terça-feira, 3 de abril de 2012

As Funções da Lei e os Privilégios da Graça Gl. 3: 23 – 29

INTRODUÇÃO
            Os capítulos 13 e 14 de Atos nos informam que Paulo e Barnabé evangelizaram a Região Sul da Província da Galácia, indo inicialmente as Sinagogas, onde pregaram a judeus e gentios tementes a Deus.

            Porém, os judeus fizeram oposição, e os pregadores voltaram-se para os gentios, onde conseguiram vários adeptos.

            Entretanto, após Paulo e Barnabé saírem de cena, chegou naquela região alguns judaizantes ensinando uma salvação mediante a observância da lei, e, infelizmente muitos dos gálatas assimilaram esse ensino herético.

            Sendo sabedor disso, o apóstolo Paulo fica indignado e escreve esta carta mostrando que a justificação é somente pela fé e que a salvação é pela GRAÇA e não por intermédio das obras, por isso, ele exorta os gálatas: “ainda que nós, ou mesmo um anjo vindo do céu vos pregue evangelho que vá além do que vos temos pregado, seja anátema” (Gl. 1:8).

            Portanto, diante do dilema entre LEI e GRAÇA vivido pelos gálatas, no texto em apreciação, o apóstolo busca dirimir as dúvidas desses irmãos descrevendo o que éramos sob a LEI e o que somos sob a GRAÇA de Cristo.


1ª Função da Lei: Aprisionar (vs. 23).
            No original o verbo “encerrar” traz como significado “impedir” ou “engaiolar”, assim, esta palavra enfatiza que a Lei e os mandamentos cerimoniais nos mantinham em prisão, confinados, para que não pudéssemos escapar. Tradução da BLH é a seguinte: “A Lei nos guardou como prisioneiros”.

2ª Função da Lei: Castigar (vs. 24a).
            “... a lei nos serviu de aio...” era geralmente um escravo, que cumpria a função de tutor, tinha ele a obrigação de conduzir a criança ou o jovem à escola e supervisionar a sua conduta de modo geral, o aio não era o professor da criança, mas aquele que a disciplinava e a castigava.

            Com essa metáfora, Paulo estava a nos dizer que, a lei expressa a vontade de Deus para o seu povo. Considerando que todos nós desobedecemos, caímos sob sua justa condenação, por natureza e prática estamos “debaixo de maldição” (vs. 10).

            Como um carcereiro ela nos lançou na prisão; como um aio ele nos repreende e castiga pelas nossas más ações.

3ª Função da Lei: Conduzir (vs. 24b).
            “... para nos conduzir a Cristo...” graças a Deus, que nunca pretendeu que essa opressão fosse permanente. Ele deu a lei na Sua graça a fim de tornar a promessa mais desejável.

            A obra opressora da lei foi temporária e tinha a intenção especial, não de ferir, mas de abençoar. Seu propósito era nos prender até que Cristo nos libertasse, ou colocar-nos sob tutores até que Cristo nos fizesse seus filhos.

            A lei nos conduziu a Cristo, pois apenas Ele pôde nos libertar da prisão em que a maldição da lei nos colocou, pois ele foi feito maldição em nosso lugar.

Vs. 25 = “Mas, tendo vindo à fé, já não permanecemos subordinados ao aio”.
            A frase adversativa de Paulo, “mas”, salienta que o que somos é totalmente diferente do que éramos. Não estamos mais debaixo da lei, agora estamos em Cristo, unidos a Ele pela fé, e fomos por isso aceitos por Deus por amor a Cristo, apesar da nossa deplorável transgressão.

            Paulo mostra-nos: OS PRIVILÉGIOS DA GRAÇA

1º Privilégio: Somos Filhos de Deus (vs. 26).
            Esta filiação de Deus é “em Cristo”. A doutrina de Deus como um pai universal não foi ensinada por Cristo nem pelos seus apóstolos.

Deus é o Criador universal, dando existência a todas as coisas; é o Rei universal, governando e mantendo tudo o que fez. Mas, Ele é o pai apenas do nosso Senhor Jesus Cristo e daqueles a quem Ele adota em sua família através de Cristo (João 1:12).  

2º Privilégio: Somos Todos Um (vs. 28).
a)      Porque não há distinção de raça = “não pode haver nem judeu nem grego”, quando Cristo veio cumpriu-se a promessa divina de que na semente de Abraão todas as famílias da terra seriam abençoadas. Isso inclui todas as nações de todas as raças, cor e línguas.

b)      Porque não há distinção de categoria = “nem escravo nem liberto”, a história da humanidade mostra-nos que as circunstâncias de nascimento, riqueza, privilégio e educação dividiram os homens e as mulheres. Mas, em Cristo o esnobismo é coisa proibida e a diferença de classes torna-se inútil.

c)      Porque não há distinção de sexo = “nem homem nem mulher”, as mulheres eram quase sempre desprezadas no mundo antigo, até mesmo no judaísmo, e muitas vezes exploradas e maltratadas. Mas, em Cristo o homem e a mulher são iguais. Iguais em necessidade de salvação, iguais em incapacidade de consegui-la ou merecê-la e iguais no fato de que Deus no-la oferece livremente em Cristo.

3º Privilégio: Somos Semente de Abrão (vs. 29).
            Em Cristo também pertencemos a Abraão. Assumimos o nosso lugar na nobre sucessão histórica da fé, cujos notáveis representantes encontram-se relacionados em Hebreus 11.

            Já não nos sentimos mais perdidos ou desgarrados, sem nenhum significado na história, ou como pedacinhos de destroços sem valor à deriva sobre as ondas do tempo. Pelo contrário, encontramos nosso lugar no desenrolar do propósito divino.

            Somos a descendência espiritual de nosso pai Abraão, pois em Cristo nos tornamos herdeiros da promessa que Deus lhe fez.

CONCLUSÃO

            Sendo assim, eu lhe questiono nesta noite: você está debaixo da Lei ou da Graça?
No texto exposto, o apóstolo pintou um contraste vívido entre aqueles que estão “sob a lei” e aqueles que estão “em Cristo”; e todas as pessoas pertencem a uma ou a outra categoria.

            Se estivermos “sob a lei”, a nossa religião é uma servidão, não tendo conhecimento do perdão, continuamos ainda sob custódia, como prisioneiros ou filhos sob tutela.

            Mas, se estamos “em Cristo”, somos libertos. A nossa religião se caracteriza pela promessa e não pela lei. Sabemos que estamos relacionados com Deus, com todos os outros filhos de Deus no espaço, no tempo e na eternidade.


             




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