sábado, 25 de fevereiro de 2012

O Triunfo da Fé em Tempos de Crise

Na época de Habacuque, reinava Jeoaquim. Seu reinado teve a marca da violência e da ausência de uma justiça verdadeira. Habacuque vê a maldade social crescendo e a justiça manipulada por parte dos poderosos.

No início do seu livro ele se mostra perplexo, pois a violência se alastra e Deus parece não tomar nenhuma providência. O justo está sendo explorado e massacrado pelo corrupto e parece que Deus se mostra completamente apático, indiferente a tudo. Não é de admirar que o profeta clamasse em profunda angústia: “Até quando Senhor ...” (1:2).

O profeta viu Israel cair numa condição de apostasia. A nação estava se afastando de Deus. Entregara-se à idolatria e outras buscas destituídas de qualquer valor.

Que quadro triste! Pecado, imoralidade e vício dominavam o povo de Israel. A lei não era aplicada com equidade e honestidade. A justiça era frouxa e indolente. A ilegalidade campeava solta (1:3,4). A nação de Israel estava em grave decadência espiritual, moral e social.

Realmente, era um problema e não é para estranhar que Habacuque viesse a entrar em crise. Ele não conseguia entender porque Deus permitia tudo aquilo. Orou a Deus a esse respeito, mas Deus parecia não responder. Daí a sua perplexidade: “Até quando Senhor, clamarei eu, e tu não me escutarás?” (1:2)

A questão que Habacuque levanta e que a maioria dos cristãos enfrenta é: Onde está Deus que vê tudo isso e não faz nada para sanar o problema? Será que Deus não vê? Não vê toda esta brincadeira humilhante com a vida humana, como o direito está sendo pervertido, como o justo está sendo massacrado?

Vale a pena ter fé num Deus como este? Esta é a resposta que Habacuque nos dará em seu pequeno livro. A Fé que triunfa.

O SILÊNCIO DE DEUS EM MOMENTOS DE CRISE 

A primeira coisa que descobrimos quando estudamos as ações de Deus em Habacuque, é que pode parecer que Ele esteja estranhamente silencioso e inativo em momentos de crise.

"Até quando Senhor". É uma tremenda ousadia fazer uma indagação desta a Deus. O profeta vê a violência em seus dias crescer, a justiça sendo torcida, a desonestidade ganhando espaço ... e onde está Deus que não intervém e nada faz para cassar todo este mal?

Não é esta a questão que muitos levantam hoje também? Por que Deus permite que certas coisas aconteçam? Por que Deus permite que a enfermidade entre no lar e comece a dizimar famílias cristãs e fiéis a Deus? Por que Ele permite que a idolatria e o espiritismo cresçam espantosamente? Por que Ele não intervém e fira de morte todos aqueles que proferem mentiras e negam a fé?

Sempre foi difícil entender o silêncio de Deus nos assuntos humanos. Porém, não presumamos que esse silêncio seja indicativo de sua apatia. Longe está Deus de ser um mero espectador desinteressado nos assuntos dos homens. Tudo está sob o seu olhar e todas as coisas estão debaixo de suas poderosas mãos. Ele não se apavora nem se precipita.

Deus não está com os olhos fechados, os ouvidos tapados, as mãos encolhidas, a mente alienada, e com os pensamentos longe dos dramas que enfrentamos na vida. A Palavra nos orienta dizendo que "Deus fará justiça aos seus escolhidos, embora pareça demorado em defendê-los" (Lc 18:7). E ainda mais, nenhum fio de cabelo cairá de nossa cabeça alheio a sua vontade.
O cristão vive pela fé, mesmo quando não está vendo suas orações sendo respondidas.

RESPOSTAS INESPERADAS ÀS NOSSAS ORAÇÕES 

A segunda coisa que descobrimos é que Deus, às vezes, dá respostas inesperadas às nossas orações (1:5-11). Isto, mais do que qualquer outra coisa, foi o que deixou Habacuque perplexo. Por um longo tempo Deus parecia não responder. Então, quando responde, o que diz é mais misterioso até do que sua aparente falha em ouvir as orações.

Na mente de Habacuque estava claro que Deus tinha que castigar a nação e depois enviar um grande avivamento. Mas quando Deus disse: "Estou respondendo a sua oração suscitando o exército Caldeu para marchar contra suas cidades e destruí-las", o profeta não consegue acreditar no que ouviu. Mas foi o que Deus lhe disse, e que realmente aconteceu.

Deus responde a oração do profeta, mas de uma forma inesperada. Habacuque levou um susto, pois Deus iria suscitar os caldeus (Babilônicos) uma nação pagã para julgar o seu próprio povo. Habacuque queria que Deus respondesse a sua oração e Deus respondeu, mas não do jeito que ele queria.

Todos temos a tendência de prescrever as respostas às nossas orações. Freqüentemente, oramos dizendo a Deus exatamente como Ele tem de fazer, como se Ele fosse um Deus que não soubesse como agir. Tem gente que chega quase ao absurdo de ensinar a Deus como ser Deus.

Precisamos entender que Deus é livre. Ele faz o que quer, como e quando quiser. A Fé que triunfa é aquela que descansa na liberdade divina. Pela fé e pelo estudo das Escrituras, o cristão sabe que Deus nunca erra. Suas respostas podem parecer estranhas, podem parecer sem sentido, mas é assim que Ele age às vezes.

Um exemplo clássico. Os irmãos de José o venderam como escravo (Gên. 37) e assim foi ele parar no Egito. Muito mais tarde, porém José e seus irmãos se encontraram e ele declara que não foram eles, mas Deus que o enviara para lá (Gên. 45:7). Nossa Fé não é um sentimento positivo, nem um amontoado de conceitos moralistas e piegas. É a firme crença num Deus que tudo encaminha para o ponto que Ele deseja.

Pensamos que Deus pode se manifestar somente de uma forma. Mas a Bíblia ensina que Deus, às vezes, responde as nossas orações permitindo que as coisas piorem muito antes que possam melhorar. Ele pode, às vezes, fazer o contrário do que prescrevemos. Ele pode sim, às vezes, nos colocar à frente de um exército caldeu. Mas é um princípio fundamental na vida e caminhar da fé que, quando tratamos com Deus, devemos estar sempre preparados para o inesperado.

Certa vez li o seguinte caso em um livro:
Havia um membro de uma determinada Igreja que era a “pedra no sapato” de toda a comunidade. Era criador de casos, sempre mal-humorado, era altamente personalista e sua palavra devia ser sempre a última em todos os assuntos. Numa noite de vigília, não se sabe se querendo isentar-se de culpa ou transferi-la para outros, orou dizendo: “Deus, remove desta Igreja aquele que a atrapalha”. No dia seguinte, menos de 24 horas depois, seu corpo estava sendo velado no templo daquela Igreja.

Orar pode ser perigoso. Queremos que Deus, realmente, responda às nossas orações ou apenas que Ele nos beneficie?

DEUS USA OS ÍMPIOS COMO INSTRUMENTO

Eis agora um terceiro aspecto surpreendente dos caminhos de Deus. Ele usa, às vezes, instrumentos estranhos para corrigir sua Igreja.

Os caldeus, dentre todos os povos, são os que Deus levanta para disciplinar o seu povo. Habacuque não podia imaginar tal coisa. Mas aqui também está um fato evidente em toda a Bíblia: Deus usa o instrumento que quiser.

No curso da história, Ele tem usado toda sorte de instrumentos estranhos e inesperados, para a realização de seus propósitos. Usou Pilatos, usou Herodes, usou Saul, usou uma mula. O mal não é de sua autoria, mas Ele, às vezes, o usa para educar e corrigir os da sua Igreja.

Quantas vezes somos acometidos por uma enfermidade, desemprego, crise conjugal, injustiças ou outras tragédias da vida?

Deus é livre para usar qualquer instrumento para disciplinar o seu povo. "O Senhor corrige o que ama" e "Foi-me bom ter sido afligido, para que aprendesse os teus estatutos" (Sl 119:71).

O TRIUNFO DA FÉ 

“Mas o justo viverá pela sua Fé” (2:4).
Sim, o justo, o crente em Jesus, viverá pela sua fé. E esta fé no Senhor triunfante, ressuscitado e glorioso, transmite à vida diária uma vitalidade vibrante.

O cristão não se abate com o presente, embora o veja muitas vezes como sendo sombrio.

“Ainda que a figueira não floresça, nem há fruto na vide; o produto da oliveira mente e os campos não produzam mantimentos; as ovelhas foram arrebatadas do aprisco e nos currais não há gado, todavia, eu me alegro no Senhor, exulto no Deus da minha salvação”.
(Hab. 3:17, 18).

Este texto é uma declaração de fé em um momento de crise inigualável. Faltariam figos, uvas, azeitonas, os campos não produziriam os alimentos. O Rebanho seria exterminado. Os currais sem gado. E qual é a atitude do profeta? Desespero? Inconformismo? Não. Fé!.

Habacuque nos ensina que a resposta à crise é a fé. Sua segurança não brota de emoções, mas de uma fé viva. E quem crê, não se abala. "Aqueles que confiam no Senhor são como o monte de Sião, que não se abala, estão firmes sempre" (Sl 125:1).

“Ainda que a figueira não floresça... e nos currais não há gado, todavia, eu me alegro no Senhor”. (Hab. 3:17 ).

Que fé! No meio da crise, alegria. Que lição para todos os cristãos aborrecidos, murmuradores, emburrados com Deus e com o mundo.

Façamos como Habacuque, manter a fé em Deus mesmo que Ele se mostre indiferente às nossas orações; manter a fé mesmo que suas respostas sejam inesperadas; manter a fé mesmo que Ele esteja usando instrumentos dolorosos para nos disciplinar e educar e ainda que venhamos a perder tudo, todavia, devemos nos alegrar no Senhor, pois Ele é a única riqueza que vai perdurar sempre.

Que o Senhor da Fé nos abençoe! 

Rev. Gildásio Reis, Pastor da Igreja Presbiteriana de Osasco, Psicanalista Clínico, Mestre em Teologia pelo centro Presbiteriano de Pós-Graduação Andrew Jumper (Educação Cristã) e Professor de Teologia Pastoral no Seminário Presbiteriano “Rev. José Manoel da Conceição”.


terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Aprendendo da História dos Avivamentos

Estamos vivendo numa época em que muitos membros das nossas igrejas oram: "Aviva a tua obra, ó Senhor, no decorrer dos anos."(1) Talvez não se expressem exatamente com estas palavras, mas de fato almejam um avivamento autêntico. Outros se arrepiam imediatamente quando ouvem falar do assunto. Não é que não queiram que as igrejas sejam vivas e dispostas para a obra do Senhor; ao contrário. Mas avivamento? Já passamos por tanta confusão, tribulação e separação amarga. Não seria melhor evitar o assunto? Neste artigo estudaremos um pouco da história para ver se podemos descobrir algumas lições para os dias de hoje. Não é possível repetir a história, mas podemos aprender com ela.

As nossas igrejas no Brasil foram plantadas por missionários da Igreja Presbiteriana dos Estados Unidos. Nesse país também houve várias épocas de avivamento com bênçãos e problemas incontáveis. Vamos perguntar à nossa mãe espiritual: "Conte, mamãe, como é que foi?" Voltemos, então, para a época que entrou na história como o "Grande Despertamento" (Great Awakening, 1739-1745).

I. O Presbiterianismo na América do Norte

O Brasil foi descoberto em 1500. Foi na época em que Portugal e Espanha começaram a navegar pelos oceanos e fundar o seu império ibérico. Somente um século mais tarde nações protestantes começaram a zarpar pelos oceanos, depois que foi quebrada a espinha dorsal marítima da Espanha com a derrota da sua Armada (1588). A Inglaterra implantou colônias na América do Norte, sendo Virgínia a primeira (1607), com a Igreja Anglicana como a igreja oficial.(2) Os holandeses fundaram Nova Amsterdã (1614) com sua Igreja Reformada (mas os ingleses capturariam a colônia cinqüenta anos depois, rebatizando-a como Nova York). Os "Pais Peregrinos" foram para o nordeste do continente (1620) e estabeleceram fortes colônias congregacionais.

Por volta de 1700 havia muitas famílias presbiterianas espalhadas por todas as colônias, especialmente escocesas-irlandesas, e em 1701 um jovem pastor do nordeste da Irlanda, Francis Makemie, iniciou o seu trabalho itinerante de Nova York até as Carolinas.(3) Ele é considerado o "pai do presbiterianismo americano," tendo organizado igrejas e até consagrado ministros. Era um homem preparado para o trabalho de Deus: conversão clara, chamada consciente, visão ampla, santificação constante e disposição incansável. O Senhor abençoou o seu trabalho. Muitas igrejas foram organizadas e já cinco anos depois o presbitério reuniu-se pela primeira vez em Filadélfia. No ano seguinte, Makemie foi preso por ter pregado em Nova York. Ele defendeu o seu próprio caso, que ficou famoso na jurisprudência sobre a liberdade religiosa.

 Foi absolvido, mas adoeceu gravemente devido à permanência no calabouço e foi promovido à glória. Porém, o crescimento continuou e em 1717 organizou-se o primeiro sínodo. Foi adotada a ordem eclesiástica da Escócia, e também o seu selo e lema: Nec Tamen Consumebatur.(4)

Apesar do crescimento numérico das igrejas em geral, a situação religiosa nas colônias não era boa. Muitos colonos viviam longe das igrejas e, pior ainda, da Palavra de Deus. Nos lares crentes de fato havia leitura bíblica e o catecismo era decorado, mas por outro lado existiam muitos obstáculos à santificação, mormente a embriaguez... até entre pastores. É que os colonos eram pobres, e os preços dos produtos da lavoura muito baixos, a não ser que pudessem ser industrializados. Os escoceses sabiam fazer isto, só que não conseguiam vender o whisky a tempo. Nesse caso, o pastor podia ser pago em espécie e, chegando em casa depois de uma longa cavalgada numa tempestade de neve, era tentado a tomar uns tragos. E havia outros problemas. Portanto, não é de estranhar que algumas pessoas reconhecessem que a igreja precisava ser purificada para tornar-se realmente uma igreja puritana. E essa purificação devia começar com o corpo ministerial.(5)

Havia algumas escolas para preparação de pastores no nordeste americano, tais como Harvard e Yale, mas infelizmente nem sempre zelavam pela ortodoxia e pela ortopraxia. Além disso, as distâncias eram grandes e as despesas altas.

Então, recorreu-se ao sistema conhecido na Irlanda do Norte, em que candidatos ao ministério eram treinados na casa de um ou outro pastor com o dom de mestre. Um desses foi o velho Rev. William Tennent, que preparou uns poucos jovens para o ministério sagrado, entre eles seus próprios filhos, no seu humilde "colégio de toras" (Log College).(6) O casal Tennent era um exemplo de piedade e o próprio George Whitefield, depois de visitá-los, comparou-os a Zacarias e Isabel. A sua oração diária era pela "purificação dos filhos de Levi."(7) A conversão era absolutamente necessária (inclusive para os presbiterianos) e essa conversão devia ser visível.

II. O Grande Despertamento, 1739-1745

Essa ênfase na pregação tinha sido (re)iniciada naquela região por "Dominie"(8) Theodore J. Frelinghuysen, o pastor de uma das Igrejas Reformadas holandesas, que eram muitas por causa da antiga colonização holandesa e que continuaram a crescer mesmo depois da conquista de Nova Amsterdã pelos ingleses.(9) Nesse sentido, o Rev. Theodore era herdeiro de uma ênfase do puritanismo holandês, que por sua vez tinha recebido muita influência do puritanismo inglês(10) não somente uma doutrina e fé bíblicas, mas também uma ética e comportamento bíblicos. Quando, pois, o jovem ministro Gilbert Tennent começou a pregar como o seu colega reformado (1733), isso não foi algo estranho ao puritanismo presbiteriano americano.(11) Ao mesmo tempo, o Senhor estava operando nas Igrejas Congregacionais do nordeste americano (1734) e algum tempo depois o Rev. Jonathan Edwards pregou o seu célebre sermão "Pecadores nas mãos de um Deus irado" (1741).(12) Na Inglaterra, a pregação de George Whitefield e de John Wesley levou muitas pessoas ao Senhor, e quando Whitefield fez uma campanha evangelística nas colônias (1739-1741), em dois anos mais de trinta mil pessoas foram ganhas, ou seja, 10% da população americana da época.(13)

Apesar desses resultados positivos, houve problemas humanos, como sempre ocorre quando o Senhor dá a sua bênção. Vários pastores não souberam controlar a sua língua. A gritaria de um certo James Davenport passou tanto dos limites, que até os seus correligionários o consideraram mentalmente fraco. O próprio Gilbert Tennent abusou da palavra. Em 1740 ele pregou uma mensagem com um título apropriado sobre os perigos de um ministério não convertido, mas com um vocabulário por vezes muito veemente, referindo-se aos colegas como "cães mortos" e outros termos negativos. Não era incomum o uso de linguagem violenta, mas o impacto do sermão de Gilbert foi mais amplo pelo fato de ter sido impresso.(14) Também puderam ser observados vários desvios teológicos, tais como: a Lei não se aplicaria aos crentes; se alguém não sabia quando estivera sem Cristo, não poderia ser considerado convertido; se alguém não sentia o sopro do Espírito Santo como um vento verdadeiro, seria um crente carnal.

 Algumas irregularidades contra a ordem presbiteriana também azedaram as relações eclesiásticas, já tensas por causa da frieza, zombaria e forte oposição dos tradicionalistas e de um certo radicalismo e farisaismo dos avivados, afetando ambos os grupos como um vírus maligno.

III. O Cisma Presbiteriano, 1741-1758

Infelizmente as tensões aumentaram tanto durante a época do Grande Despertamento, que ocorreram divisões no corpo de Cristo.(15) O cisma na Igreja Presbiteriana começou em 1741. No início do sínodo daquele ano um grupo de doze ministros apresentou um documento chamado "Protestação," que simplesmente declarava que os avivados não tinham lugar "neste concílio de Cristo." Sete dos "protestadores" pertenciam ao Presbitério de Donegal, que havia se tornado uma foco de oposição, e quatro deles deviam ser afastados do ministério por causa de problemas graves. Dizendo-se leais a Cristo, praticaram uma lealdade dúplice por causa do seu corporativismo.(16)

 Alegando apoio na Constituição Presbiteriana, pisaram o direito eclesiástico. O grupo de tradicionalistas ficou conhecido como a "Ala Velha" do Sínodo de Filadélfia, e os avivados como a "Ala Nova" do Sínodo de Nova York.(17)

A Ala Nova é mais conhecida por causa do seu trabalho evangelístico. Em primeiro lugar, pelo esforço missionário transcultural de homens como o Rev. David Brainerd, que nos deixou o seu conhecido diário.(18) Brainerd havia sido expulso do curso teológico de Yale por afirmar que um certo professor não tinha mais da graça de Deus do que uma cadeira. Depois da sua ordenação, David trabalhou incansavelmente durante quatro anos entre os indígenas, até sucumbir à tuberculose na casa do seu futuro sogro, o Rev. Jonathan Edwards. Poucos meses depois, a sua noiva Jerusha também faleceu vitimada pela mesma enfermidade (1748).

Menos conhecido, mas não menos importante, foi o trabalho de "missões nacionais" da Ala Nova. Samuel Davies, também formado num "colégio (teológico) de toras," implantou o trabalho presbiteriano na região de Richmond, na Virgínia (1747-1759), que resultou no primeiro presbitério do sul, o de Hanover (1755). Não somente pregou aos colonos europeus, mas também aos escravos africanos, que gostavam de cantar salmos em sua cozinha. No seu diário ele anotou que de vez em quando acordava com uma torrente de melodias celestiais. Davies teve o privilégio de batizar uns 150 deles. Nessa época, Jonathan Edwards, que era presidente do colégio teológico de Princeton, veio a falecer por causa da varíola. Davies foi chamado para substituí-lo, mas também faleceu depois de dois curtos anos. Colocaram no túmulo desse servo, que pregava como o embaixador de um rei poderoso, uma frase de um dos seus 600 hinos: "Inspira a minha alma, ó graça real, e toca meus lábios com fogo celestial."(19)

Um problema muito interessante era a tensão entre educação e missão. O fato era que as igrejas, congregações e pontos de pregação se multiplicavam, mas havia falta de pastores para atender aqueles vastos campos. Não é que os presbiterianos não tivessem visão, mas havia falta de obreiros por causa das rigorosas exigências na educação teológica, o que diminuia o número dos que podiam estudar. Mas os que conseguiam fazer o curso teológico saíam como homens bem preparados. Quando chegavam aos seus campos de trabalho, freqüentemente na então fronteira colonial, eram bem-vindos como pastores e também como professores, porque eram as pessoas mais educadas da comunidade. Os colonos pediam que o pastor ensinasse seus filhos.(20) Mas o bom era o inimigo do melhor, porque uma vez envolvidos no ensino diário, mal sobrava tempo para visitarem as congregações espalhadas, que às vezes perdiam o contato com a igreja presbiteriana e filiavam-se a outras denominações.(21)

IV. A Reunião, 1758

Depois de dezessete anos, as duas alas conseguiram restabelecer a paz. Uma das alavancas foi o sofrimento comum causado pela guerra contra os franceses. O restabelecimento da união também foi possível porque ambos os lados haviam permanecido presbiterianos na doutrina e os renovados não tinham rejeitado o batismo dos filhos da aliança.

Porém, o mais importante é que o clima havia se tornado mais ameno, basicamente por existir mais humildade nos dois lados. Os tradicionalistas ainda tinham certas restrições, mas reconheceram que de fato houve muitas conversões sinceras e permanentes. Também admitiram ser necessário que os pastores (e conseqüentemente os candidatos ao ministério sagrado), tivessem uma experiência religiosa, e não somente uma fé formal.(22) Os avivados, por outro lado, sentiam ainda um profundo desejo de pregar em todo e qualquer lugar, mas reconheceram que erraram algumas vezes ao invadirem campos pastorais de colegas tradicionalistas sem serem convidados, não respeitando assim as normas constitucionais. Também reconheceram que as suas línguas não haviam sido batizadas pelo Espírito Santo quando usavam certas expressões pejorativas ao referirem-se aos seus colegas. Insistiram que o avivamento era uma obra santa do Senhor, mas admitiram que houve falta de discernimento espiritual, pois os convertidos que apresentavam reações físicas (como arrepios, gritos, desmaios, etc.), mas sem os frutos do Espírito Santo, estavam seriamente iludidos. E a Lei do Senhor era sem dúvida uma norma de gratidão para a vida do crente convertido. As duas correntes uniram-se novamente, sendo o próprio Gilbert Tennent o maior defensor dessa reunião.(23)

Porém, a paz entre os dois grupos deve ter sido um pouco difícil, especialmente para os da Ala Velha, por causa da maioria numérica da Ala Nova. No começo do cisma os avivados eram uma minoria, mas cresceram muito durante os anos da separação.(24) Um pouco de estatística pastoral demonstra isto claramente: em 1741 a Ala Velha tinha 27 pastores e a Ala Nova 22; em 1758 a Ala Velha tinha 23 pastores e a Ala Nova 73.

De fato, foi como o historiador Trinterud afirmou: "Two sides, two tides" (duas alas, duas marés).(25) Mas qual teria sido a causa dessa diferença tão patente? Muito se tem discutido. A Ala Velha insistiu que os avivados tinham sido beneficiados pela imigração e fundos do Velho Mundo, mas assim também o foram os tradicionalistas. Talvez tenhamos de lembrar a distinção entre causas diurnas, patentes a todos, e causas noturnas, ocultas à maioria.(26)

 Embora a Ala Velha também tenha feito algo pelas missões nacionais, a "causa diurna" do crescimento maior da Ala Nova deve ter sido o trabalho evangelístico mais intenso e mais descentralizado dos irmãos avivados, as missões sendo sempre um índice preciso do avivamento autêntico.

E existiria ainda alguma "causa noturna"? Cremos que sim. O fato é que o avivamento real procura maior santificação em todos os setores da vida, começando pelo individual. Faltando essa característica essencial, o avivamento não passa de emoção litúrgica. Sem dúvida, no início a Ala Velha não reconheceu essa necessidade premente de santificação, focalizando suas críticas em aspectos mais circunstanciais. Dos doze "protestadores" que iniciaram o cisma expulsando os avivados, quatro tinham problemas morais e, no fim desse período, mais quatro, ou seja, ao todo dois terços do mesmo grupo! Em virtude do "corporativismo," os seus presbitérios faltaram com a disciplina fraternal. Sim, infelizmente a "causa noturna" mais provável por que o braço tradicionalista da Igreja Presbiteriana americana murchou até mesmo durante o "Grande Despertamento" foi a falta de santificação, santificação esta que é o alvo do Espírito Santo em cada efusão especial do poder do alto, para que a igreja seja testemunha no tempo e no lugar onde Deus a colocou na história.

V. Dia da Renovação da Aliança

Devemos ainda acrescentar um parágrafo sobre as lições espirituais que emanam desse período, à luz das Escrituras? Calvino certa vez disse o seguinte sobre aqueles que querem tirar uma série de aplicações de um texto bíblico: "A Escritura é frutífera em si mesma." Parece que as lições históricas neste caso são óbvias. E cada um de nós deve aplicá-las à vida, dependendo da nossa posição no processo histórico atual. Oremos para que aprendamos a andar em humildade, a fim de não perdermos o verdadeiro avivamento, não promovendo um avivamento pelo esforço próprio, nem rejeitando as bênçãos incontáveis da obra do Senhor.

"Avivamento" é uma palavra muito bíblica, significando reviver. Não deveríamos perdê-la por causa de abusos. O conceito de avivamento também é muito bíblico: retornar ao Senhor, humilhar-se e começar a ter uma vida purificada, produzindo mais frutos do Espírito Santo.(27) Não devíamos perder o conteúdo por causa de uma palavra. Se não quisermos usar a palavra "avivamento," para nós da tradição reformada uma expressão como "Renovação da Aliança" ajudaria muito a entender o que o Senhor quer de nós. Aquela súplica — "Aviva a tua obra, ó Senhor, no decorrer dos anos" — é uma oração ensinada pelo próprio Espírito Santo. E o Senhor nos convoca a renovarmos a aliança que ele estabeleceu conosco, renová-la em todos os seus aspectos.

 Um dia especial para enfatizar essa renovação da aliança pode ser para nós presbiterianos o dia do aniversário da nossa igreja, 12 de agosto. Ou talvez o dia de Pentecoste, o dia do aniversário da igreja universal. Mas, qualquer dia que seja, seria um dia de oração e jejum para que o Senhor não nos lance fora, ao contrário, nos use, não para o nosso próprio triunfalismo oco, e sim para a sua glória, para a salvação de muitos perdidos, e para a santificação e edificação da igreja, a fim de que ela seja sal da terra e luz neste mundo tenebroso, como é o desejo profundo de todo verdadeiro presbiteriano.

Notas:

1 Habacuque 3.2 (Almeida Revista e Atualizada).
2 Para um resumo sobre religião na América do Norte, ver W. S. Hudson, Religion in America (New York: Scribner’s, 1993). Para o período colonial, ver W. W. Sweet, Religion in Colonial America (New York: Scribner’s, 1942).
3 Sobre Makemie, ver I. M. Page, The Life Story of Rev. Francis Makemie (Grand Rapids: Eerdmans, 1938).
4 Adotado pela Igreja Presbiteriana da Escócia em 1635. Os Estados Unidos tornaram-se independentes em 1776, e em 1789, o ano em que a França sangrava por causa da revolução, realizou-se a primeira Assembléia Geral da Igreja Presbiteriana nos Estados Unidos, incorporando muitos dos antigos huguenotes.
5 Assim também Philipp J. Spener, o grande líder do pietismo na Igreja Luterana da Alemanha, em seu famoso livro Pia Desideria ("desejos piedosos"), publicado em 1675.
6 Sobre Tennent e sua escola, ver M. A. Tennent, Light in Darkness: The Story of William Tennent, Sr. and the Log College (Greensboro, NC: Greensboro Printing Co., 1971).
7 Ml 3.3; absolutamente necessário, senão Deus amaldiçoará até as nossas bênçãos (Ml 2.2)!
8 Como eram chamados os ministros da Igreja Reformada Holandesa: dominie, do latim dominus, "senhor."
9 Sobre a posição oficial, o crescimento e os problemas dessas igrejas reformadas (inclusive depois da conquista de Nova Amsterdã pelos ingleses em 1664), ver Gerald F. De Jong, The Dutch Reformed Church in the American Colonies (Grand Rapids: Eerdmans, 1978).
10 Wilhelm Goeters, Die Vorbereitung des Pietismus in der Reformierten Kirche der Niederlande bis zur Labadistischen Krisis, 1670 (Amsterdam: T. Bolland, 1974).
11 L. J. Trinterud, The Forming of an American Tradition (Philadelphia: Westminster Press, 1949).
12 Jonathan Edwards, Pecadores nas Mãos de um Deus Irado, 3a. ed. (São Paulo: Publicações Evangélicas Selecionadas, c.1993).
13 Sobre Whitefield, ver A. A. Dallimore, George Whitefield, 2 vols. ([London]: Ed. Banner of Truth Trust, [1970]).
14 A. Alexander, comp., Sermons and Essays by the Tennents and their Contemporaries (Philadelphia: Presbyterian Board of Publication, [1855]).
15 Os congregacionais dividiram-se em "Old Lights" e "New Lights," os batistas em "Regulars" e "Separatists."
16 Se houve também uma dupla lealdade por causa de ligações maçônicas, não ficou claro até agora. Nesse século XVIII de racionalismo, a maçonaria era uma espécie de reação mística contra o árido deísmo. Começou em Londres em 1717 e trinta anos depois já era influente na colônia americana.
17 "The Old and New Side" do século XVIII não devem ser confundidos com "The Old and New School" do século XIX.
18 Ver Jonathan Edwards, A Vida de David Brainerd (São José dos Campos, SP: Editora Fiel, 1993). Para essa biografia do seu genro, Edwards baseou-se em grande parte no diário de Brainerd.
19 "Almighty grace, my soul inspire, and touch my lips with heavenly fire."
20 Dessas escolas paroquiais nasceram instituições educacionais conhecidas, como a Universidade de Pittsburgh, na Pensilvânia.
21 Valeria a pena um estudo aprofundado sobre as congregações da IPB que foram perdidas.
22 Exigência incluída também na Constituição da Igreja Presbiteriana do Brasil, no seu Art. 32.
23 Cf. o seu sermão publicado, "Irenicum Ecclesiasticum" (1749).
24 O mesmo fenômeno de crescimento numérico ocorreu entre os congregacionais: na região de Boston havia nessa altura quase três vezes mais pastores avivados do que tradicionalistas.
25 Trinterud, Forming of an American Tradition, cap. 8: "The Withered Branch."
26 Ruy dos Santos Pereira, Piso e a Medicina Indígena (Recife: Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico Pernambucano e Universidade Federal de Pernambuco, 1980), 23.27 2 Cr 7.14. Existem muitos exemplos históricos, como Js 5, 24; 2 Cr 29-30; Ne 8, etc
Rev. Francisco Schalkwijk, um ministro da Igreja Reformada Holandesa, com mestrado no Calvin Theological Seminary, nos Estados Unidos, e doutorado em história na Universidade Presbiteriana Mackenzie, em São Paulo. É autor do livro Igreja e Estado no Brasil Holandês (1986).

Fonte: Revista Fides Reformata

Via: Monergismo


segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

O Conflito entre Paulo e Pedro GÁLATAS 2: 11 – 16

INTRODUÇÃO:

Existem causas e ideologias que não valem o esforço do debate, do confronto e da luta. Contudo, existem causas que é preciso lutar, confrontar, se esmerar e até se entregar por elas. A verdade do evangelho genuíno é uma dessas causas.

ELUCIDAÇÃO:

O texto que lemos é um dos mais tensos do Novo Testamento, observamos dois líderes apostólicos num conflito.

O referido problema acontece em Antioquia, a principal cidade da Síria, onde a missão entre os gentios começou e onde os discípulos foram chamados pela primeira vez de cristãos.

Vimos na semana passada que quando Paulo visitou Pedro em Jerusalém, o mesmo lhe estendeu a destra de comunhão, agora podemos observar que quando Pedro visita Paulo em Antioquia, Paulo se lhe opôs face a face.
Precisamos entender que Paulo e Pedro eram homens de Deus, que sabiam o que era ser perdoado através de Jesus Cristo e que tinham o Espírito Santo.

Sendo assim, vamos analisar esta situação. Para isso é necessário notar o que cada apóstolo fez, por que o fez e o Resultado. Vamos iniciar com Pedro.

1.      O Comportamento de Pedro (v. 11 – 13).

Vejamos o que Pedro fez. Quando chegou em Antioquia, fazia refeições com os gentios e desfrutava da fraternidade deles. Ele não se considerava impuro pelo contato com os cristãos gentios.

Até que um dia chegou em Antioquia um grupo de Jerusalém. Se diziam cristãos, mas de origem judaica e afirmavam que ali estavam enviados por Tiago (v. 12).

Na verdade eram fariseus que haviam crido em Jesus Cristo, mas não contavam com a autorização de Tiago: “Porquanto ouvimos que alguns que saíram dentre nós vos perturbaram com palavras, e transtornaram as vossas almas, dizendo que deveis circuncidar-vos e guardar a lei, não lhes tendo nós dado mandamento” (At. 15: 24).

Ensinavam que era impróprio que crentes judeus circuncidados participassem da mesma mesa com os crentes gentios, ainda que eles cressem em Jesus e fossem batizados.

Diante da presença dos judaizantes Pedro retrocedeu em sua comunhão com os irmãos gentios, afastando-se deles.

Porque Pedro agiu desta forma?  Por convicção teológica? Devemos agora supor que Pedro se esqueceu da visão que teve em Jope e da conversão da casa de Cornélio? Certamente não. Em Gálatas 2 não há indicação de que Pedro tenha mudado de opinião.

O problema é que Pedro teve medo dos cristãos judeus = “Quando, porém, eles chegaram, afastou-se e separou-se dos gentios, temendo os que eram da circuncisão” (Gálatas 2:12).

E até Barnabé foi influenciado pela hipocrisia deles = “E os outros judeus também dissimulavam com ele, de maneira que até Barnabé se deixou levar pela sua dissimulação” (Gálatas 2:13-14).

Pedro continuava a crer no evangelho, mas falhou na sua prática. Sua conduta não se ajustou com o evangelho, faltou coragem nas convicções.

2.      O Comportamento de Paulo (v. 14 – 16).

Qual foi o procedimento de Paulo diante do vacilo de Pedro? Quando, porém, Pedro veio a Antioquia, enfrentei-o face a face, por sua atitude condenável” (Gálatas 2:11).

Paulo reconhecia que Pedro era um apóstolo de Jesus Cristo, sabia que Pedro era uma das colunas da Igreja a quem Deus confiou o evangelho para os circuncisos.

Não obstante, isto não o impediu de se opor a Pedro quando necessário e o fez publicamente, pois Pedro se tornara repreensível e o seu afastamento dos crentes gentios havia provocado um escândalo público.

Porque Paulo agiu de forma tão dura? Paulo estava preocupado com um principio teológico que Pedro parecia esquecer: “Quando vi que não estavam andando de acordo com a verdade do evangelho” (Gálatas 2:14).

A verdade do evangelho que Paulo refere-se diz respeito a salvação pela graça e a justificação pela fé, não por intermédio de obras da Lei. Qualquer desvio deste evangelho e intolerável para Paulo.

Vejamos os versículos 15 e 16 = Deus aceita o pecador mediante a fé em Jesus Cristo e por causa da obra que Ele consumou na Cruz, este é o caminho da salvação para todos os pecadores (judeus e gentios).

Sendo assim, quem somos nós para negar comunhão aos crentes gentios apenas porque não são circuncidados? Se Deus os aceita como podemos rejeitá-los? Não devemos nos afastar daqueles a quem Deus reconciliou.

O aspecto interessante deste acontecimento, é que o mesmo contribuiu para a convocação do Concílio de Jerusalém, descrito em Atos 15. Inclusive Paulo e Barnabé participaram desta reunião, como resultado do referido Concílio não houve a exigência da circuncisão em relação aos crentes gentios.

CONCLUSÃO:

O que podemos aprender hoje desta desavença entre Paulo e Pedro em Antioquia?

1.      Devemos Andar Corretamente, Em Conformidade Com o Evangelho.

Não basta que creiamos no evangelho, nem mesmo que lutemos para preservá-lo, temos de aplica-lo na vida diária, foi o que Pedro deixou de fazer.
Hoje em dia diversos grupos “evangélicos” repetem o mesmo erro de Pedro. Recusam-se ter comunhão com outros crentes professos a não ser que estes tenham sido imerso por ocasião do batismo, ou aceitem o sábado como condição de salvação.

Tudo isso é uma séria afronta ao evangelho verdadeiro, a justificação é só pela fé, a salvação é pela graça de Deus.
2.      Devemos Nos Opor Aqueles Que Negam o Evangelho.

Damos graças a Deus pela ação enérgica de Paulo, que quando a verdade do evangelho estava em perigo, não se retraiu, foi contundente em sua defesa.
Ele nos ensina que quando os problemas existentes entre nós cristãos evangélicos for sem importância, devemos ser o mais flexível possível. Mas, quando a verdade do evangelho estiver em jogo devemos permanecer firmes como uma rocha.

Que Deus nos ajude a fazer Sua vontade!