam a dádiva prometida. Era a promessa de seu Pai através de profecias do Antigo Testamento (Joel 2: 28, 29; Is. 32: 15; Ez. 36: 27).
 "E, depois disso, derramarei do meu Espírito sobre todos os povos. Os seus filhos e as suas filhas profetizarão, os velhos terão sonhos, os jovens terão visões.

Até sobre os servos e as servas derramarei do meu Espírito naqueles dias”.
Joel 2:28-29

“Porei o meu Espírito em vocês e os levarei a agirem segundo os meus decretos e a obedecerem fielmente às minhas leis”. Ezequiel 36:27

O próprio Jesus havia falado sobre esta promessa (vs. 5). Agora Jesus afirma que a promessa está para se cumprir, portanto, eles devem esperar.
Somente quando Deus tiver cumprido sua promessa e eles, do alto, forem revestidos de poder, é que poderão cumprir a comissão.

APLICAÇÃO:

1.       O Ofício Apostólico Cessou, Pois Atualmente Ninguém Apresenta As Qualificações Específicas Para Tal.


2.       Num Sentido Secundário Nós Somos Enviados Por Jesus Para Pregar o Evangelho No Poder do Espírito Santo.

CONCLUSÃO:

Que Deus nos ajude e capacite para que possamos cumprir a sua vontade, vivendo uma vida de santificação e pregando o evangelho do Senhor.
Que sejamos maduros na fé, rejeitando doutrinas heréticas que afirmam a existência de apóstolos hoje.




DEUS É FIEL, POR ISSO PODEMOS CONFIAR NAS SUAS PROMESSAS - Gn 48, 49 e 50

EXPOSIÇÃO:

ENFERMIDADE E MORTE DE JACÓ

Jacó está enfermo e prestes a morrer. José traz os seus dois filhos até Jacó e ele abençoa Efraim e Manassés, contudo, abençoa o mais novo Efraim com as bênçãos da primogenitura.

Depois, chama os próprios filhos e abençoa cada um deles por sua vez. Não foi o filho mais velho, mas Judá, o filho mais novo de Lia, quem recebeu a bênção maior. Jacó entoa: “o cetro não se arredará de Judá, nem o bastão de entre seus pés” (Gn. 49: 10). Da linhagem de Judá procederá o grande rei Davi e, por fim, o Rei dos reis, Jesus Cristo.

Após, abençoar todos os filhos, Jacó tem uma solicitação final (Gn. 49: 29-33) – o patriarca deseja ser sepultado na Terra de Canaã. O pequeno pedaço de terra que fora descrito por Jacó, pertence legalmente a sua descendência.
A ordem final de Jacó testifica da sua fé no Deus que cumpre a aliança, Deus prometeu a Terra de Canaã ao seu avô Abraão, ao seu pai Isaque, bem como, aos seus descendentes. Jacó tem certeza de que Deus cumprirá a sua promessa.

Morreu Jacó, mas o seu mandamento final vive. José, mesmo de coração partido com a morte do pai (Gn. 50: 1), toma todas as providências necessárias para que o corpo de Jacó seja embalsamado (40 dias) e possa ser transportado para Canaã (Gn. 50:2). Nesse período, os egípcios prantearam Jacó “setenta dias” – Jacó é pranteado com honrarias (vs. 3).

A despeito da honra dedicada a seu pai, José enfrenta um problema: de que maneira obterá permissão de Faraó para sepultar seu pai em Canaã?
Para tal, José é bastante diplomático (vs. 5, 6), ele omite a ordem negativa de Jacó (Gn. 47: 29, 30).

A insistência de Jacó para ser sepultado em Canaã é uma declaração de onde Israel pertence realmente. Metaforicamente podemos afirmar que o povo de Deus pertence a Canaã e não ao Egito.

Então, após a permissão de Faraó, Jacó é levado para terra de Canaã (vs. 12 – 14). O sepultamento de Jacó na Terra Prometida testifica sua fé que o seu Deus cumpriria a promessa de lhes dar a terra.
Nessa história, existe outra questão que devemos prestar atenção: o cortejo fúnebre de Jacó é descrito com riquezas de detalhes e diz o narrador “que foi grandíssimo” (vs. 7-9).

Porque a ênfase no cortejo fúnebre de Jacó?

John Sailhamer diz: “a atenção do escritor concentra-se na fidelidade de Deus à sua promessa da terra e na esperança do povo de Deus no retorno final à terra”.

Vejamos ainda que, Jacó, em seu retorno a Terra Prometida, foi acompanhado por uma grande companhia de oficiais e maiorais da terra do Egito.

Portanto, a história do sepultamento de Jacó em Canaã prefigura o tempo do qual Deus afirma: “tornarei a trazer os cativos de Jacó. E me compadecerei de toda a casa de Israel” (Ez. 39: 25).

JOSÉ CONTINUA BENEVOLENTE COM SEUS IRMÃOS

Contudo, os filhos de Jacó não viram significado nesse grande cortejo fúnebre, agora que Jacó estava morto, pensaram que José iria agir contra eles (vs. 15-18).

Por duas vezes José enfatiza que eles não devem temer, José fundamenta essa garantia no resultado benéfico da providência de Deus (vs. 20).

O livro de Gênesis termina com uma nota final acerca de José. Lemos no versículo 22 que “José habitou no Egito, ele e a casa de seu pai; e viveu 110 anos”. Deus o abençoou ricamente: José ainda chega a conhecer seus netos e bisnetos. Mas também chegaria a hora de morrer.

A MORTE DE JOSÉ

Quando chega esse momento, vejamos o que José diz no versículo 24, essa é a primeira vez que José fala da promessa de Deus quanto a terra. As palavras de José ressaltam a mensagem de Gênesis de que Israel não pertence ao Egito, mas a Canaã.

José tem tanta certeza de que Deus os visitará que fez jurar os israelitas, observemos o versículo 25, assim como Jacó, José deseja ser sepultado na Terra Prometida. Mas, José está preparado para aguardar no Egito com seus irmãos e irmãs. É interessante observar Hebreus 11: 22, José não vê o êxodo no Egito, não vê Israel recebendo a posse da Terra Prometida, mas crê firmemente que isso acontecerá algum dia.

Em Êxodo 13: 19, os ossos de José são levados e enterrados numa porção da Terra Prometida legalmente pertencente aos seus ancestrais (Js. 24: 32). Na sepultura ele continua aguardando que Deus cumpra plenamente a sua promessa da terra. Pois, em última análise, de acordo com a Bíblia, a promessa da terra significa o retorno do paraíso à terra (Gn. 2; Ap. 22: 1-5).

LIÇÕES PRÁTICAS:

1.      A Ação Humana Não Pode Frustrar As Promessas de Deus.

Nós observamos em algumas circunstâncias, ações maléficas do homem procurando prejudicar o plano de Deus. Mas, Deus cumpre as suas promessas apesar de nós. Conquanto dê ao homem liberdade para agir, Deus está no controle dos resultados.

2.      Vivemos Na Esperança De Que Deus Cumprirá Sua Promessa De Conceder Uma Pátria Para Seu Povo.

Hoje, nos parecemos muito com José e os israelitas – esperando que Deus venha até nós e cumpra a sua promessa acerca da terra. Vale lembrar que a esperança cristã não falha, mesmo diante das circunstancias difíceis e adversas, Deus cumprirá sua promessa, pois Ele é fiel.

3.      Jesus Morreu e Ressurgiu Para Cumprir a Promessa de Deus e Restaurar o Paraíso Na Terra.

O mundo em que vivemos é cheio de violência, doenças, guerras e desastres. Mas, para aqueles que são de Cristo, o futuro será glorioso no paraíso restaurado. Que possamos depositar a nossa fé nas promessas de Deus (Hb. 11: 1).

CONCLUSÃO:

Deus é fiel, cumprirá suas promessas. Deus é soberano e tem o seu plano sob controle. Não percamos a esperança. O povo de Deus pode viver e morrer na esperança de que um dia Ele realizará completamente a sua promessa de uma nova pátria para o seu povo (Ap. 21: 5).