terça-feira, 28 de agosto de 2012

O Descanso Seguro no Deus que nos Salva (O Quarto Mandamento) Êxodo 20:8-11


Introdução:

Existe uma tendência natural no homem de ser um ser auto-centrado, de se ocupar demais com os seus interesses e com os seus afazeres e, em detrimento, se esquecer de adorar a Deus. Por esse motivo, o quarto mandamento começa com o verbo “lembrar”. Lembra-te!

Antes de expor qual é a visão correta da guarda do Shabat cristão, devemos responder a pergunta: O mandamento do sábado é uma lei moral ou cerimonial?

R=O mandamento faz parte da lei moral de Deus, da lei que não foi abolida em Cristo, da lei que permanece, pois Ele faz referencia ao episódio da criação. Se dissermos o contrário, estaremos quebrando a unidade da lei de Deus. Além do mais, alguém poderia manipular a interpretação dos outros nove mandamentos e dizer que eles também foram cerimoniais ou restritos aos israelitas.

I-O SIGNIFICADO DE SHABAT NA ESCRITURA

O termo significa literalmente “descanso”, de modo, que o texto poderia ser traduzido assim: ”Lembra-te do dia de descanso para o santificar”. As escrituras nos falam de três diferentes sábados:

1-O “descanso” de Deus 

 E havendo Deus acabado no dia sétimo a obra que fizera, descansou no sétimo dia de toda a sua obra, que tinha feito. E abençoou Deus o dia sétimo, e o santificou; porque nele descansou de toda a sua obra que Deus criara e fizera”. (Gn 2:2-3). Esse descanso de Deus seria exemplo e uma figura do descanso prometido aos seus (Hb 4:9) “Portanto, resta ainda um repouso para o povo de Deus”.


2-O “sábado judaico”

É bom que se diga que não existe evidencia histórica da guarda do sábado antes do êxodo. 

Em Dt 5:15 onde há uma repetição do decálogo, se diz:” Porque te lembrarás que foste servo na terra do Egito, e que o SENHOR teu Deus te tirou dali com mão forte e braço estendido; por isso o SENHOR teu Deus te ordenou que guardasses o dia de sábado”. O motivo da ordenança específica de Deus para Israel tem um propósito redentivo. 

Este sábado judaico com todas as suas exigências era um sinal entre Deus e o seu povo (Êx 31:13-17) “Tu, pois, fala aos filhos de Israel, dizendo: Certamente guardareis meus sábados; porquanto isso é um sinal entre mim e vós nas vossas gerações; para que saibais que eu sou o SENHOR, que vos santifica. Portanto guardareis o sábado, porque santo é para vós; aquele que o profanar certamente morrerá; porque qualquer que nele fizer alguma obra, aquela alma será eliminada do meio do seu povo. Seis dias se trabalhará, porém o sétimo dia é o sábado do descanso, santo ao SENHOR; qualquer que no dia do sábado fizer algum trabalho, certamente morrerá. Guardarão, pois, o sábado os filhos de Israel, celebrando-o nas suas gerações por aliança perpétua. Entre mim e os filhos de Israel será um sinal para sempre; porque em seis dias fez o SENHOR os céus e a terra, e ao sétimo dia descansou, e restaurou-se”.

O sábado judaico não era primordialmente um dia de adoração, mas sim, um dia de descanso. O padrão de adoração semanal não existia na lei do AT. A sinagoga foi quem introduziu isso no período intertestamentário, e no NT nós vemos essa prática promovida. No AT a adoração era centrada na família e acontecia diariamente. Embora, o povo de Deus se reunisse solenemente em várias ocasiões. 

Várias leis regulamentavam o descanso no sábado (Êx 34:21)Seis dias trabalharás, mas ao sétimo dia descansarás: na aradura e na sega descansarás” além de proibir o trabalho braçal, a compra e a venda também eram proibidas (Ne 13:15-19).O trabalho doméstico também era proibido (ÊX 35:3) “Não acendereis fogo em nenhuma das vossas moradas no dia do sábado”. 

3-O sábado cristão:

A igreja como o novo “Israel de Deus”(Gl 6:16) passou a guardar “Dia do Senhor”(Ap 1:10) mostrando que a essência do sábado cristão é o descanso pela vitória da ressurreição.

Basta uma lida no NT para constatarmos que não foram poucas as controvérsias que envolveram o Senhor Jesus e os judeus da época a respeito do sábado. Em (Lc 6:5) “O Filho do homem é Senhor até do sábado”. 

Jesus mostrou àqueles homens que a redenção é a essência do quarto mandamento (Mt 12:11)” E ele lhes disse: Qual dentre vós será o homem que tendo uma ovelha, se num sábado ela cair numa cova, não lançará mão dela, e a levantará?” (Mc 3:4) “E perguntou-lhes: É lícito no sábado fazer bem, ou fazer mal? salvar a vida, ou matar? E eles calaram-se”. (Mt 12:1-8) a respeito de colher espigas. De maneira que, resgatar um animal, curar um doente e matar a fome dos famintos são atos redentivos.

Frequentemente os sabatistas acusam os cristãos históricos de adulterar o quarto mandamento, e dizem que foi o Imperador Constantino quem instituiu a guarda do Domingo em 321 D.C

*Quem mudou o dia de sábado do sétimo para o primeiro dia da semana?

A resposta é o próprio Senhor Jesus! Ao cumprir a sua obra de redenção dissipando as sombras do AT (Cl 2:16,17)” Portanto, ninguém vos julgue pelo comer, ou pelo beber, ou por causa dos dias de festa, ou da lua nova, ou dos sábados, Que são sombras das coisas futuras, mas o corpo é de Cristo”.  Isto porque a ressurreição de Cristo consumou tudo o que o sábado simbolizava; consumou a nova criação, uma vez que o sábado representava a primeira criação; consumou a nova libertação, uma vez que o sábado representava a libertação do Êxodo.

 No Novo Testamento vemos que o Senhor Jesus ressuscitou no Domingo, o primeiro dia da semana (Mt 28:1ss).Aparereceu aos apóstolos nesse dia: Chegada, pois, a tarde daquele dia, o primeiro da semana, e cerradas as portas onde os discípulos, com medo dos judeus, se tinham ajuntado, chegou Jesus, e pôs-se no meio, e disse-lhes: Paz seja convosco. (Jo 20:19) A partir daí os cristãos passaram a guardar o Domingo (At 20:7)” E no primeiro dia da semana, ajuntando-se os discípulos para partir o pão, Paulo, que havia de partir no dia seguinte, falava com eles; e prolongou a prática até à meia-noite. Este acontecimento é narrado por Lucas 15 ou 20 anos depois de Cristo. O dia de pentecostes foi num domingo (Lv 23:15,16), também era nesse dia que os cristãos se reuniam recolhiam as ofertas (1Co 16:2).  

Na epístola aos Hebreus, o sábado é interpretado e tem mais uma vez o seu sentido enriquecido. Ele simboliza o descanso do povo de Deus em Cristo, a paz em que vive o crente por haver sido perdoado e, afinal, o descanso que encontrará no céu, livre do pecado, do diabo e das corrupções do mundo.

Devemos, todavia, ter em mente que a razão maior do sábado é o próprio Deus, pois o sétimo dia é “o sábado do senhor” (Ex 20:10). Por isso o Domingo se tornou o dia ideal para ser o dia do Senhor, pois nele celebramos um memorial à Sua ressurreição, a maior obra que Ele realizou aqui na terra.

II COMO GUARDAR O SÁBADO CRISTÃO

Guardar o dia do Senhor não deve ser considerado como mera tradição, nem tão pouco deve ser encarado como legalismo. Muitas pessoas acham que os mandamentos de Deus são restritivos. Nós corremos o perigo de enfatizar apenas o aspecto negativo desse mandamento quando dizemos que não se devem fazer determinadas coisas nesse dia, mas esquecemos de dizer que existe um aspecto positivo na guarda desse mandamento e que também devemos fazer determinadas coisas nesse dia.

Já ouvi de cristãos professos que o domingo é um dia tedioso, outros acham que esse dia é reservado para o lazer. Mas esse dia é um dia que deve ser usado por nós para a nossa devoção a Deus e meditação na sua Palavra, como nos diz a nossa confissão de fé cap. XXI, VIII:

“Este sábado é santificado ao Senhor quando os homens, tendo devidamente preparado os seus corações e de antemão ordenado os seus negócios ordinários, não só guardam, durante todo o dia, um santo descanso das suas próprias obras, palavras e pensamentos a respeito dos seus empregos seculares e das suas recreações, mas também ocupam todo o tempo em exercícios públicos e particulares de culto e nos deveres de necessidade e misericórdia. Exo. 16:23-26,29:30, e 31:15-16; Isa.58:13”.

Deveríamos ansiar pela chegada desse dia, todas as semanas das nossas vidas!

Conclusão: Aplicação

1-Devemos confessar que temos sido negligentes na nossa observância do quarto mandamento (esse mandamento é acultural), não é por que a nossa cidade trabalha de domingo a domingo que nós devemos seguir essa cultura materialista.

2-Quando observamos o quarto mandamento, vemos o quão bondoso tem sido o nosso Deus em determinar desde a criação que houvesse repouso para o nosso corpo, mente e alma.

3-O descanso prometido e prefigurado no antigo pacto é finalmente alçando na ressurreição de Cristo, "O qual por nossos pecados foi entregue, e ressuscitou para nossa justificação" (Rm 4:24).

Que Deus nos abençoe!

Jairo Rivaldo

Honra ao Deus que conhecemos pelo Nome (O Terceiro mandamento) Ex 20:7


Introdução:

Na nossa cultura o nome é algo quase que sem significado, nós colocamos todo o tipo de nomes em nossos filhos, e muitas vezes não conhecemos o seu significado. Na língua hebraica é sempre usado no sentido de essência e caráter revelado (Ex: Jacó, Abraão, Isaque). 

Nas escrituras, o nome de Deus não é algo sem significado ou sentido, Ele não se chama “Deus” apenas para diferenciá-lo dos deuses pagãos, mas o seu Nome expressa o seu caráter. Lendo o texto de êxodo, nós temos que chegar a triste conclusão de que estamos muitas vezes desonrando “o Nome que é sobre todo o nome”.

I De que forma desonramos o nome de Deus?

1-Quando Blasfemamos: “Falar contra”

Alguém acha que blasfemar é tão somente falar contra Deus, mas muitas vezes quando alguém diz: ”Por que o Senhor permitiu isso?”, guerras, desastres naturais, um problema familiar, uma doença etc.

2-Quando expressamos uma falsa piedade:

A maioria dos evangélicos peca nesse sentido. O “evangeliquês”, e os chavões evangélicos estão presentes na mídia e nas igrejas modernas. É um tal de “Deus medisse”, “Deus me mostrou”, “Deus mandou te dizer”, através de adesivos de carro, “Jesus, o segredo do meu sucesso” etc.

3-Quando adoramos de forma superficial:

No culto moderno, o nome de Deus é muitas vezes tratado com desonra. Canções do tipo “apaixonado por Jesus” (como se ele fosse meu namorado), menções do tipo: paizinho, o cara lá de cima etc, revelam o descompromisso com a adoração pautada na palavra de DEUS.

4-Quando tratamos o Nome de Deus com supertição:

Alguns cristãos imaginam que a expressão: ”em Nome de Jesus” seria uma espécie de palavra mágica para conceder e realizar todos os seus desejos. contudo, orar em nome de Jesus significa representá-lo, significa fazer o que Ele faria se estivesse naquela situação.

5-Quando eu professo uma fé que não condiz com a minha vida prática:

“Este povo se aproxima de mim com a sua boca e me honra com os seus lábios, mas o seu coração está longe de mim”. (Mt 15:8)

A nossa vida deve ser para a glória de Deus, pois quando vivemos desse modo, Deus é glorificado:

“Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai, que está nos céus”. Mt 5:16

II Cumprido o terceiro mandamento: (Aplicação)

De que forma devemos honrar o nome de Deus?

1-Quando aceitamos a sua vontade para a nossa vida, seja ele qual for.
 “E disse: Nu saí do ventre de minha mãe e nu tornarei para lá; o SENHOR o deu, e o SENHOR o tomou: bendito seja o nome do SENHOR”. (Jó 1:21)

2-Quando não acrescentamos, nem diminuímos a mensagem do evangelho. Quando não juramos falsamente.

3-Quando adoramos a Deus da forma como ele ordenou em sua Palavra: com reverencia.

4-Quando vivemos aquilo que professamos:

“Assim falai, e assim procedei, como devendo ser julgados pela lei da liberdade”. (Tg 2:12)

Conclusão:

“santificado seja o teu nome”. Mateus 6:9
Só nele há salvação: “E em nenhum outro há salvação, porque também debaixo do céu nenhum outro nome há, dado entre os homens, pelo qual devamos ser salvos. (At 4:12) Que Deus no abençoe!

Jairo Rivaldo




segunda-feira, 27 de agosto de 2012

O Primeiro Mandamento-Êxodo 20:1-3


Introdução:

Talvez esse seja o texto mais conhecido e desconhecido da bíblia. Todo mundo já ouviu falar nos dez mandamentos, mas poucos conseguem citá-los de memória. É bem verdade que mais importante é cumpri-los. Contudo, ninguém pode cumprir o que não conhece. É com esse propósito que começaremos hoje essa série de exposições sobre as “Dez palavras de Deus”.

Algumas pessoas perguntam: ”para quem são os dez mandamentos? Eles ainda tem validade para a igreja? Geralmente, essas perguntas são feitas por quem acha que os dez mandamentos são coisa do Antigo Testamento, e de acordo com essa visão, o antigo testamento não tem mais validade hoje.

Precisamos refutar essa noção (dispensacionalista) concernente às escrituras. No AT Israel era o povo de Deus, mas no NT a igreja é o Israel de Deus (Gl 6:16). Portanto, se cremos que a bíblia é a palavra infalível de Deus, não podemos anular e nem modificar o que Deus não modificou. Sendo assim, a não ser que o novo testamento revogue explicitamente uma lei do antigo testamento, o seu princípio é válido para nós hoje.

I O PREFÁCIO DOS DEZ MANDAMENTOS

 “Então falou Deus todas estas palavras, dizendo: Eu sou o SENHOR teu Deus, que te tirei da terra do Egito, da casa da servidão”. (Êx 20:1-2)
O prefácio dos dez mandamentos expressa muito bem a relação pactual entre Deus e o seu povo. Tendo tirado o seu povo da escravidão, ele exerce o seu duplo direito sobre ele:

a)    Ele é o Criador-“Eu sou o Senhor teu Deus”
b)    Ele é o Redentor-“Que te tirei da terra do Egito”

Observe que os mandamentos foram dados após a redenção deles, isso por uma razão muito simples: Os mandamentos, ou a lei de Deus, não foram dados como forma de se obter a salvação, mas sim, a fim de que o seu povo vivesse em santidade, assim como ocorreu conosco: “Como também nos elegeu nele antes da fundação do mundo, para que fôssemos santos e irrepreensíveis diante dele em amor; E nos predestinou para filhos de adoção por Jesus Cristo, para si mesmo, segundo o beneplácito de sua vontade”, (Ef 1:4-5)

II O PRIMEIRO MANDAMENTO “Não terás outros deuses diante de Mim”

Quais são os deveres exigidos no primeiro mandamento?

1-O reconhecimento da exclusividade e veracidade de Deus.

“Ouve, Israel, o SENHOR nosso Deus é o único SENHOR”. Dt 6:4

Devemos reconhecer que o Deus da bíblia é o único verdadeiro e exclusivo Deus, e que a fé cristã é o caminho exclusivo para a salvação (Rm 1:17).

2-A adoração e glorificação dEle em todos os aspectos da nossa vida.

“Amarás, pois, o SENHOR teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todas as tuas forças”. (Dt 6:5)

Isso não significa uma mera atitude emocional para com Deus, mas uma prática devocional que nos leva a honrá-lo e obedecê-lo em todos os aspectos da nossa vida pessoal, familiar, profissional e social.

Quais os pecados proibidos no primeiro mandamento?

1-Ateísmo (negar ou não ter a Deus)

a)Teórico: “Disse o néscio no seu coração: Não há Deus”. (Sl 14:1)
Esse tipo de ateísmo é geralmente defendido por “intelectuais” ou alguém que se acha moderno ou avançado. O interessante é que a bíblia chama esses sujeitos de “loucos”

b)Prático:É conduzir as nossas vidas como se Deus não existisse. Mesmo quando confessamos que acreditamos na sua existência:

“Este povo se aproxima de mim com a sua boca e me honra com os seus lábios, mas o seu coração está longe de mim”. (Mt 15:8)

2-Idolatria (“tudo aquilo que toma ou se torna um deus na nossa vida”)

“Não fareis para vós ídolos, nem vos levantareis imagem de escultura, nem estátua, nem poreis pedra figurada na vossa terra, para inclinar-vos a ela; porque eu sou o SENHOR vosso Deus” (Lv 26:1)

“Eu sou o SENHOR; este é o meu nome; a minha glória, pois, a outrem não darei, nem o meu louvor às imagens de escultura”. (Is 42:8)

Está também ligado aquilo que damos importância demasiada, ainda que isso não esteja ligado explicitamente à religiosidade:

“Não ajunteis tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem tudo consomem, e onde os ladrões minam e roubam; Mas ajuntai tesouros no céu, onde nem a traça nem a ferrugem consomem, e onde os ladrões não minam nem roubam. Porque onde estiver o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração”. (Mt 6:19-21)

“Ninguém pode servir a dois senhores; porque ou há de odiar um e amar o outro, ou se dedicará a um e desprezará o outro. Não podeis servir a Deus e a Mamom”. (Mt 6:24)

Conclusão:

Quero encerrar com duas aplicações Práticas pra nós:

1-Devemos crer e aceitar a suficiência de Deus (como já vimos, o Deus da bíblia exige exclusividade).

2-O propósito da vida humana é adorar a Deus. Como diz a primeira pergunta do nosso Catecismo Maior:

1. Qual é o fim supremo e principal do homem?
Resposta. O fim supremo e principal do homem e glorificar a Deus e gozá-lo para sempre. Que Deus no abençoe!

Jairo Rivaldo

domingo, 26 de agosto de 2012

Aspectos da Imagem de Deus no Homem- Gênesis 1: 24 – 31



INTRODUÇÃO:

Então, no último domingo iniciamos uma série de sermões baseados em gênesis. Abordamos do início da criação até o quinto dia.

Hoje, falaremos sobre o sexto dia, quando o Todo Poderoso, além de criar os animais domésticos e selváticos, cria o homem que é a coroa da criação, e o faz de acordo com a sua imagem e semelhança.

Portanto, podemos questionar: o que significa ser criado a imagem e semelhança de Deus? Quais são as implicações em ser criado a imagem e semelhança de Deus?
Então, observando os atos criadores de Deus no sexto dia, vamos analisar o surgimento dos animais e a criação do homem.

Vejamos sobre a criação dos animais (vs. 24, 25), o contraste entre animais domésticos e selvagens distingue gado de carnívoros (Ez. 29:5; 32:4). É perceptível a ausência da bênção nos animais terrestres. Não podem exercer domínio sobre a humanidade, a qual é abençoada para governá-los. Os peixes e as aves, contudo, recebem bênção, visto que habitam diferentes esferas e não constituem ameaças ao homem.

Agora, observemos os versículos 26 e 27, a força de ambos os versos está na ênfase de que Deus criou homem e mulher a sua imagem e semelhança. O que significa isso?

Imagem: essa expressão é usada unicamente com referência aos seres humanos, e assim os separa das demais criaturas. Enquanto as demais criaturas são criadas “segundo suas espécies”, a humanidade é feita “à imagem de Deus”. Serve para distinguir o ser humano dos animais.
Semelhança: sublinha que a humanidade é apenas um fac-símile de Deus, portanto, distinta dele. No Antigo Oriente Próximo a imagem da divindade é igualada a própria divindade. Na visão bíblica a palavra semelhança serve para distinguir claramente Deus dos humanos.

ASPECTOS DA IMAGEM DE DEUS NO HOMEM
1.      DOMÍNIO (vs. 26, 28).
Deus tem domínio sobre sua criação e entendemos que este é um aspecto onde existem semelhanças. Pois, Deus ordenou que o homem tivesse domínio sobre as aves, peixes e animais que foram criados.
Ao exercer este domínio, o ser humano age como um representante de Deus. Contudo, devemos dizer que o homem tem um domínio limitado e derivado, isto é, só deve exercer seu domínio na medida em que Deus permite.
ASPECTOS DA IMAGEM DE DEUS NO HOMEM

2.      UNIDADE (vs. 27).
Deus criou homem e mulher, além do indicativo de complementariedade, a expressão também sugere unidade. Assim, o ser humano reflete a imagem de Deus, pois no nosso Deus há unidade.
A unidade harmoniosa entre as pessoas da Trindade pode ser vista na deliberação para a criação do ser humano: “façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança” (vs. 26).

3.      CAPACIDADE DE GERAR (vs. 28).
Deus criou tudo a partir do nada e criou a vida. Em um gesto gracioso, ele concede ao ser humano a capacidade de fazer surgir a vida não a partir do nada, mas a partir da união entre homem e mulher.
O fato do ser humano ser capaz de gerar vida é dos aspectos mais notáveis da imagem de Deus no ser humano.

4.      CAPACIDADE MORAL.
Essa capacidade moral nos permite compreender o mundo e discernir entre o certo e errado. Até mesmo o mais terrível pecador tem uma percepção daquilo que é correto e do que é errado.
A capacidade moral e racional são dadas por Deus. Inclusive, alguns filósofos fazem uso dessa capacidade moral, para argumentar a favor da existência de Deus.

APLICAÇÃO:
1.      Compreender que somos feitos a imagem de Deus é essencial para entender nosso destino e relação com Deus;

Quando não há este entendimento os seres humanos se tornam confusos e se depreciam, entregando-se ao pecado e a transgressão da lei de Deus.



2.      Devemos compreender que embora feitos a imagem de Deus, não somos Deus;
Este conceito é desenvolvido e tanto no Antigo quanto no Novo Testamentos. A imagem não é apagada após a queda, ela continua em cada indivíduo, só que de maneira distorcida.
Depois da queda, o Primeiro Adão (e toda a humanidade) só pode cumprir parcialmente o mandato de procriar e subjugar.

Somente Cristo, o Segundo Adão (Sl. 8; Hb 2)pode cumprir completamente a função regente da imagem, pois ele é singularmente a expressa imagem da pessoa de Deus: “O qual é imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação” (Cl.1: 15).

Ele traz salvação à humanidade caída. Portanto, ele é o verdadeiro Rei de Deus sobre a terra.

CONCLUSÃO:

Exaltamos a Deus, pois através de Jesus Cristo a imagem de Deus será totalmente restaurada em nós que temos ao Senhor como nosso Rei eterno.

Em relação a você que não conhecia a Palavra de Deus quanto a essas verdades, você foi criado por Deus, a imagem de Deus ainda está impregnada em você, ainda que distorcida, mas em Jesus Cristo, essa imagem é restaurada, esse é o momento de voltar-se pra Deus, rogando misericórdia e pedindo ao Senhor que restaure essa imagem que foi deturpada.


  

terça-feira, 21 de agosto de 2012

O Deus Criador é o Rei do Universo Gênesis 1: 1 – 25


INTRODUÇÃO:

Normalmente os fenômenos naturais nos deixam assustados, é certo que no Brasil não é comum acontecer determinados fenômenos que tragam como consequências grande destruição e mortes.

Contudo, mesmo não acontecendo de forma habitual, às catástrofes naturais também acontecem em nosso país, um exemplo que comprova o que estou falando foi o que aconteceu em janeiro de 2011 na região serrana do Rio de Janeiro, quando enxurradas provocaram deslizamento de terras e muitas casas foram destruídas e vidas ceifadas.

Diante de tais acontecimentos muitos perguntam: se Deus existe porque ele permite uma coisa dessas? Será que Deus tem o controle da natureza?
A partir da análise do texto lido haveremos de responder essas perguntas, que talvez sejam as perguntas que alguns do que aqui se encontram também fazem.  

ELUCIDAÇÃO:

O texto que lemos encontra-se em Gênesis, existem evidências históricas e textuais que a autoria deste livro é de Moisés, que deve ter escrito por volta de 1445 a. C, provavelmente na 1ª fase da caminhada de Israel pelo deserto do Sinai.

Nos 11 primeiros capítulos, gênesis fala de temas universais, tais como: criação do mundo, criação do homem, a queda, o dilúvio, a disseminação de homens, raças e línguas pela terra.
Devemos entender que o livro que explica o início do mundo e da humanidade não tem preocupações científicas, seu objetivo nos primeiros capítulos é afirmar o poder e a soberania criativa de Deus, ensinando aos israelitas que “Elohim” é o criador soberano que controla o destino do mundo e o deles também.
Diante destes dados introdutórios, vamos refletir nesta noite sobre o seguinte tema: O DEUS CRIADOR É O REI DO UNIVERSO.

1.       O Rei do Universo Criou Todas as Coisas Pelo Poder de Sua Palavra.

Logo no início, somos informados que Deus criou os céus e a terra: “No princípio Deus criou os céus e a terra” (vs. 1). Essa é uma informação sumária de que o Deus majestoso (Elohim) no princípio criou todo o universo. Ou seja, não foi um deus egípcio ou mesopotâmico que criou este mundo, mas foi o Deus Todo-poderoso. E Sua criação revela seu imensurável poder e sabedoria, sua imortalidade e transcendência.

“Era a terra sem forma e vazia; trevas cobriam a face do abismo,” (vs. 2a). Terra informe, escuridão total, tudo que existe é um oceano sem forma e vazio. Nada pode crescer nem se desenvolver nessa terra, é um caos absoluto.
Mas há um raio de esperança, “e o Espírito de Deus se movia sobre a face das águas” (2 b). Pairando como águia sobre o abismo o poderoso Espírito prepara a terra para habitação humana.
No Primeiro Dia, Deus Cria a Luz (vs. 3-5) – Disse Deus: "Haja luz, e houve luz. Deus viu que a luz era boa, e separou a luz das trevas. Deus chamou à luz dia, e às trevas chamou noite. Passaram-se a tarde e a manhã; esse foi o primeiro dia”.

Deus passa a falar e a Sua primeira palavra confronta as trevas, Deus subjuga a escuridão com a luz radiante. Deus separou a luz das trevas, a luz simboliza a vida e bênçãos. Tendo em vista que o sol só mais tarde é introduzido como causa imediata da luz, a cronologia do texto enfatiza que Deus é a fonte de luz.

No Segundo Dia, Deus Cria o Firmamento (vs. 6-8) - Depois disse Deus: "Haja entre as águas um firmamento que separe águas de águas. Então Deus fez o firmamento e separou as águas que estavam embaixo do firmamento das que estavam por cima. E assim foi. Ao firmamento Deus chamou céu. Passaram-se a tarde e a manhã; esse foi o segundo dia”.
Agora, a terra passa a tomar forma: água abaixo, água acima e a terra para respirar. Nesta expansão, o SENHOR separa a fonte de chuva das águas.

No Terceiro Dia, Deus Cria a Terra e a Vegetação (vs. 9 -13) – Conforme o versículos 9 e 10, Deus separa a terra das águas, as águas recuam e a terra aparece. A terra agora tem uma forma definida, não há somente o céu, há também os oceanos e a terra.
Deus ordena a terra que produza vegetação (vs. 11, 12), ela passa a poder sustentar a vida, a terra é o agente por meio do qual Deus media seu poder gerador.

No Quarto Dia, Deus Cria os Luzeiros (vs. 14 -19) – Os luzeiros distinguem uma ordem divina abrangente para marcar as estações, não o zodíaco ou astrologia. Dois grandes luzeiros, Enquanto que nos mitos do antigo oriente próximo o sol e a lua são as principais divindades, aqui são objetos sem nome designados por um Deus Criador para servirem a humanidade. As estrelas, os povos do antigo oriente criam que as estrelas guiavam os destinos das pessoas. Por isso, uma leve menção sobre as mesmas é criação de Deus simplesmente.

No Quinto Dia, Deus Cria Peixes e Aves (vs. 20-23) – A água produz vida somente por meio da palavra eficaz de Deus, as aves são criadas também pelo poder da palavra de Deus. No verso 22, diz que Deus abençoou, é indicativo de potência de vida para vencer a morte, ou seja, Deus abençoa as criaturas para a procriação, a despeito da morte.
No texto lido, salta-nos aos olhos a ênfase bíblica de que tudo que Deus fez é bom. O rei do universo criou seu reino bom sobre a terra.
Outros aspecto interessante é o paralelismo que ocorre na descrição da criação: o 1º Dia (Luz) está relacionado com o 4º Dia (Luzeiros); O 2º Dia (Firmamento) com o 5º Dia (Peixes e Aves) e o 3º (Terra e Vegetação) Dia com o 6º Dia (Animais e Homem), o Sétimo Deus descansou.

APLICAÇÃO:
Meus irmãos, o Nosso Deus é Soberano e Poderoso, Ele ordena e acontece, Ele deseja e vem acontecer, nada acontece na terra fora de Sua vontade. Com a Sua Palavra poderosa, Ele trouxe ordem ao caos. Com a Sua Palavra poderosa Ele controla o universo.

Quando o apóstolo João escreve o seu evangelho, ecoam as palavras majestosas de Gênesis 1:
“No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por ele, e sem ele nada do que foi feito se fez. Nele estava a vida, e a vida era a luz dos homens. E a luz resplandece nas trevas, e as trevas não a compreenderam. E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós,”  (João 1:1-5, 14).
João identifica Jesus Cristo como a Palavra de Deus por meio de quem todas as coisas foram feitas. Ele é um com o Deus Criador Soberano.

Paulo expressa ideias semelhantes do seguinte modo: “O qual é imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação; Porque nele foram criadas todas as coisas que há nos céus e na terra, visíveis e invisíveis, sejam tronos, sejam dominações, sejam principados, sejam potestades. Tudo foi criado por ele e para ele. E ele é antes de todas as coisas, e todas as coisas subsistem por ele”. (Colossenses 1:15-17).

O nosso Senhor Jesus Cristo é um com o Rei do universo. Por meio dele todas as coisas foram criadas. Perceber a natureza exaltada de Jesus nos torna mais conscientes do seu tremendo sacrifício ao se tornar humano. João nos diz que “Ele se fez carne” e Paulo diz que “Ele a si mesmo se esvaziou, assumindo a forma de servo”.

O Rei do universo se tornou um servo. Quando o mundo rumava para a destruição, Deus novamente falou sua palavra mediante Jesus: “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (João 3:16). A Palavra de Deus, Jesus, criou este mundo, e a Palavra de Deus Jesus, remirá este mundo.

CONCLUSÃO:

Irmãos, não há o que temer. Deus continua reinando soberanamente sobre todo o universo que Ele criou. Tudo que acontece a este mundo está dentro da vontade de Deus, nada foge ao seu controle. E se você já teve uma experiência de conversão a Jesus Cristo, então você é dele e Ele é seu.






segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Somos Testemunhas


TEXTO: Atos 1: 6-8
INTRODUÇÃO:

Uma grande variedade de abordagens, programas e métodos faz parte do esforço da igreja de nossos dias para atrair o interesse das pessoas.
A ênfase na música e o uso da dramaturgia passam a ser o caminho da adoração contemporânea.

As tendências mercadológicas, as técnicas gerenciais e as estratégias de marketing adentram cada vez mais no evangelicalismo brasileiro.
No entanto, essas coisas têm contribuído para que a igreja se esqueça do principal: a pregação do evangelho. Assim a igreja perde sua relevância e assume uma nova caracterização, ela deixa de ser testemunha de Cristo.

ELUCIDAÇÃO:

Ser testemunha de Jesus Cristo não é a realização de um conjunto de atividades evangelísticas. Trata-se de uma posição que recebemos do Senhor em decorrência da presença do reino de Deus no mundo e de nossa inclusão por Cristo neste reino.

O texto mencionado nos ajuda a compreender de forma um pouco mais ampla a importância de nossa vida ser um testemunho permanente ao mundo acerca de Jesus Cristo.

 Assim veremos algumas indicações que nos auxiliam a compreender melhor essa nossa posição de testemunhas, e consequentemente de povo missionário.

TEMA: INDICATIVOS QUE NOS AJUDAM A ENTENDER QUE SOMOS TESTEMUNHAS

1.      O Cristo Ressurreto é o Fundamento do Nosso Testemunho.
Jesus Cristo nos torna suas testemunhas com base na sua própria vida e missão. Somente o Cristo ressurreto é o fundamento da igreja que nos torna suas verdadeiras testemunhas.

A Natureza do testemunho está relacionada a Cristo e depende da sua obra redentora na cruz do Calvário, obra plena e eficaz que nos alcançou.
Assim, devemos entender que a base do nosso testemunho é Jesus Cristo, é por isso que o apóstolo Paulo pregava o Cristo crucificado (I Co. 1: 22, 23).


2.      O Poder do Espírito Santo Nos Direciona ao Testemunho (vs. 8a ).
É impossível realizar a missão de Deus no mundo sem o poder do Espírito Santo. A capacitação para o testemunho vem do Espírito Santo que nos habilita para cumprirmos nossa vocação no mundo.

Notamos que o poder do Espírito Santo está direcionado ao testemunho, um poder que não conduza a igreja a testemunhar o evangelho de Jesus Cristo deve ser visto com suspeitas por nós.

Jesus Cristo já havia advertido os discípulos quanto a essa verdade, “Quando vier o Conselheiro, que eu enviarei da parte do Pai, o Espírito da verdade que provém do Pai, ele testemunhará a meu respeito. E vocês também testemunharão, pois estão comigo desde o princípio”. (João 15: 26, 27).
A partir da conversão, o Espírito Santo passou a nos habitar. Portanto, temos o Espírito Santo e devemos de maneira natural e espontânea testemunhar de Jesus Cristo.

3.      O Evangelho de Jesus Cristo Deve Ser Testemunhado a Todos (vs. 8b ).

Em todos os lugares, em todas as sociedades, e em todos os ambientes humanos o evangelho deve chegar.
De acordo com a autoridade real de Deus, da capacitação do Espírito Santo, a igreja responde a sua vocação fazendo-se globalmente presente e proclamadora.

O versículo 8 menciona regiões geográficas específicas onde a igreja deveria chegar com o testemunho, o próprio livro de atos segue essa sequência geográfica em sua narrativa, mostrando a igreja testemunhando em Jerusalém (Caps. 1-7), na Judéia e Samaria (Caps. 8-10) e nos confins da terra (Caps. 11-28).

Além dessa ênfase geográfica, vemos que o verso 8 descreve também contextos humanos em que o evangelho deve chegar, fala sobre ambientes urbanos (Jerusalém), rurais (Judéia), setores marginalizados (Samaria) e pela diversidade cultural e manifestações humanas (confins da terra).

Então, enquanto igreja de Jesus Cristo precisamos pregar o evangelho ao mundo inteiro, começando por aqueles que estão mais perto de nós.

4.      Através do Nosso Testemunho o Reino de Deus é Estabelecido.

Ao longo de todo o seu ministério terreno o tema do reino de Deus ocupou um significativo lugar no ensino de Jesus Cristo (Mt. 4: 23; 6: 10).  
A mensagem e o ensino de Cristo sobre o reino de Deus continuam após sua ressurreição e constituem o contexto no qual somos testemunhas de Jesus Cristo.

Apesar de todo ensino transmitido por Jesus Cristo, os seus discípulos imediatos não haviam entendido corretamente o conceito de reino de Deus, e pensavam que o reino de Deus estava restrito a Israel (vs. 6).

No versículo 7,  Jesus exorta seus discípulos contra aquela preocupação específica, o tempo da restauração final do reino pertence a Deus.
Portanto, a igreja deve reconhecer que Deus é o Soberano Senhor, Ele reina de forma absoluta.

Quanto a nós, o que precisamos fazer é testemunhar de Jesus Cristo, pois quando assim procedemos, estamos contribuindo para que o reino de Deus seja estabelecido no mundo, pois as pessoas estarão se sujeitando ao Senhorio de Jesus Cristo.

CONCLUSÃO:

Como igreja que testemunha Cristo ao mundo, temos diante de nós uma missão que nos conduz permanentemente a um compromisso fiel com a palavra do Deus Soberano, com o Cristo Ressurreto e com o Espírito Santo Capacitador.